Iptu carioca, a desconstrução de uma cidade através de seu imposto territorial, de Hugo Costa

Hugo Costa * Em 27 de junho de 1978, uma palestra conduzida pelo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, David Vetter, mostrava o resultado de sua pesquisa realizada sobre a Cidade do Rio de Janeiro entre 1975 e 1977 e declarava que a periferia carioca (os subúrbios, citando diretamente bairros de Ramos, Penha, Meier, Engenho Novo, Madureira, Irajá, Bangu, Santa Cruz, Campo Grande e Anchieta) pagavam mais Imposto territorial relativo que o núcleo da cidade (então descrita como os bairros de Botafogo, Copacabana, Ipanema, Lagoa, Tijuca e Barra da Tijuca), embora o núcleo recebesse mais investimentos derivados destes impostos. A questão do imposto territorial relativo foi dada pela proporção do valor do metro quadrado taxado pela Prefeitura e o valor do metro quadrado do imóvel para o mercado imobiliário: enquanto nos subúrbios a taxação era feita em 70%(Leia mais)

Trilhos novos, antigos trilhos

Mais uma vez, as obras para instalação do sistema VLT revelam a os trilhos dos seus antecessores, os bondes elétricos que circularam no Rio de Janeiro do final do Século XIX até meados da década de 1960: desta vez na Avenida Marechal Floriano, Centro, como pode ser visto nas fotografias abaixo, de Paulo Clarindo (v. tb. “Vendo o Rio, 2018 – o terreno da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico” – 10.01.2018) Na Rua da Constituição, camadas do piso de pedras da época do Brasil Imperial e Colonial reveladas durante as escavações, infelizmente foram novamente cobertas, assunto de várias postagens neste site: “Pé-de-moleque da Rua da Constituição: descoberta, divulgação, mobilização, televisão, mas, em vez da possível preservação, destruição e indignação” (26.10.2015) “Pés-de-moleque do Rio Antigo – Passado revivido, Rio a preservar” (05.10.2015) “Praça XV e Rua da Constituição – Pés-de-moleque x Concreto” (29.09.2015)(Leia mais)

Antigo Museu do Índio – A degradação continua

O prédio do antigo Museu do Índio esteve na berlinda neste Urbe CaRioca em várias postagens desde 2012. Ameaçado de demolição pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, com a anuência do então prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, a decisão foi objeto de polêmica e inúmeras reações contrárias por parte de historiadores, preservacionistas, urbanistas, arquitetos, e da sociedade civil em geral, divulgadas nas redes sociais e pela grande imprensa. O bota-abaixo destinava-se a abrir espaço para projeto do então mega empreendedor Sr. Eike Batista, candidato à concessão do complexo esportivo do Maracanã, que pretendia erguer um shopping-center e um edifício-garagem ao lado do Estádio orgulho do Brasil e da Engenharia. Após as pressões, governador e prefeito recuaram da ideia. Infelizmente a deterioração do imóvel continua, como nos revela o vídeo de João António Vieira para o Grupo S.O.S.(Leia mais)

Sobre o Maracanã que não existe mais

Na época da obra que mutilaria o antigo Estádio Jornalista Mário Filho, o conhecido Maracanã, ainda carinhosamente apelidado ‘Maraca’, este Urbe CaRioca manifestou-se insistentemente sobre o que considerava um enorme erro: modificar o gigante em sua essência, caracterizada principalmente pela enorme marquise em balanço que o distinguia. O retrocesso das políticas de proteção ao patrimônio cultural, e o triste caso do Maracanã, estiveram em alguns posts, entre os quais: Artigo: MARACANÃ: MAIS MUTILAÇÃO (link), de 23 de outubro de 2012 Artigo: PATRIMÔNIO DO RIO: PROTEÇÃO E RETROCESSO*, (link)Andréa Redondo, de 21 de maio de 2013 Artigo: O INCRÍVEL TOMBAMENTO DO ANTIGO MUSEU DO ÍNDIO E DOS EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS VIZINHOS AO MARACANà(link), de 13 de agosto de 2013 Nada contra levar mais conforto aos torcedores instalando cadeiras nas desconfortáveis arquibancadas de concreto, ou modernizar instalações de apoio, obras que já haviam sido feitas(Leia mais)

OUTRAS NOTÍCIAS DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO DE SEPETIBA, de Cláudio Prado de Mello

Dando continuidade ao post “O Rio começa em Sepetiba”, mais um artigo do arqueólogo Cláudio Prado de Mello com registros importantes sobre a história do Rio de Janeiro, reveladas através de estudos arqueológicos na Zona Oeste da cidade. Boa leitura. Urbe CaRioca OUTRAS NOTÍCIAS DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO DE SEPETIBA FATOS EXTRAORDINÁRIOS DE UM RIO QUE COMEÇA EM SEPETIBA Cumprindo a obrigação de todo cidadão brasileiro no exercício de seus deveres frente à preservação do Patrimônio… temos noticias excelentes a dar ! Tendo o sitio arqueológico permanecido oculto durante centenas de anos, um deslizamento de contenção e de encosta (devido às recentes chuvas) revelou suas camadas arqueológicas que chamou a atenção da turismóloga Telma Lopes. No dia 06 de janeiro, fomos ao local e detectamos a existência do sitio arqueológico. Durante a semana fizemos uma profunda pesquisa documental e no dia 09 de(Leia mais)

Praça Paris desprotegida

8 de janeiro – Divulgado por Júlio Reis no grupo SOS Patrimônio Assunto: Abandono da Praça Paris, na Glória “Reflexos de uma cidade abandonada – A Praça Paris conta agora com uma entrada free, 24 horas, por onde os mendigos e a população de rua se droga, defeca, faz sexo, suja e deixa restos de comida, além de garrafas vazias e ocupam seus bancos com lixo”

Áreas verdes na Zona Norte – Abaixo-assinado

Circula na internet abaixo-assinado idealizado pelo geógrafo Hugo Costa, que  já foi chamado de ‘A voz do subúrbio’. De fato, o autor não mede esforços para apontar as deficiências e carências da Zona Norte do Rio de Janeiro, em especial quanto à Zona da Leopoldina. A justificativa do abaixo assinado, cujo link está a seguir, ressalta a destruição de áreas verdes e de lazer provocadas pela construção do BRT, cujo entorno não foi recomposto adequadamente. PARA ASSINAR Urbe CaRioca 

Vendo o Rio, 2018 – o terreno da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico

Enquanto este Urbe CaRioca preparava um post com o título As Cidades Precisam Respirar, surge uma notícia desalentadora. O Governo Estadual vendeu um terreno situado no bairro do Flamengo, limítrofe com o Catete, que receberá um empreendimento residencial. A surpresa não foi tão grande, considerando decisão do então governador Sérgio Cabral em 2012 de colocar vários imóveis Próprios Estaduais à venda – o governo precisava fazer caixa – medida que comentamos em algumas das nossas postagens mais lidas (Vendo o Rio no Estado – Estudo de Caso – Botafogo, Quartel da PM, a Enorme Pequenez, e Adeus, Terreno do Batalhão, Adeus, Praças em Botafogo). Mas, o enorme terreno no Flamengo não estava na primeira listagem, e torcíamos para o assunto ser esquecido! Trata-se do imóvel onde existiu a garagem de bondes da região, que mais tarde, se a memória não falha, abrigaria(Leia mais)

São Pedro do Encantado, destombamento pelos vereadores do Rio, de Sonia Rabello

A advogada, professora e ex-vereador aponta os meandros e questiona mais um estranho “destombamento”, em artigo publicado originalmente no site A Sociedade em Busca do seu Direito – reproduzido abaixo – cuja leitura é imprescindível. A medida aprovada pelos ilustres vereadores da cidade do Rio de Janeiro, ao apagar das luzes do ano legislativo, será objeto de recurso apresentado pelo atento grupo S.O.S. Patrimônio junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro como divulgado no último dia 06 (O Globo, Caderno Bairros). Comentamos o assunto em Cine Guaraci, em Rocha Miranda, Rio de Janeiro – E a Igreja de São Pedro, no bairro do Encantado. Em 2013 havia esperança quanto à recuperação do bem Cultural, marco do bairro. Infelizmente a restauração não se concretizou. Urbe CaRioca São Pedro do Encantado, destombamento pelos vereadores do Rio Sonia Rabello Se formos nos(Leia mais)

O RIO COMEÇA EM SEPETIBA, de Cláudio Prado de Mello

Mais um artigo do arqueólogo Cláudio Prado de Mello traz notícias importantes sobre a história do Rio de Janeiro, reveladas através de estudos arqueológicos na Zona Oeste da cidade. Boa leitura. Urbe CaRioca O RIO COMEÇA EM SEPETIBA Apesar de muitos acharem o contrário, Sepetiba não é um Município do Estado do Rio de Janeiro, e, sim um bairro do Município do Rio de Janeiro. Sepetiba não é O Último bairro do Rio de Janeiro, mas sim o primeiro! Com essa afirmação começamos a mostrar um pouco sobre sua história e importância no contexto histórico e arqueológico. Sepetiba é um bairro localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, banhado pelas águas da comprometida Baía de Guanabara. Faz limite com Santa Cruz, Barra de Guaratiba e Guaratiba, que apesar de serem tão longes e tão afastado do Rio,(Leia mais)

A DEGRADAÇÃO DA ARQUITETURA IMPERIAL CARIOCA, de Alexei Bueno

O autor, defensor da memória urbana e dos bens que constituem importante Patrimônio Cultural, Alexei Bueno foi diretor doInstituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). O título do artigo é autoexplicativo. Escrito há um mês, é o texto que escolhemos reproduzir para abrir 2018 neste espaço urbano-carioca. Boa leitura. Urbe CaRioca A DEGRADAÇÃO DA ARQUITETURA IMPERIAL CARIOCA Alexei Bueno Nada mais natural, numa cidade e num estado falidos e onde o poder foi empalmado por máfias, de que a degradação, em todos os níveis, se espalhe por toda parte. Quem tiver estômago forte para caminhar pelo Centro do Rio de Janeiro numa tarde de fim de semana, terá a impressão, em relação à população de rua, que se encontra nalguma metrópole da Índia, isso em meio a serviços de qualidade sórdida, colapso geral do comércio, imundície ubíqua, depredação de monumentos públicos,(Leia mais)