ENTRE BANCOS, PLACAS, TRAMBOLHOS, UFAs E REMOÇÕES… DE PESSOAS

Divulgação – Prefeitura

Divulgamos na Página Urbe CaRioca do Facebook a notícia de que a Prefeitura, dando sequência às comemorações pelos 450 anos de fundação da Cidade do Rio de Janeiro, encomendou 160 bancos de concreto no formato dos números seccionados que compõem a marca comemorativa daquela data e pretendem formar o perfil de um carioca. Segundo o jornal Extra no último dia 05 cada banco custará R$4.300,00. Não pretendíamos comentar o assunto no blog, mas devido ao número de visualizações na Página, muito acima da média, repetimos a pergunta: “O que acha o leitor do Urbe CaRioca?”.



Charge de Aroeira
Na mesma vertente estão as novas placas “olímpicas”, que ao custo de R$27.000,00 cada, “preparam a cidade para os turistas” conforme notícia publicada no jornal O Dia em 07/06/2015. Além das muitas diferenças entra a placa londrina e a nossa, recém-instalada (segundo a reportagem “foram instaladas apenas placas comuns, bastante simples”) o blog verificou que mesmo a curta distância não é possível ler os dados devido à letra ser pequena… Vale conhecer a reportagem na íntegra. Trecho:


A ideia, segundo a Secretaria de Turismo, é inspirada na experiência de informação a pedestres de Londres, que conta, desde 2010, com um conjunto de sinalização feita por placas, painéis, indicações nas calçadas etc. Entretanto, de acordo com documentos públicos da agência de transporte da capital inglesa, o gasto médio por painéis instalados por lá representa 66% do que a Prefeitura do Rio investiu por aqui. Enquanto cada placa carioca está saindo por R$ 27,4 mil, em Londres o preço médio da unidade foi de R$ 18 mil.
Desde sábado, O DIA tenta contato por telefone com o consórcio Rio Inteligente, para saber o motivo da diferença de preços e de projeto em relação ao programa inglês, no qual o do Rio foi inspirado. Não houve resposta.
Outra diferença entre os dois projetos é que os painéis londrinos são muito mais completos. Por lá, o totem informa sobre locais onde há transporte público, identifica lojas, pontos turísticos e tudo o que houver disponível num raio de 15 minutos de caminhada. Além disso, os mapas exibem a cidade em 3D. E ainda é possível ver a lista das ruas em ordem alfabética, com sua localização num mapa em 2D. Sobre cada painel há uma placa de captação de energia solar para permitir a visualização também à noite.




Propaganda sobre montagem de eventos no Lagoon, Lagoa Rodrigo de Freitas
Normas urbanísticas e de proteção do patrimônio cultural proíbem construções no local com altura superior a 4,00 m.
Foto: Internet
Propaganda sobre montagem de eventos no Lagoon, Lagoa Rodrigo de Freitas
Enquanto isso, o Trambolho da Lagoa continua no mesmo lugar, um “provisório” cada vez mais permanente a dar mau exemplo, tal como o eterno toldo no terreno do Clube Flamengo, e, agora, uma estranha construção nova no terreno do Jockey Club. Neste tema estão a caminho os “Food Trucks”, uma ideia interessante para equipamentos de uso temporário, por exemplo durante a realização de eventos públicos ou privados, que pode ser transformada em criadouro de problemas a partir da fixação em áreas públicas – praças e calçadas. Aguardemos os desdobramentos.


26/03/2013 – O TRAMBOLHO NA LAGOA

15/10/2014 – LAGOA RODRIGO DE FREITAS – O REMO E OS TRAMBOLHOS PROVISÓRIOS PERMANENTES

 


UFA Praça General Osório, Ipanema
Foto: Urbe CaRioca, maio/2015
Para outros trambolhos que enfeiam as nossas praças e calçadas – as malfadadas e malcheirosas UFA’s de eficácia duvidosa – a Prefeitura promete um futuro mais perfumado. Não para a da Praça General Osório, que foi retirada após inúmeras reclamações de moradores e transeuntes: o blog também fora conferir, mas desistiu porque a uma distância de cerca de 30,00m do equipamento o mau cheiro era já era insuportável, razão para a distância adotada na foto acima. Os demais trambolhos de aço não serão removidos, mas, ganharão reforço diário na limpeza, a cargo da COMLURB que se encarrega de enxugar o… “gelo”. Sobre as UFAs publicamos o artigo de Jane Santucci em julho/2014: CEM BANHEIROS PÚBLICOS PARA O RIO


Convite para reunião de moradores realizada ontem, 09/07/2015, na Ilha do Governador, a segunda das chamadas ‘Plenárias Populares”. Divulgado nas redes sociais
Remoção mesmo só para as ocupações irregulares que atrapalharam alguns planos olímpicos, como, por exemplo, o caso da Vila Autódromo, ou de áreas militares, como na Ilha do Governador. Não se trata aqui de fazer apologia às construções informais, mas, de lamentar que o poder público condescendente por décadas, atue só quando a extensão e consolidação das ocupações demanda urbanizar as áreas, salvo em áreas de risco ou locais de preservação ambiental e do patrimônio cultural. Ontem moradores do local realizaram mais um encontro. O vídeo divulgado nas redes sociais é do último dia 03 e apresenta a visão de moradores da comunidade Radiossonda, ao que consta situada em terreno da Aeronáutica (LINK). Quanto à nova lei urbanística proposta para a XX RA, o post mais recente é de 29/06/2015: PEU ILHA DO GOVERNADOR – EMENDAS DO EXECUTIVO E NOVOS COMENTÁRIOS.
Vale repetir a pergunta inicial em relação aos cinco temas lembrados neste post: o que acha de tudo isso, caro leitor?

Urbe CaRioca

NOTA:
Enquanto preparava este texto com assuntos urbano-cariocas, a imprensa noticiava mais uma morte violenta, dessa vez no Metrô, no coração da cidade, uma bala no coração de todos nós. De que adianta o Rio de Janeiro ser a cidade mais bonita, mais simpática – os cariocas são receptivos, calorosos e sorridentes – ter o título de patrimônio mundial na categoria paisagem, se de resto falta quase tudo? Educação, respeito, eficiência, segurança, transporte adequado, valores culturais disseminados… Quando melhoraremos de verdade, sem promessas de falsos legados? Civilidade, dignidade e o futuro melhor precisam ser trazidos para o presente.

UM ALENTO:
A Prefeitura anunciou o circuito cultural Rio Ônibus, uma boa notícia para os cariocas, iniciativa que valoriza e divulga o que temos de interessante. Um presente, sem dúvida.

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