O RESGATE DE ÁREAS LIVRES PARA OS CARIOCAS

Post.Zitivo
Marina da Glória, 10/04/2016 – Foto: Paulo Sérgio Quintanilha


Um aspecto é extremamente positivo e relevante, entre tantos erros urbanísticos e prioridades equivocadas que têm ocorrido nos últimos anos, muitas justificadas como “Pra Olimpíada”: o resgate de algumas áreas da cidade, antes inacessíveis, que hoje estão livres e abertas ao público.

Dois exemplos merecem destaque: (1) a liberação da chamada Orla Conde – da qual um trecho, de acesso antes restrito a militares por pertencer ao Comando do 1º Distrito Naval, foi inaugurado na semana passada –, fruto também da demolição do Elevado da Perimetral que já permitira o resgate da Praça Mauá; e (2) uma parte de áreas contíguas à Marina da Glória, abertas ao público na última quinta-feira.

Os que acompanham este blog sabem que tanto o projeto chamado Porto Maravilha quanto a construção de um complexo comercial na Marina da Glória têm sido duramente criticados por vários segmentos da sociedade.


O segundo por ter-se dado destinação incompatível com a finalidade de marina/parque público no bem cultural tombado que é o Parque do Flamengo (no projeto novo parece que o Centro de Convenções, os vários restaurantes e um estacionamento gigantesco, foram abolidos), desrespeitando-se o projeto original do parque, tudo em meio a ações judiciais em curso que questionam a concessão.

A ausência de moradia na maior parte do centro da cidade, e a insegurança que ronda suas ruas, permanentemente, produzem vazios e abandono que iniciativas como aquelas e outros eventos ao ar livre podem ajudar a reverter, desde que com o indispensável policiamento, bem como analisados os impactos sobre o trânsito e salvaguardados o bens culturais tombados.

Ontem, um lindo domingo de outono com céu muito azul, o Centro do Rio esteve animado. Além dos locais mencionados, o Museu de Arte Moderna recebeu um evento de gastronomia nas áreas externas que atraiu enorme público.

Neste contexto cabe indagar: precisávamos dos Jogos ou desvirtuar a finalidade da Marina da Glória para termos tais benefícios?

Os governos teriam sido capazes, com ou sem a Olimpíada que tanto justificou, para o Bem e para o Mal. Se União, Estado e Município se unissem em função do que fosse melhor para a população, fora questões político-partidárias,já teríamos obras na Região Portuária, impedidas durante mais de três décadas! Igualmente, a abertura de áreas na Marina da Glória poderia ter sido exigida do concessionário como contrapartida à exploração do local – apenas como a Marina do Rio!
De qualquer modo, seja bem vinda, nova orla do Rio! Esse é o Rio de Janeiro que queremos, aberto, vibrante e repleto da ‘anima’ carioca, sem medo de andar nas ruas.



                                                                                                   Urbe CaRioca


NOTA: As fotografias que ilustram este post são de Paulo Sérgio Quintanilha, a quem agradecemos por permitir o compartilhamento.  
 

Marina da Glória, 10/04/2016 – Foto: Paulo Sérgio Quintanilha

Marina da Glória, 10/04/2016 – Foto: Paulo Sérgio Quintanilha

Marina da Glória, 10/04/2016 – Foto: Paulo Sérgio Quintanilha

Marina da Glória, 10/04/2016 – Foto: Paulo Sérgio Quintanilha

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