A cidade dos ‘puxadinhos’, de Roberto Anderson

Em artigo publicado originalmente no site “Diário do Rio”, reproduzido abaixo, o arquiteto Roberto Anderson aborda o fato de que, apesar de todos os questionamentos, o prefeito do Rio enviou à Câmara de Vereadores mais um projeto de lei de “mais valia”, o PLC nº 88/2022. “As mesmas irregularidades, produzidas por quem as comete na expectativa desse tipo de lei, poderão ser legalizadas”, afirma. Urbe CaRioca Roberto Anderson: A cidade dos ‘puxadinhos’ Link original A aplicação da chamada “mais valia” na Cidade do Rio de Janeiro vem de longe. Ainda como Distrito Federal, a cidade conheceu esse tipo de legislação com o Decreto nº 8.720, de 18 de janeiro de 1946 Em 2005, a Lei 4.176, de autoria do então Vereador Luiz Antonio Guaraná, proibiu a regularização de obras através do instrumento “mais valia” em algumas áreas da Barra da Tijuca(Leia mais)

Jardim de Alah recebe grande “abraço” contra a sua descaracterização

No último dia 21 de agosto, moradores dos bairros de Ipanema e do Leblon deram um grande “abraço” simbólico no Jardim de Alah, pedindo a manutenção das características originais do espaço para quem vencer uma  licitação – em tese para a realização de obras com vistas à revitalização da área -, uma vez que, em julho, a Prefeitura começou os estudos para a sua concessão de uso por 35 anos. A preocupação entre os moradores e frequentadores refere-se à possível perda do que deveria ser apenas um parque público, jardins, espaço para passeio e contemplação, inclusive para desfrute da vista belíssima que oferece do Morro do Corcovado e do Cristo Redentor – que o emolduram ao Norte -, para um shopping em área pública (a céu aberto, ou fechado se permitirem construções, como as notícias na grande mídia demonstram). Qual(Leia mais)

Lançamento: “Edifícios Teatrais Contemporâneos – Impactos urbano-ambientais e sociais nas cidades”

Acaba de ser publicado o novo livro da arquiteta e professora universitária Evelyn Furquim Werneck Lima:  “Edifícios Teatrais Contemporâneos – Impactos urbano-ambientais e sociais nas cidades”. O lançamento será na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil – RJ, nesta próxima quarta-feira, dia 31 de agosto. Haverá mesa-redonda na série Diálogos do IAB com Cêça Guimaraens, Andrea Borde e a autora discutindo políticas públicas e equipamentos culturais, com mediação de Paola Camargo.

Audiência sobre a Operação Urbana Consorciada entre Inhoaíba e Barra da Tijuca: SMPU,ausente !

Em artigo publicado recentemente, a professora e jurista Sonia Rabello chama a atenção para a publicação feita no Diário Oficial do Município na qual a Câmara Municipal do Rio anunciou a realização de uma Audiência Pública sobre o PLC nº 72/22, que pretende viabilizar a construção do Parque Municipal de Inhoaíba. Para tanto, prevê o uso de instrumentos da chamada Operação Urbana Consorciada com a transferência de Potenciais Construtivos do bairro de Inhoaíba para Barra da Tijuca. É um verdadeiro imbróglio urbanístico, com detalhes contraditórios e obscuros, nos moldes do seu “primo próximo”, o batizado Parque Natural Municipal Nelson Mandela. Com pouca antecedência ao fato, tivemos a notícia da saída dos quadros da Prefeitura, de Washington Fajardo, Secretário de Planejamento Urbano. Em mensagem ao alto escalão da administração municipal, o prefeito Eduardo Paes disse que ele e o arquiteto tinham(Leia mais)

A reconstrução do Campanário da Velha Veneza, de Claudio Prado De Mello

Neste artigo, o arqueólogo e incansável defensor do patrimônio cultural, Cláudio Prado de Mello, descreve interessantes detalhes sobre a história de um dos símbolos mais conhecidos de Veneza, o Campanário de São Marcos. Vale a leitura ! Urbe CaRioca A reconstrução do Campanário da Velha Veneza Publicado originalmente na página do autor em sua rede social Era entao uma segunda-feira … 14 de julho de 1902, e parecia uma manhã comum na Velha Veneza …Mas depois de mais de mil anos passados após sua fundação, as 09h47 da manhã, o campanário de São Marcos começou a ruir e colapsou, virando uma montanha de entulho. Mas e os escombros do campanário? Com as massas de alvenaria provenientes do campanário desmoronado, foi erguida uma colina nos Jardins de Castelo. O material arquitetônico foi levado para a ilha de São Jorge e outros(Leia mais)

No Rio, um Parque em Inhoaíba: o fim justifica os meios?, de Sonia Rabello

Neste artigo, publicado originalmente no site “A Sociedade em Busca do seu Direito”, a professora e jurista Sonia Rabello destaca que a Câmara Municipal do Rio anunciou que realizará uma Audiência Pública sobre o PLC nº 72/22, que diz tentar viabilizar a construção do Parque Municipal de Inhoaíba e que, para tanto, prevê o uso dos instrumentos da Operação Urbana Consorciada e de Transferência de Potenciais Construtivos de Inhoaíba para Barra da Tijuca. “Um verdadeiro imbróglio urbanístico”, com detalhes contraditórios e obscuros que chocam a todos que têm qualquer expectativa de segurança jurídica quanto ao planejamento urbano da Cidade. Urbe CaRioca No Rio, um Parque em Inhoaíba: o fim justifica os meios? Sonia Rabello Link original Fonte: Google Maps. Círculo marca o bairro de Inhoaíba A Câmara Municipal do Rio de Janeiro anunciou em seu Diário Oficial – quem o lê?(Leia mais)

Dia dos Pais, 2022 – Meu pai

CrôniCaRioca O ano já me faz lembrar dele. Nos jogos de Bingo, o número 22 era sempre chamado de “dois patinhos na Lagoa”. O número 1 era “cantado” assim: “Começa o jogo”. Naturalmente o jogo já havia começado, salvo se aquela fosse a primeira pedra sorteada, quando seria o início de verdade. Vou mais longe. Para trás no tempo, porém à frente ao reavivar boas memórias. Muito já escrevi aqui sobre ele, um Pai CaRioca autêntico, nascido e criado no subúrbio desta cidade. Ora para celebrar a data, ora sobre os Natais inesquecíveis no prédio da Rua Almirante Tamandaré, ou em passeios urbano-cariocas verdadeiros e imaginados, sem esquecer a paixão pelo Ford 50 e a fantástica história do Bolinho Mixto. Onde estará o Ford? E o bolinho, ainda existe? Chamava-se Adelcio. Nome estranho. Parecia único. Havia Adelson, Adilson… Adelcio, nenhum.(Leia mais)

Mais privatização do espaço público e menos calçadas

Quando o cidadão contribuinte acha que já viu de tudo e sofreu quase todo tipo de investida por iniciativa do Executivo e do Legislativo, das diversas esferas, mais um baque urbano-carioca. Agora, tendo como  mote a proposta de um dos vereadores de plantão na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, temos a “brilhante” ideia de autorizar a utilização da calçada em frente a todos os estabelecimentos comerciais: aumenta-se a já muito acrescida privatização do espaço coletivo, e reduz-se (neste caso, até empurra-se para a rua!) a área de circulação de pedestres. O que, aliás, todos somos. O referido Projeto de Lei (nº 1009/2018) consta na Ordem do Dia de votação da Câmara desta quinta-feira, e visa a permitir a utilização da calçada (80 cm) por parte dos comerciantes fronteiriços. Vale lembrar que os transeuntes, graças à Prefeitura e à própria(Leia mais)

Plano Diretor – A audiência pública na Ilha do Governador

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tem publicado periodicamente matérias sobre as audiências públicas territoriais promovidas referentes às discussões sobre o novo Plano Diretor da Cidade (Projeto de Lei Complementar no 44/2021) . Abaixo, reproduzimos o encontro ocorrido na última segunda-feira, diz 8 de agosto, no qual a Comissão Especial do Plano Diretor reuniu, no Auditório da Subprefeitura das Ilhas, parlamentares, representantes da Prefeitura, da sociedade civil e moradores para debater as propostas que impactam a região. Urbe CaRioca Plano Diretor: Poder Executivo propõe a manutenção dos parâmetros urbanísticos atuais da Ilha do Governador e região Publicado originalmente no site da CMRJ A Câmara do Rio retomou na noite desta segunda-feira (8) a realização das audiências territoriais para discutir o novo Plano Diretor (Projeto de Lei Complementar no 44/2021) com um encontro na Ilha do Governador. A Comissão Especial(Leia mais)

Quer construir fora da lei? Pague – Sempre o Gabarito!

A matéria publicada no O Globo desta quinta-feira, dia 4, relatando a substituição de Washington Fajardo na Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, aponta detalhes que permeiam os conflitos entre o ex-secretário e o prefeito do Rio, incluindo, sobretudo, a polêmica de um novo projeto apresentado pela Prefeitura à Câmara do Rio que legaliza puxadinhos enquanto ainda há debates sobre a revisão do Plano Diretor, sem o conhecimento e a anuência de Fajardo, que na época estava de férias. A longa reportagem de Luiz Ernesto Magalhães explica o assunto – a nova velhíssima lei de mais-valia – de modo claro e bem encadeado, tema da nossa postagem anterior: Mais-Valia, a Eterna. Entrevistada, a ex-secretária municipal de Urbanismo Andrea Redondo, idealizadora do Urbe CaRioca, ironiza: “A novíssima lei pode ser resumida nas seguintes frases: Quer construir fora da lei? Pague. Está sem(Leia mais)

Mais-Valia, a Eterna

Ou, A Lei PPP Nos idos do século XX havia colégios particulares de certa má-fama. Dizia-se que quase nada ensinavam ou, pior, que pouco se exigia dos alunos. Apelidados de “boate”, aonde os estudantes iam só para se divertir, eram também chamados de colégios “PPP”. Ao contrário de certas práticas governamentais, onde as PPPs são teoricamente Parcerias Público-Privadas – um modelo em geral mais público do que privado, como no caso da Zona Portuária, cujas obras de urbanização foram pagas em grande parte ou totalmente pelo Município e as alardeadas CEPACs (Certificados do Potencial Adicional de Construção) foram compradas pela Caixa Econômica Federal – para os colégios mal afamados o significado era “Papai Pagou Passou”. Ao conhecer a enésima versão da também malfadada lei da mais-valia, a analogia foi imediata. Por que não? A nova-velhíssima lei pode ser resumida em(Leia mais)