No Ano Novo, velhas leis urbanísticas

Notícias recentes informam que dois espaços no Leblon serão transformados em salas comerciais: os segundo e terceiro andares de lojas do Rio Design Center e o edifício da Oi, vizinhos e próximos a outros edifícios comerciais. Quanto à venda do prédio da Oi há uma estranheza. Antes de passar à operadora de telefonia, o edifício pertencia à antiga TELERJ. Um prédio público, portanto. Sendo a operação de telefonia uma concessão, o patrimônio imobiliário deveria retornar à propriedade do Estado. Segundo a notícia publicada pelo Diário do Rio, “As negociações envolvendo a edificação foram iniciadas em 2022, mas o desfecho só acontece agora por conta da necessidade da aprovação do negócio por parte da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel)”. Ao contrário do caso do Rio Design, o prédio da Oi/TELERJ é tipicamente um “Vendo o Rio”, títulos de várias postagens(Leia mais)

Feliz Natal !

Para recordar a beleza do Natal entre uma de tantas suas faces, divulgamos para os queridos leitores imagens que circulam nas redes e retratam vários desenhos de Árvores Natalinas criados com a ajuda da Inteligência Artificial e inspirados nas realizações de arquitetos mundialmente conhecidos. Feliz Natal! Andréa Albuquerque G. Redondo e Marcelo Copelli. Urbe CaRioca

Natal – É época de mudanças nas leis urbanísticas do Rio

CrôniCaRioca Vários leitores têm estranhado o silêncio deste espaço urbano-carioca em relação às últimas leis urbanísticas propostas para o Rio de Janeiro, em especial quanto a mais um Plano Diretor para a cidade, recentemente aprovado pela Câmara de Vereadores. De fato, tais leis têm sido analisadas e comentadas durante quase doze anos desde a criação do Urbe CaRioca. Cabe lembrar que estudamos e comentamos a proposta anterior do novo Plano que seria aprovada em 2011 artigo por artigo. Um trabalho exaustivo feito por vontade própria e graciosamente, tão somente pelo desejo de colaborar com o melhor para o desenvolvimento urbano da cidade. Na ocasião detectamos inúmeros aspectos questionáveis. Alguns seriam descartados como, por exemplo, a possibilidade de construir nas encostas acima da curva de nível +60,00, após pressão por parte da sociedade e divulgação pela imprensa. O entendimento geral mostrou(Leia mais)

Biblioteca Integrada: novo espaço para o conhecimento na Cidade Universitária da UFRJ

A recente inauguração da biblioteca especializada em artes, urbanismo e arquitetura na Cidade Universitária marca um marco significativo, sendo a mais ampla da América Latina, abrigando-se no segundo andar do Edifício Jorge Machado Moreira. Com mais de 90 mil itens, o acervo atenderá às necessidades da Escola de Belas Artes, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional. Projetada pelo arquiteto homônimo do edifício em 1954, o espaço, após décadas fechado ao público, foi revitalizado com recursos da Faperj e uma emenda parlamentar, tornando-se uma valiosa fonte de conhecimento. Equipada com infraestrutura para produção de mídia digital e internet de alta velocidade, a biblioteca visa atender às demandas contemporâneas de conectividade. A previsão é que a biblioteca esteja totalmente operacional no início de 2024, proporcionando um ambiente propício para estudo e pesquisa(Leia mais)

Definições dos vereadores na revisão do Plano Diretor

A Câmara Municipal do Rio aprovou, após uma longa sessão, a revisão do Plano  Diretor com um placar final de 37 votos a favor e 10 contrários. A proposta foi aprovada em segunda discussão, com 1.236 emendas apresentadas pelos parlamentares, cerca de 400 delas acolhidas. A redação final com tais emendas será elaborada e encaminhada para sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes. Conforme alerta feito pela professora e jurista Sonia Rabello, a lei que poderá mudar a cara da Cidade nas próximas décadas periga ser a pior que o Rio já teve. “Optou-se por mudar radicalmente a metodologia do planejamento urbano da Cidade, eliminando todos os detalhamentos dos planejamentos feitos ao longo de décadas para alguns bairros. A população da Cidade do Rio não tem a menor ideia do pacote com mais de mil emendas (!) propostas pelos vereadores,(Leia mais)

Controlando o passado e o futuro, de Eduardo Affonso

No artigo reproduzido a seguir, publicado originalmente no jornal O Globo, o arquiteto e cronista Eduardo Affonso trata da lei aprovada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro que proíbe “manter ou instalar monumentos, estátuas, placas e quaisquer homenagens que façam menções positivas e/ou elogiosas a escravocratas, eugenistas e pessoas que tenham perpetrado atos lesivos aos direitos humanos, aos valores democráticos, ao respeito à liberdade religiosa e que tenham praticado atos de natureza racista”. O autor relembra que o projeto recém aprovado é similar ao que tramita na Câmara dos Deputados e pretende impor a mesma medida em todo o país — substituindo os proscritos por “personagens históricos negros ou indígenas, escolhidos democraticamente e conforme a pluralidade, a heterogeneidade, a representatividade e a paridade de gênero”. “Já pensou se os antitabagistas conseguirem retirar as estátuas de fumantes? Se os veganos quiserem(Leia mais)

Sobre pretensas remoções e proibições de estátuas

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro promulgou no último dia 28 de novembro,  uma lei que proíbe a Prefeitura a manter ou instalar monumentos em homenagem a escravocratas, eugenistas e pessoas que tenham violado os direitos humanos. A lei prevê que as estátuas já instaladas devem ser transferidas para um espaço público, aberto ou fechado, “acompanhadas de informações que contextualizem e informem sobre a obra e seu personagem”. O projeto de lei foi aprovado em outubro. O prefeito Eduardo Paes não sancionou e nem vetou o texto enviado pela Câmara, sendo a lei promulgada pelo presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD) após expirar o prazo de 15 dias úteis para decisão do chefe do Executivo municipal. Entendemos que ao invés de tentar apagar o passado nossos governantes deveriam se preocupar em melhorar o nosso futuro. O mundo era outro,(Leia mais)

Flamengo e Caixa avançam em negociações : A Cidade precisa de mais um estádio?

Publicado no O Globo desta semana, matéria destacando que o Flamengo e a Caixa Econômica Federal estão em fase de negociações para a construção de um estádio na região do Gasômetro, na Zona Portuária do Rio. O clube expressou interesse em adquirir o terreno avaliado em R$ 250 milhões. Ainda não há um projeto definido para o estádio e outras fontes de receitas, como um shopping, um prédio comercial e edifício garagem. Embora linhas de crédito não tenham sido discutidas, ficou acertado que haverá uma próxima reunião para dar continuidade às negociações, com a sugestão de apresentar um termo de compromisso sobre as intenções do clube. O terreno e o potencial de construção pertencem ao FGTS, administrado pela Caixa. Diantes das articulações entre  clube e a Caixa, vale questionar se de fato,  a Cidade precisa de mais um estádio, na(Leia mais)

Novo Plano Diretor do Rio: pode ser a pá de cal na Cidade?, de Sonia Rabello

Neste artigo, publicado originalmente no site “A Sociedade em Busca do seu Direito”, a professora e jurista Sonia Rabello destaca que está prestes a ser votada, na Câmara de Vereadores do Rio, a lei que poderá mudar a cara da Cidade nas próximas décadas: o seu novo Plano Diretor. “Periga ser o pior que já tivemos. Optou-se por mudar radicalmente a metodologia do planejamento urbano da Cidade, eliminando todos os detalhamentos dos planejamentos feitos ao longo de décadas para alguns bairros. A população da Cidade do Rio não tem a menor ideia do pacote com mais de mil emendas (!) propostas pelos vereadores, e mais as enviadas pelo Executivo após a primeira votação”, afirma. Urbe CaRioca Novo Plano Diretor do Rio: pode ser a pá de cal na cidade? Sonia Rabello Está prestes a ser votada, na Câmara de Vereadores do(Leia mais)

Antigo Hotel Avenida : o fim de um período cultural rico e vibrante

Fonte: Arquivo Nacional da Cidade do Rio de Janeiro O dia 24 de novembro foi a data da última celebração feita no Hotel Avenida, marco arquitetônico e cultural do Rio de Janeiro, que teve sua demolição iniciada em 4 de novembro de 1957 para dar lugar ao Edifício Avenida Central. Este evento marca o período de rápida urbanização da cidade, marcando também o fim de uma era para os habitantes do Rio. O Hotel Avenida foi inaugurado em 1905, na recém construída Avenida Central (atual Rio Branco), sendo não apenas um estabelecimento de hospedagem, mas um importante ponto de encontro cultural. Sua localização privilegiada, ao lado da estação de bondes, o tornava um centro de gravidade para os eventos sociais e culturais do Rio, como o carnaval. O hotel se destacava não só por sua arquitetura imponente, mas também por(Leia mais)

As batatas

Crônica originalmente publicada na Página Oficinas Literárias Eduardo Affonso em 20/11/2023. As batatas “Ao vencedor, as batatas”(frase do personagem Quincas Borba no romance de mesmo nome) Machado de Assis (1839-1908) O homem saiu em disparada porta afora. Em uma das mãos levava um pacote, a outra apertava algo com força, nas costas a mochila surrada implorava por água e sabão. Ao ouvir o vendedor resmungar, para ela o inusitado passara a ser lugar comum. “De novo, de novo”, o empregado repetia. Resignado, a consolava, a mulher com os olhos arregalados frente ao inesperado. Ela estava acostumada aos pedintes que perambulavam pelas ruas do bairro, a cada dia mais numerosos. Alguns eram figuras permanentes incorporadas à paisagem humano-urbana há anos. Melhor seria dizer desumana. Outros sumiam durante algum tempo e ressurgiam asseados, cabelos aparados, roupas novas, para novamente se entregarem à(Leia mais)