As Águas de Março e o Mestre Zu, de Chico Fonseca    

O arquiteto e escritor Francisco Fonseca nos brinda mais uma vez com texto impecável. Em meio a lembranças e emoções, presta homenagens a dois importantes personagens da Cultura brasileira. Urbe CaRioca As Águas de Março e o Mestre Zu   Por Chico Fonseca Não havia sol nas bancas de revistas. Os reencontros e a chuva é que me enchiam de alegria e preguiça. Um aguaceiro havia desabado sobre a cidade durante toda a noite, mas o meu fusquinha branco tinha atravessado com valentia as poças d’água da Avenida Brasil e chegado inteiro à Faculdade de Arquitetura. Era março de 1973, início de mais um ano letivo. Entre confraternizações, abraços, conversas, planos, plantas, projetos, recebi de um amigo a informação de que o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) estava promovendo um curso de Comunicação Verbal, com especial enfoque para a(Leia mais)

Atentado estético contra o Pavilhão da Vista Chinesa, por Marcos Sá

Por Marcos Sá, arquiteto Inacreditável o que acontece por aqui com o patrimônio edificado. O pavilhão da Vista Chinesa, obra do Prefeito Pereira Passos de 1903, construído em argamassa armada simulando o bambu, tinha sido restaurado há alguns anos atrás com um trabalho primoroso executado na reconstituição da pintura que finalizava com perfeição o trabalho original da edificação, simulando as cores e os padrões de um bambu natural, com coloração amarela e alguns veios verdes. Um trabalho artesanal muito delicado, minucioso. Chego hoje lá e me deparo com esse horror! Inacreditável que repintaram todo o pavilhão com uma tinta cinza (as fotos mostram mal devido à luminosidade) e em esmate brilhante! Um crime contra o trabalho tão meticuloso anterior e um atentado estético ! Quem terá sido o autor desse ato de vandalismo travestido de manutenção? Alguém tem de ser(Leia mais)

Moradores tentam impedir construção de anel viário em Campo Grande

Polêmica a caminho.Enquanto o prefeito do Rio anuncia a construção de um novo anel viário em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, publicação do Jornal O Dia mostra a preocupação de moradores e coletivos da região que temem desapropriações e danos ao meio ambiente, pedindo inclusive a suspensão da licitação de quase R$ 300 milhões. A pauta também foi objeto de reportagem do Diário do Rio. Cabe perguntar: as trans-tudo foram concluídas? Será acompanhada de benesses urbanísticas e aumento de índices construtivos, como em situações similares anteriores? Urbe CaRioca Moradores de Campo Grande se unem para tentar impedir construção de túnel Danillo Pedrosa – O Dia Link original Rio – O velho dilema entre progresso e sustentabilidade tem sido motivo de um grande conflito no bairro mais populoso do Brasil (328 mil habitantes, segundo o Censo de(Leia mais)

Complexo de logística é liberado entre Barra da Tijuca e Recreio

Artigo publicado originalmente no O Globo Barra O trânsito na Avenida Salvador Allende, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, próximo à Avenida das Américas, que já sofre com constantes engarrafamentos no seu dia a dia, pode se agravar com a surpreendente notícia da autorização da Prefeitura do Rio para a instalação de um grupamento de galpões “destinados à armazenagem não inflamável”, o que criará um tráfego de caminhões pesados em uma área residencial. Região que teve um grande crescimento urbano em razão das Olimpíadas, principalmente, com a construção da Vila Olímpica — hoje o condomínio de luxo Ilha Pura —, pode ser drasticamente prejudicada tanto no âmbito de mobilidade urbana, quanto no ambiental, pois a autorização da construção do empreendimento é em uma área verde, que abriga espécies da flora e fauna silvestres, ameaçadas de extinção, agravando(Leia mais)

Primeira edição carioca de “Point Aéreo” reunirá o multi-instrumentista Rodrigo Sha e o DJ Gui Defilippi

Pela primeira vez no Rio de Janeiro, Rodrigo Sha e Gui Defilippi lançam curta temporada do “Point Aéreo” no rooftop do Prodigy Santos Dumont  Edição inédita acontece na véspera do desfile das Campeãs, dia 24/fev, no Orla 21 Rooftop, no Hotel Prodigy Santos Dumont. Ingressos já estão à venda no sympla.com.br Um visual deslumbrante, música de qualidade e o clima de verão no Rio de Janeiro. Esse é o cenário perfeito para a primeira edição carioca de Point Aéreo, evento que vai reunir o multi-instrumentista carioca Rodrigo Sha e o DJ e produtor paulista DJ Gui Defilippi. Ao lado de convidados, os artistas vão se apresentar e garantir a diversão de quem estiver presente no Orla 21 Rooftop, no Hotel Prodigy Santos Dumont, no dia 24 de fevereiro. Os ingressos já estão à venda na Sympla. “Esse ano completamos cinco anos(Leia mais)

Decretação de nulidade dos atos do Conselho do Meio Ambiente é suspensa pelo Presidente do TJRJ, de Sonia Rabello

Neste artigo, publicado originalmente no site “A Sociedade em Busca do seu Direito”, a professora e jurista Sonia Rabello destaca a reviravolta ocorrida após, no final do último mês, a Justiça do Rio ter decretado, por sentença, a nulidade de todos os atos administrativos do Conselho Estadual de Meio Ambiente ,“diante da nomeação irregular dos representantes do Poder Público, bem como da falta de paridade no Conselho” (Confira em “Porque a Justiça do Rio decretou a nulidade dos atos do Conselho do Meio Ambiente do ERJ”). Nesta quarta-feira, dia 15 de fevereiro, uma nova decisão do Presidente do TJRJ suspendeu a decretação de nulidade dos atos do Conema. Urbe CaRioca Decretação de nulidade dos atos do Conselho do Meio Ambiente é suspensa pelo Presidente do TJRJ Sonia Rabello Link original O Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de(Leia mais)

Um Conto CaRioca-Leblonense, de Cleia Schiavo Weyrauch

Cleia Schiavo tem brindado este blog com artigos sobre a cidade e crônicas inspiradoras. Abaixo, mais uma de suas estórias bem-humoradas que ficam para a História do nosso Rio de Janeiro. Urbe CaRioca Um Conto CaRioca-Leblonense, ou, A Estória de uma Lagartixa Feliz Nota fúnebre – Francisquinha 2019-2023 Francisquinha, minha lagartixa de estimação, morreu estupidamente com a chinelada que levou de uma ajudante nova, que não sabia do papel afetivo que ela exercia em minha vida. Certamente já teria uns quatro anos de idade quando seu o tempo de vida previsto pelo Google é de oito anos. Faz três anos, creio, que ela apareceu. Viveu fartamente à custa da minha despensa. Chegou a caminhar com dificuldade frente o peso adquirido! Mas, teve filhos e netos que passeavam durante a madrugada em toda a minha cozinha. Uma alegria só! No início(Leia mais)

(I) Legalidades urbanísticas: “mais-valia” também na na Turquia

As diuturnas articulações e os tortos caminhos percorridos nas ações políticas no Rio de Janeiro, muitas vezes na contramão dos verdadeiros interesses da sociedade e do futuro da Cidade rubricaram de forma perniciosa diversas alegações descabidas que buscaram de forma insistente nortear as “providências necessárias” para justificar ilegalidades urbanísticas nas últimas décadas. As tentativas de tornar esse espaço de fala em que se naturaliza a construção além de gabaritos fixados por lei, acontecem e se repetem diariamente. Conforme já levantado, paga-se para legalizar o fora-da-lei, paga-se antecipadamente para construir fora-da-lei. Agora, diante do fatídico terremoto que atingiu a Turquia e a Síria, deixando milhares de mortos, conforme divulgado na grande mídia, acirra-se o debate  sobre até que ponto a arquitetura turca, que já viveu outros violentos abalos sísmicos, pode ter contribuído para potencializar a catástrofe. A notícia reproduzida abaixo (Jornal(Leia mais)

Sempre o Gabarito: Prefeitura enviará à Câmara Municipal pacote para turbinar o Reviver Centro

Sempre o Gabarito, questão diuturnamente trazida à tona pelo Urbe CaRioca, sobretudo nos últimos anos. É notório que o Reviver Centro serviu para liberar gabaritos na Zona Sul, especialmente em Ipanema. Mas as ações parecem não ter freio. De novo querem mais, aumentando a altura dos prédios colados às divisas que já utilizaram todo o potencial construtivo dos terrenos. Além disso, com a proposta devolverão o dinheiro pago pelas construtoras para usufruírem as benesses concedidas na primeira versão. Aguardemos a publicação do Projeto de Lei Complementar. Urbe CaRioca Reviver Centro: Projeto amplia incentivos para quem construir residenciais na região Por Luiz Ernesto Magalhães –  O Globo Link original Em uma nova iniciativa para estimular a ocupação residencial da região central da cidade, a prefeitura vai enviar este mês à Câmara Municipal um pacote de medidas para turbinar o Reviver Centro,(Leia mais)

Como construir obras inacabadas, de Sérgio Magalhães

Publicado originalmente no O Globo – 05.02.2023 Sem atenção ao projeto, as obras no Brasil melhoraram de qualidade? Os preços ficaram estáveis? Por Sérgio Magalhães Contam-se aos milhares as obras há anos inacabadas de creches e escolas pelo país. O GLOBO mostrou que 4 mil estão nessa condição, segundo o Ministério da Educação. Convém contextualizar. Em 2011, o governo definiu a meta de construir 6 mil creches até 2014. Mas, ao fim de 2013, apenas 1.100 estavam concluídas, e mais de 4.800 não tinham iniciado ou estavam paralisadas. Ante a “emergência”, contratou outras 3.000 creches, em dois modelos, apesar das diferenças climáticas e ambientais do país. Ao que se sabe, a meta inicial continua inalcançada. Nos anos 1990, a prefeitura de São Paulo construiu “em emergência” as famosas “escolas de lata”, com graves problemas construtivos e ambientais. Os governos seguintes(Leia mais)

Prefeitura pretende comprar Edifício A Noite

Não há a menor dúvida sobre a importância de manter o Edifício A Noite como parte viva do Centro do Rio de Janeiro, ícone que é, primeiro “arranha-céu” e prédio mais alto da cidade, palco de (Rádios que funcionaram lá), primeiro a ser construído com a técnica do concreto armado e, ainda, seguindo o estilo da época, art-déco. Infelizmente as tentativas do Governo Federal para se desfazer do imóvel não se concretizaram. A notícia de que o Prefeito do Rio pretende adquirir o imóvel (leia-se: o município) pode ser alvissareira para o fabuloso A Noite, caso a triangulação anunciada prospere. Ainda assim, causa estranheza que, outra vez, sejam carreados mais recursos públicos – além das benesses urbanísticas questionáveis e de isenções de impostos –  para fazer o Reviver Centro reviver, do mesmo modo que as CEPACs da Zona Portuária foram(Leia mais)