BHERING, ESTUDANTINA… A VEZ DO BAR LUIZ

Ao caso da Bhering e da Estudantina, mais uma desapropriação anunciada. Agora foi a vez do Bar Luiz, situado na Rua da Carioca. O decreto de declaração de utilidade pública para fins de desapropriação foi publicado no Diário Oficial do Município de 30/03/2014.


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Um decreto de desapropriação, conforme já explicamos neste Urbe CaRioca, representa uma intenção que pode ou não ser concretizada: o Município tem cinco anos para decidir.

Sobre o assunto, vale conhecer TOMBAMENTO, A PANACEIA DO MOMENTO, publicado aqui no blog na época da compra dos prédios da Rua da Carioca pelo Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário. Lá estão também, os links para as duas análises sobre a Antiga Fábrica de Chocolates Bhering e a menção ao caso da Gafieira Estudantina.

Das desapropriações anunciadas nada mais se ouviu falar.

Resta saber por que não foi anunciada também a desapropriação de A Guitarra de Prata e de tantas outras lojas tradicionais do conjunto de prédios tombados na Rua da CaRioca.


A Guitarra de Prata
Foto: O Globo


Com razão, a Sociedade de Amigos da Rua da Carioca e Adjacências (Sarca) questiona a atitude do Prefeito, que pretende lutar por uma causa até nobre – a preservação de um estabelecimento antigo e característico do local – porém imiscuindo-se, mais uma vez, em assunto de terceiros – falta de pagamento de aluguel – e desconsiderando os vizinhos que certamente estão enfrentando o mesmo tipo de problema.

Enquanto isso os ocupantes da Bhering e da Estudantinacontinuam no mesmo lugar e os espaços pertencem aos mesmos donos, que não podem usufruir os imóveis devido aos decretos demagógicos.

Será que pagam o aluguel ou pagamos nós, os contribuintes?


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NOTA: O Jornal O Globo noticia hoje que na próxima quinta-feira, às 11h, a Associação de Amigos da Rua da Carioca vai levar um caixão para a porta da loja A Guitarra de Prata em protesto contra o despejo. Uma banda tocará marchas fúnebres e um abaixo-assinado pedirá a desapropriação do imóvel.

Como se vê, não apenas o tombamento é a panaceia do momento. A desapropriação (ou, apenas o sinal dela) é sua companheira.



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  1. Caro Anônimo,
    Velo que conhece bem o assunto. É um bom tema para debate, não? Se quiser fazer um artigo para possível publicação no Blog será bem-vindo. Assinado, é claro. No caso desse post tratamos da desapropriação demagógica, pois os imóveis já são tombados. Grata pelo comentário. Ab.

  2. Sim, vejo o eterno uso do instrumento do tombamento como arma demagógica para os politicos. Não é de hoje. Me recordo o tombamento de diversas casas sem qualquer valor nem histórico nem artistico no entorno da Lagoa cuja principal função era uma proteção a parâmetros urbanísticos do local. Vejo o caso do tombamento do Parque Peter Pan em Copacabana, como picuinha politica entre governo do estado e o municipal. Vejo o uso indevido do instrumento do Patrimonio de Natureza Imaterial como a torcida do Flamengo (!!!!), como a procissão de São Sebastião, partida de futebol Fla-Flu, etc etc.Até quando continuaremos a usar indevidamente tais instrumentos a serviço da demagogia?

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