Elefantes Brancos Olímpicos – Há ou não?

Foto: Beth Santos

Mais de cinco anos após os Jogos de 2016 no Rio, finalmente uma parte importante do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, vai se tornar um legado para a cidade. Na manhã desta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes anunciou a desmontagem do Parque Aquático e da Arena do Futuro (Centro Olímpico de Handebol), que vão se transformar em quatro escolas municipais, a um custo estimado de R$ 78,8 milhões, incluindo a construção.

As unidades serão instaladas em Santa Cruz, Campo Grande, Rio das Pedras e Bangu, cada uma com capacidade para 245 alunos. Além disso, a Prefeitura do Rio anunciou que vai fazer uma licitação para conceder as Arenas 1 e 2, o Centro de Tênis, o Parque Público e Live Site à iniciativa privada.

A promessa, se for cumprida, é mais do que providencial e bem-vinda. Mas é preciso estarmos atentos, pois ainda existem muitos frutos de ações passadas em forma de “elefantes brancos” espalhados pela Cidade. Tanto que as medidas a serem tomadas e contidas no discurso do prefeito comprovam isso, demandando novos custos para os cofres públicos.

Urbe CaRioca

Obras para construir escolas previstas no legado da Rio 2016 devem começar em setembro, diz Paes

G1 – Link original

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou nesta quinta-feira (22) que as escolas municipais previstas como legado olímpico da Rio 2016 devem começar a ser construídas em setembro. A licitação que estava prevista para esta sexta (23) terá de ser adiada.

“São todos recursos da prefeitura do Rio. Eu imagino que a gente esteja assinando esse contrato no mês de agosto e iniciando as obras em setembro”, concluiu o prefeito.

O G1 mostrou, no domingo (18), que vários pontos do legado olímpico do Parque estão indefinidos. As escolas municipais que seriam construídas com partes da Arena do Futuro só devem ser inauguradas a partir de 2023, quase 7 anos após o fim da Olimpíada no Rio.

Paes nega ‘elefante branco’

O dossiê de candidatura da cidade para sediar a Rio 2016 previa um gasto total de R$ 28 bilhões, R$ 13 bilhões a menos que os R$ 41 bilhões usados até agora.

Nesta quinta-feira, a Prefeitura do Rio procurou o G1 para informar que o gasto total com os jogos foi de R$ 39,07 bilhões. Segundo a prefeitura, o orçamento olímpico foi ajustado pelo aumento no número de projetos do legado, de 17 para 27. Foram incluídos a Linha 4 do metrô, os piscinões da Praça da Bandeira e a ampliação do Elevado do Joá.

Ainda com pendências, o custo da Olimpíada ainda está em aberto e vai crescer. Paes disse, no entanto, que não há sensação de desperdício nos gastos relacionados à Olimpíada.

“Não tem um elefante branco. A única tristeza que eu tenho é que a cidade foi abandonada nos últimos quatro anos. Não há frustração nenhuma. Foram as olimpíadas mais baratas da história”, afirmou. Ao falar sobre o legado olímpico, Paes disse que a administração anterior “largou” boa parte da cidade, chamando o ex-prefeito Marcelo Crivella de “incompetente”:

“Não foi só o legado olímpico que foi largado. A cidade foi largada e a gente está trabalhando para reconstruir”, disse Eduardo Paes.

Mais gastos

O valor estimado para a desmontagem do Centro Olímpico de Handebol e do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos a e consequente construção das escolas é de R$ 78 milhões. Na Arena 3, a única em funcionamento e sob gestão municipal, diversas atividades são oferecidas gratuitamente para alunos, como aulas de ginástica, handebol, artes marciais, badminton e outros esportes.

De acordo com a Prefeitura, no local será construída uma escola para 850 alunos em tempo integral.

O centro de Tênis e as Arenas 1 e 2 serão concedidos à iniciativa privada por 15 anos, com previsão de investimento de R$ 25 milhões. A licitação deve ocorrer em novembro, de acordo com o edital publicado na quarta-feira (21). O valor estimado da contratação é de R$ 98 milhões.

“Será concedida a arena e o lote onde ela se encontra”, disse Jorge Arraes, assessor especial de concessões e PPPs (parcerias público-privadas).

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