No aniversário do Rio, a pluralidade de ser carioca

Crédito: Cátia Veloso, registro do Morro da Urca

Há 457 anos, no dia 1º de março de 1565, Estácio de Sá, aos pés do Pão de Açúcar, dava início à história da Cidade que já foi capital de reino, de império e da república ao longo de cinco séculos. E durante todo esse tempo, ano após ano, sempre se fez merecedora a ter sido chamada Mui leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro!

Somos o berço da notoriedade, a exemplo de Tom Jobim, Machado de Assis, Vinicius de Moraes, Dona Ivone Lara, Cartola, Nelson Rodrigues, Chiquinha Gonzaga, Lima Barreto, João do Rio, Elza Soares, Noel, Pixinguinha, entre tantos outros, além dos nossos milhares, e não menos importantes, Josés, Marias e Silvas, anônimos ou não, nascidos, criados ou acolhidos na singular Cidade Maravilhosa.

Todos essenciais e integrantes da alma que se renova a cada dia, atravessada pela diversidade das identidades que juntas formam o inigualável sorriso que só o Rio possui. Um sorriso que mesmo diante dos estigmas que se multiplicam, das adversidades que se pronunciam e se repetem através da ausência das ações do poder público e da quebra de promessas ao longo de inúmeras gestões, não é capaz de se apagar.

Ser carioca, nascido, criado ou acolhido, é conseguir renascer diariamente, é manter viva a expectativa de que a retidão ainda será alcançada, mesmo com os trejeitos que a vida nos dá ao som do surdo que marca a caminhada por vezes solitária, por vezes envolvida, mão a mão, com a solidária multidão.

Muitas vezes, em datas que celebram o aniversário da Cidade, a primeira pergunta que fazemos é se há motivos para comemorarmos. E, em seguida pontuamos uma grande lista que se prolonga, ano após ano, destacando as demandas que se avolumam. Com o tempo vemos que, mesmo diante das necessidades clamadas de forma não mais submissa, sempre haverá o que enaltecermos.

Os que conhecem e se rendem aos encantos do Rio sabem que, bem organizada, a coisa anda e que, antes de tudo, o nosso povo faz jus à coletiva e eternizada Cidade Maravilhosa, continuando de pé, entre atropelos e por vezes na contramão, repetindo que o “Rio de Janeiro continua (e, se Deus quiser, continuará) lindo”

Que venham mais 457 anos! Parabéns Rio de Janeiro.

Urbe CaRioca

 

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