Rio recebe título de primeira Capital Mundial da Arquitetura pela Unesco

Detalhe do Palácio Capanema, no Rio de Janeiro. Tomaz Silva/Agência Brasil

A cidade do Rio de Janeiro é a primeira Capital Mundial da Arquitetura. O título foi entregue em cerimônia na manhã desta sexta-feira, dia 18, em Paris, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

A informação foi confirmada pela sede do organismo em Brasília. É a primeira vez que uma cidade recebe essa designação – criada no ano passado em parceria entre a Unesco e a União Internacional dos Arquitetos (UIA).

Abaixo, a notícia publicada no jornal “O Globo”.

Urbe CaRioca

Cidade do Rio é eleita pela Unesco como primeira Capital Mundial da Arquitetura

Especialistas avaliam que decisão é um reconhecimento a elementos que ajudam a contar mais de 450 anos da cidade, do Mosteiro de São Bento e do Cristo Redentor, ao moderno Museu do Amanhã.

Luiz Ernesto Magalhães

RIO – Primeira cidade a ganhar da Unesco o título de patrimônio cultural mundial na categoria paisagem urbana em 2012, o Rio de Janeiro acaba de conquistar mais uma honraria na manhã desta sexta-feira. Em uma reunião em sua sede em Paris, a Unesco escolheu o Rio para ser o primeiro a ganhar o título de capital mundial da arquitetura. O anúncio foi feito por volta de 12h20 na França, 9h20 no horário de Brasília. A decisão, avaliam especialistas em patrimônio histórico, arquitetos entre outros especialistas, é um reconhecimento a elementos que desde o século XVI ajudam a contar mais de 450 anos da história da cidade, sejam eles exemplares antigos, como o Mosteiro de São Bento e os Arcos da Lapa (construídos no período colonial), o Cristo Redentor (do início do século XX) ou o moderno Museu do Amanhã, âncora do projeto de revitalização da Zona Portuária.

A iniciativa faz parte de um acordo firmado entre a Unesco e a União Internacional dos Arquitetos (UIA) para dar o título às cidades que ficarem responsáveis pela organização do congresso mundial da entidade. A próxima edição do evento será no Rio, entre 19 e 26 de julho de 2020, e deverá reunir de 15 mil a 20 mil profissionais. O arquiteto Sérgio Magalhães, que preside a organização brasileira do evento, explicou, no entanto, que a expectativa inicial era que a Unesco só conferisse o título a partir da 28ª edição do congresso, marcada para 2023, em Copenhague (Dinamarca). Isso porque há apenas dois meses, em novembro de 2018, a Unesco e a UIA formalizaram a parceria. O título foi antecipado graças à organização do evento brasileiro que conseguiu reunir os documentos necessários a tempo.

— As razões pelas quais o Rio foi escolhido sede do Congresso Mundial de Arquitetura são praticamente as mesmas pelas quais a cidade ganhou esse título da Unesco. Em primeiro lugar, a força de uma cidade maravilhosa, reconhecida mundialmente. Em segundo lugar, o Rio tem um acervo arquitetônico que remete aos primeiros tempos do país. Poucas cidades no Brasil e no mundo têm essa diversidade. São, por exemplo, os melhores exemplares da arquitetura colonial e os melhores espaços do período imperial. Temos exemplares dos primeiros anos da República, do Modernismo e da art déco. Do período colonial, temos, por exemplo, a Igreja e o Mosteiro de São Bento e a Igreja da Glória. São elementos de primeiríssima linha — disse Sérgio Magalhães.

Ele acrescentou que, nos próximos meses, pretende usar a concessão do título pela Unesco para estimular a divulgação do congresso. Entre as ideias em gestação pelo organizador do evento, está de que a arquitetura seja tratada como um dos temas do réveillon de 2019/2020 na Praia de Copacabana. E que o assunto seja inserido de alguma forma por escolas de samba no carnaval do ano que vem:

— Ainda não temos um projeto fechado. Vamos começar a definir o que fazer a partir de fevereiro — acrescentou o cenógrafo Abel Gomes, que nos últimos anos foi responsável pela parte artística da festa da virada do ano, no Rio.

Simultaneamente ao congresso, será montada uma programação cultural, articulada pelo arquiteto Augusto Ivan, com exposições envolvendo centros culturais do Rio ao longo de 2020. Segundo ele, 48 instituições já manifestaram interesse em participar da agenda paralela. Boa parte da programação terá instituições da região central do Rio, como o Centro Cultural Banco do Brasil, o Arquivo Nacional e o Museu do Amanhã:

— A proposta não se limita a uma programação da parte histórica da cidade. Uma das ideias é criar oportunidade para que participantes do evento possam conhecer, por exemplo, o Parque Madureira, que se destaca como experiência de revitalização de uma área degradada na Zona Norte.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *