ARTIGO: ENTENDENDO A ESTAÇÃO CARIOCA – PARTE I, por Miguel Gonzalez

Os posts O Metrô e a Praça e a série Mais Metrô – de 2 a 10 – trataram de diversos aspectos que envolvem os importantes trilhos cariocas e, em especial, questionaram a prioridade do governo estadual que preferiu construir o prolongamento da Linha 1, chamando-a enganosamente de Linha 4, ao invés de concluir a Linha 2 ou executar a Linha 4 verdadeira.

texto de Miguel Gonzalez publicado no blog Metrô do Rio em 29/9/2012 traz importantes informações e esclarecimentos sobre a Estação Carioca, inconclusa, e permite compreender as deficiências do sistema, porque os trajetos são tão longos, e a superlotação dos trens, conjunto que tanto desconforto e sofrimento impõem aos usuários.

A carta publicada no jornal O Globo ontem, reproduzida abaixo, complementa o assunto.


Boa leitura!

ESTAÇÃO CARIOCA – INCONCLUSA
Blog Metrô do Rio

ENTENDENDO A ESTAÇÃO CARIOCA – PARTE I

por Miguel Gonzalez
A Estação Carioca foi projetada nos anos 60 e construída nos anos 70 para receber duas linhas de metrô. O tamanho da cidade e da população na época, previa que o Rio precisava de apenas duas linhas.
A Estação Carioca, que fica bem no Centro do Rio de Janeiro, seria o centro do sistema nervoso do metrô carioca. Ela foi planejada para receber as duas linhas de metrô da cidade e assim foi construída.
A Estação Carioca entrou em operação em 1981. Ela só recebia trens da Linha 1 mas foi aberta ao público assim. Grande parte do metrô em funcionamento hoje foi construído até 1984, mas a Linha 2, na direção Centro, não passou da Estação Estácio, que foi inaugurada em 1980.

Nos anos 90, a Linha 2 foi ampliada na direção Zona Norte até a Estação Pavuna. No entanto, apesar de algumas obras terem sido feitas sob a Avenida Chile, de terem preparado a fundação da Estação Praça da Cruz Vermelha e de terem escavado cerca de 80 metros de túnel entre a Estação Estácio e a futura Estação Catumbi, a Linha 2 jamais foi concluída na direção Centro.

Durante muitos anos, a Estação Estácio era a única estação de baldeação entre as Linhas 1 e 2. A Estação Estácio é uma estação pequena, que não foi construída para receber o enorme público que ela estava recebendo. Em 2009, o Governo Estadual optou por construir a Linha 1, que passou a colocar trens da Linha 1 na Linha 2 vice-versa.

Por que é importante recomeçar a obra de conclusão da Linha 2?


Para desafogar a Estação Estácio, para facilitar o acesso do público ao Sambódromo pela Estação Catumbi, para facilitar o acesso do público à rede hospitalar localizada na Praça Cruz Vermelha, para facilitar o transporte dos boêmios de e para a Lapa (se beber, não dirija!) e para levar o público direto à Estação Carioca com mais conforto.

E mais! Com o crescimento da cidade nos últimos 50 anos, especialistas e usuários do sistema metroviário defendem a extensão da Linha 2 não apenas até a Estação Carioca, mas até a Estação Praça XV para a conexão com o sistema de Barcas (para Paquetá, Ilha do Governador e Niterói).


Especialistas também defendem que a Estação Carioca seja ainda maior, recebendo trens da Linha 3 (vindos de Niterói), da Linha 4 (vindos da Barra da Tijuca) e da Linha 5 (vindos da Ilha do Governador).


Jornal O Globo – 02/10/2012


Hoje, nada mudou na Estação Carioca desde sua inauguração. A plataforma da Linha 1 está em operação e a plataforma da Linha 2, que fica abaixo da utilizada pelo público, segue fechada, escondida do público. Ao esperar o trem na plataforma e olhar o mapa disponível (foto), é impossível não sonhar com a conclusão da Linha 2. O mapa deste post coloca em verde o trecho construído da Linha 2 na Carioca, o trecho em preto do que falta construir e o trecho em azul de uma possível extensão para conectar o público às barcas.



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