em 01 de setembro de 2012
PONTO DE CEM RÉIS |
CENTRO HISTÓRICO |
Este é o Centro Histórico tombado, tem cidade alta e baixa, muita coisa bonita. Só depois com o saneamento da área da Lagoa a cidade foi se esticando para o mar. Há ricas igrejas, prédios institucionais, o Hotel Globo, praças e outros espaços, o casario colorido.
LAGOA – Parque Solon de Lucena |
PONTA SEIXAS Farol do Cabo Branco |
Aqui o sol nasce primeiro.
Tem um farol de base triangular muito famoso e com vista belíssima para o mar. Tem também água de côco gelada.
PRAIA DO BESSA |
O povo não curte as praias como no Rio de Janeiro, onde nasci. Não tem a rapaziada, nem a simpatia e cultura de um dos melhores programas do Rio: “Vamos a praia?” A água é verde-marrom, às vezes verde cristalina, um espetáculo!
Intermares, Bessa, Manaíra, Tambaú, Cabo Branco, uma praia após a outra, é um horizonte só. Não tem ilhas ou montanhas para barrar a vista, mas tem a vegetação das areias, protegidas, muitos coqueiros e amendoeiras.
Quiosques estão proibidos em outras praias. Não deveria: onde há muita gente tem que haver os serviços de apoio, nem que sejam os ambulantes da areia; no Rio havia e ainda tem alguns com produtos imbatíveis.
PRAIA CABO BRANCO – Vista |
Saindo dessas em direção a de Cabo Branco, subimos a rampa, como na av. Niemeyer aí no Rio, e nestas paragens encontramos a Ponta do Seixas, o tal ponto mais oriental das Américas. É um planalto: do centro cultural, projeto do centenário Niemeyer tem-se uma vista linda para as praias que já falei aí em cima, sentiram a semelhança? Algo como ir do Leblon à Barra em tempos idos.
Estação Ciência – Projeto de Oscar Niemeyer |
Continuando para o sul, em uma hora chegaremos às praias de Coqueirinho, com as falésias despencando em pequenos pedaços, bonitos, tons avermelhados e ocre.
Tem também uma praia de gente pelada, Tambaba, que fica em uma área de proteção ambiental, lugar ainda bastante selvagem.
Há pouco tempo, num passeio, o carro atolou na areia. Atrás de ajuda, nosso amigo precisou correr durante meia hora. Só que para encontrar a tal ajuda teve que atravessar justo essa praia todinha. Não se fez de rogado! Tirou o calção e correu pela areia afora com tudo de fora. Calma, pessoal, ele voltou já vestido, trazendo uma pick-up 4×4, a salvação! Demos muitas risadas com a história inesperada.
PRAIA da TAMBABA South Voyage |
Deram uma rasteira nos prédios da área litorânea: todos estão deitados, são baixos e compridos para compensar custos envolvidos; os técnicos dizem que é pra deixar o vento passar ou outros conceitos urbanos defeituosos.
Os prédios baixos, limitados a 12.50m de altura, ainda com bastante casas intercaladas, dão perfil simpático ao conjunto do litoral; no futuro talvez fique monótono, tudo na mesma altura. Deviam aproveitar esta ocupação natural. Prédios altos e baixos, alta e baixa densidades, e modificar alguma coisa no Plano da Cidade. Eu ia gostar.
A especulação imobiliária campeia, a área é reduzida, sem dependência de serviço. Querem fazer apartamentos tipo quitinete, como os da velha Copacabana Carioca, situação ruim já vivida por outras grandes cidades que querem repetir. E olha que a terra tem grandes nomes na arquitetura!
VISTA DO ALTIPLANO PARA PRAIAS Cabo Branco, Tambaú |
Há descaso pelas calçadas: descontínuas, servem de estacionamento, têm mato, buracos… talvez por isso o povo não passeie a pé: como não tem arborização, e o passeio é desrespeitado, mal calçado, o sol poderia rachar cabeças: com os tropeções, rachariam duas vezes!
Dizem que aqui tem qualidade de vida devido ao clima.
Mas não se enganem! O clima é a gente que faz, aí tem clima! Encontrarão um lugar bom de morar, uma cidade em formação. Estarão miscigenando novos hábitos e culturas, modificando necessidades, alterando fatores de urbanidade e consumo, enriquecendo a vida!
Venham para cá!
Notas:
Ailton Mascarenhas é carioca, arquiteto, e mora em João Pessoa há dois anos.
As imagens são de Facebook João Pessoa.
Belezura!!! Vou voltar… pode esperar "em pé"! Beijos!
Obrigado Sonia e Andréa.
Obrigado Nelson, acompanho no blogdandrea as publicações e você também estava lá, quer dizer, lá em Paqueta.
Obrigado Mônica.
Adorei a crônica, Ailton
Qualquer hora destas baixo por aí para rever esta encantadora cidade, onde não vou há uns 30 anos.
Obrigada por ter me atualizado com suas palavras e com as fotos postadas
Um grande abraço
Sonia, também gostei muito. Não conheço e fiquei com vontade de ir lá. Além do mais, visitar o Ailton! Obrigada, mas o mérito é só dos nossos amigos. E você, vai se anoimar a escrever? Um bairro do Rio, quem sabe?
Boa Nelson! "Alerta Ailton", adorei! Em breve, mais linhas de sua autoria.
Adorei a visão de nosso amigo sobre sua nova cidade. Estive lá em fevereiro de 2011 e posso confirmar o que disse.Realmente uma "cidade em formação" – prédios coloridos, bonito de se ver e praias quase que virgens. Parabéns Ailton pelo artigo e parabéns Andréa pela iniciativa dessas postagens de autoria de "nossos" arquitetos.bjs
Bravo, Ailton, bravíssimo.
Rompeu a barreira do silêncio com seu grito de alerta táo Ailton quanto sempre foi. Parabéns pelas frases, quase cantadas, quase encantadas, do melhor e pior que sente por estas plagas. Forte abraço do Rio que se ressente com suas ausências