O assunto da Marina Pública do Rio, situada no Parque do Flamengo, tem sido tratado por este Blog. Segue em evidência.
O post MARINA DA GLÓRIA, O PROJETO IMPOSSÍVEL, publicado na última sexta-feira, dia do aniversário da Mui Leal e Heroica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro repercutiu nas redes sociais. Foi o quarto da série iniciada com AI! QUE A MARINA VOLTOU, prosseguiu com MARINA DA GLÓRIA, 2 -ENTREVISTA AO BLOG ELIOMAR, seguido de EXTRA, EXTRA! – AI! QUE A MARINA DA GLÓRIAFOI APROVADA! SERÁ MESMO?
O PROJETO IMPOSSÍVEL resumiu as análises anteriores e apontou a essência do caso: o uso pretendido de Centro de Convenções e Shopping é vedado pelas normas urbanísticas e pelos critérios que nortearam tombamento do bem cultural ímpar que é o Parque do Flamengo.
A afirmação da empresa que apresentaria o projeto tão logo aprovado confirmou-se. Após a espantosa aprovação dada pelo órgão federal de tutela do patrimônio histórico e cultural, notícia publicada no último sábado pela imprensa (Desvendados os Mistérios…) informou-nos, finalmente, algumas características do projeto.
A revelação do misterioso projeto tem por objetivo provocar a discussão sobre sua qualidade, se feio ou bonito, arrojado ou conservador, adequado ou inadequado. No caso, não interessa. O que deve ser levado em conta é a sua natureza. Sendo proibidos os usos de shopping e Centro de Convenções não há o que discutir ou apreciar. Mesmo com o apoio do Prefeito, do IPHAN e da imprensa. É perda de tempo.
Mas, os interessados na construção – Prefeitura e empresa concessionária, conforme consta no parecer do órgão federal -, têm tempo.
Após o sinal verde do IPHAN, o concessionário da Marina deu início ao processo de “road show” da sedução através da propaganda: liberou o projeto para a imprensa que se encarregou de divulgá-lo para o público leitor e a audiência da televisão; convidou a população para conhecer a maquete do projeto na manhã do último domingo, no parque; e, convidou representantes de instituições, profissionais diversos e políticos – os ditos ‘formadores de opinião’ – para expor-lhes a proposta.
Que não se enganem. É doutrinação para que os olhares se dirijam às Formigas enquanto o Elefante caminha devagar e discretamente. É fazer aflorar a vaidade dos que detém o poder no momento, chamados a opinar, por conveniência. E cultivar essa vaidade até obter a aprovação final.
Vale repetir que o Parque do Flamengo é área pública non-aedificandi, bem de uso comum do povo. Portanto, não incidem parâmetros urbanísticos além do plano de massa original que define o que pode ser construído e o uso respectivo.
Os mistérios relativos ao projeto não interessam, a menos que não se fale sobre medidas, cores, implantação, harmonia, tráfego, paisagem… Não interessam porque aceitar analisá-los será o primeiro passo para o desvio da finalidade estabelecida em lei.
Mistérios de natureza diversa são assunto estranho a um blog urbano-carioca. Caberá a outros desvendá-los, se existirem.
Prezado Elmo,
Não vejo problema em defender seus interesses de velejador. O problema é que os interesses do empresário e da prefeitura desrespeitam a lei e desprezam o interesse coletivo – ou seja, o interesse público. Quanto a fazer uma parada na Marina, faço votos para que esse absurdo (o projeto e não o seu passeio) seja logo descartado, e que você e muitos outros possam continuar a usufruir do belo equipamento urbano público que é a Marina da Glória.
Ab.
Andréa
Não sou arquiteto, mas gosto de coisas bonitas, o projeto é bonito, arrojado, mas é só isso… fico pensando se tanto dinheiro não resolveria pelo menos um pedaço da tristeza daqueles que perderam suas casas na região serrana fazendo lá um projeto paisagístico pra conter a encosta e aproveitando a vocação turística da cidade… tolice, afinal vivemos um tempo onde humanidade e lucro são vias antagônicas, quase uma dicotomia…
Se assim é defendo primeiro os meus interesses, e assim sendo, defendo o meu interesse de Velejador; eu disse VELEJADOR!!! tenho um pequeno barco movido a vento e não um yatch, sendo assim do meu interesse particular só me cabe uma pergunta:
– Poderei pegar minha filha no Rio fazendo uma parada na Marina que até então é Pública????
Saudações com descontentamento… infelizmente
Elmo Romão
Bom dia ! Acho que deveríamos soltar a voz de imediato, depois de aprovado, eles aplicam tática de guerra, quando menos percebermos estará tudo derrubado e eles já terão ocupado a área.
Franklin – RJ
Prezado anônimo,
Obrigada pelo comentário. Para os próximos, peço a gentileza de identificar-se. Quanto ao movimento, espero que o Blog Urbe CaRioca esteja ajudando! Ab.
Dizem que este Senhor "doou" fábulas de dinheiro para implantação das UPPs. Como não há almoço de graça, esta é a contrapartida para reaver o aplicado.
E o Iphan hein? aplicando a famigerada "consulta prévia" tão em voga em tempos idos na Prefeitura…
Esta na hora de começar um movimento non passaram
Estás coberta de razão, Andréa, se esse projeto passar, o Parque já era. Devem todas as pessoas de bem soltar a voz para assim impedir o atentado que a EBX pretende fazer contra a Marina e o Parque, e por extensão à Baía.
Prezado Ricardo,
Obrigada pelo comentário. Estou pensando em reunir alguns comentários sobre os textos que trataram da Marina, em um novo post. Caso decida, poderia usar este?
Ab.
Eike não diz que vai transformar a área do parque que foi cercada no PAN e retomada as duras penas pela população depois de 5 anos, em estacionamento do shopping. Ele aproveita o desconhecimento da maioria das pessoas sobre o parque para incluir esta área como área da marina, deslavada mentira.
Mente quando diz que a marina tem 18 metros de altura, quando na verdade são as tendas colocadas lá, que não fazem parte do projeto original, que tem esta altura. Mente quando diz que o IPHAN aprovou o projeto, foi apenas uma pré-aprovação, lançou então na mídia com intuito de sondar como está a mobilização da população. Se a resposta fosse nula, as máquinas já estariam cavando o parque. No fundo o que ele quer é a marina mais a área que será cercada para as olimpíadas em 2016. Todo esse jogo tem mais um objetivo: sem a reforma da marina aprovada ele não conseguirá vender uma parte da empresa que administra a marina, pois está descapítalizado. Se esse projeto passar, o parque ja era. Vão construir o teatro do porcão, o espigão do MAM e não duvido nada da área de aeromodelismo também ser loteada para construção. Se isso acontecer, e eu não duvido que possa, devido ao retrospecto quando se trata de dilapidar o bem público, mudarei de cidade.
Preocupante também é a falta de coordenação nos esforços para barrar essas loucuras. Nem o abaixo-assinado digital está funcionando, tem dois!