Metrô do Rio – Estações rebatizadas. De novo

Em tempos de crises econômica e de saúde devido à pandemia de Covid-19, o usuário do Metrô Rio que passa pela Estação Botafogo ou a utiliza, desde o início desta semana está tendo uma surpresa. Agora, o terminal se chama Estação Botafogo/Coca-Cola! A mudança aconteceu após um acordo entre a multinacional de bebidas e a concessionária Metrô Rio, que passa por uma crise financeira e terá aumento de receita com os naming rights – direitos de uso do nome.

A ideia não é nova e surgiu ainda no governo Sergio Cabral. À época, o projeto “Estação Patrocinada” buscava parceiros que explorariam espaços publicitários nas estações e seriam apresentados no site com o nome da marca atrelado ao de uma estação do metrô. O MetrôRio chegou a dizer que o projeto não mudaria o nome das estações, mas permitiria “a adoção comercial de cada uma” através de uma iniciativa, segundo a concessionária, prevista em contrato e chamada de receita acessória. (Vale conferir a crônica “Elogilda, Reclamilda e o metrô rebatizado”).

Com a má repercussão, a ideia não foi adiante. Mas, de lá para cá, o que mudou desde então? Tivemos uma superlotação ainda maior nas composições, a Linha 4 (Linha 1 “esticada”) e mudou o governador. Nada mais…

Pelo menos se fosse um alimento saudável… Melhor nem dar ideia, ou poderemos ter a Estação Arroz com Feijão.

Imagem que ilustrou a crônica “Elogilda, Reclamida e o metrô rebatizado” 

Crônica CaRioca: “Elogilda, Reclamida e o metrô rebatizado

As amigas se encontraram de novo no Metrô. Lotado. “Oi, que saudade!”, dois beijinhos cariocas, e, conversa vai, conversa vem…

ELOGILDA – Amiga, ontem fiquei muito triste, parecia que nossa vida nesse Metrô ia melhorar e, de repente, nada feito, vai continuar o mesmo sufoco porque eles não têm dinheiro para cuidar de tanta coisa… É o que eles dizem, né?

RECLAMILDA – Só você prá achar que isso aqui não dá dinheiro, Elô. O que falta é vergonha, não é grana! E melhorar de que jeito, se a cada dia a coisa tá mais feia, daqui a pouco vai chegar o pessoal da Barra, Recreio, Guaratiba, Santa Cruz… Mais aperto, sem falar no pessoal da Linha 2 tudo junto até a Barra! Falta, sim, é o povo reclamar, essa história de dizer que brasileiro é bonzinho só atrapalha, estamos sempre sendo feitos de bobos!

ELOGILDA – Pôxa, a solução era salvadora, a empresa que administra o Metrô tá, sim, precisando de dinheiro, coitados… Ganha pouquinho, mesmo com milhares de passageiros se espremendo todo dia feito a gente. Então resolveram vender os nomes das Estações, com a grana tudo ia melhorar, aposto que nós íamos viajar sentadas!

RECLAMILDA – Como é que é, vender o quê? Vão vender passagem mais cara, de novo? Misericórdia! … (Leia mais)

Urbe CaRioca

Em crise, Metrô Rio vende nome de estação, que vira Botafogo/Coca-Cola

Empresa, que tem sede no bairro, fechou parceria com a concessionária pelos direitos do nome da estação. Troca gerou polêmica e memes em redes sociais.

Por G1 Rio – Link original

Naming rights no metrô do Rio altera nome de estação para Botafogo/Coca-Cola — Foto: Cristina Boeckel/G1

Desde o primeiro dia de 2021, quem passa pela estação do metrô de Botafogo, na Zona Sul do Rio, percebe, nos letreiros e nos avisos sonoros, a mudança no nome: Estação Botafogo/Coca-Cola.

A mudança – que causou polêmica e gerou piadas nas redes sociais – aconteceu após um acordo entre a multinacional de bebidas e a concessionária Metrô Rio, que passa por uma crise financeira e terá aumento de receita com os naming rights – direitos de uso do nome.

Os valores da negociação não foram divulgados. A informação foi antecipada pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

Foto: Cristina Boeckel/G1
Foto: Reprodução/Redes sociais

A venda de naming rights é comum nos mercados esportivo e cultural. Empresas costumam pagar para explorar comercialmente estádios e arenas, com a mudança do nome.

Em setembro, por exemplo, o Corinthians anunciou a venda dos naming rights de sua arena em São Paulo, a exemplo do que já ocorre com o Palmeiras.

Na gestão pública, no entanto, é prática pouco utilizada no país e já foi vetada no Rio, em 2013, pelo então governador Sérgio Cabral. No ano passado, a prefeitura abriu edital de licitação para explorar as estações do BRT, como antecipou o Blog do Edimilson Ávila, mas não houve avanço.

O Metrô Rio informou que não há previsão de mudanças semelhantes em outras estações.

Mesmo assim, a ideia gerou piadas na web sobre como poderiam se chamar outras estações. Montagens inventaram parcerias, como Saens Peña/Venâncio — a estação, numa praça da Tijuca, é vizinha a uma filial da rede de drogarias carioca.

Piada com a venda de ‘naming rights’ do metrô do Rio — Foto: Reprodução/Redes sociais

Sede é vizinha do metrô

A multinacional diz que a escolha da estação para a inauguração da parceria está ligada à proximidade com a sede da Coca-Cola Brasil – na Praia de Botafogo –, mas também com o “objetivo da marca de estar cada vez mais perto das pessoas”.

“Temos uma longa história com o Rio, cidade que abrigou nossa primeira fábrica brasileira, e dar nome a essa estação carioquíssima, que dá acesso ao Pão de Açúcar, é uma honra e motivo de muito orgulho para nós”, afirmou a diretora de marketing da Coca-Cola no Brasil, Marina Rocha, em seu perfil no Linkedin.

Pandemia e crise financeira

A Covid-19 e a drástica redução na operação – mais de 80% no início da pandemia – causaram um forte impacto financeiro nas concessionárias de transportes do Rio. O secretário de transportes do RJ, Delmo Pinho, chegou a dizer que havia um risco “bastante alto” de suspensão das atividades.

Em agosto, a Agetransp notificou o Metrô Rio para impedir que o serviço fosse paralisado.

“O MetrôRio está sempre em busca de parcerias e inovações que tragam benefícios aos passageiros – como armários para recebimento de compras on-line e pagamento por meio de QR code e por aproximação”, disse a concessionária.

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