Após o governador do Estado do Rio de Janeiro ter anunciado no último dia 5 de setembro que o buraco cavado para a construção da Estação Gávea seria aterrado, conforme notícia veiculada no Jornal “O Globo“, temos a notícia de que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou, nesta quarta-feira, dia 11, com uma ação civil pública para que governo do Estado retome as obras da Linha 4 do metrô.
O pedido é baseado em um laudo técnico produzido pelo Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), cuja nota foi publicada neste site urbano-carioca. Segundo a instituição, a proposta anunciada por Wilson Witzel “ignora completamente aspectos técnicos básicos”, acrescentando que, dependendo da forma como o aterramento for executado, “poderá até ampliar os riscos já existentes”, e que as soluções técnicas indicam que “a melhor hipótese é, sem dúvida, a conclusão das obras da Estação”. Portanto, caso não seja retomada, a obra poderá entrar em colapso.
O MPRJ reapreciou o caso e pediu a extinção de ação anterior que impedia o estado a realizar novos investimentos por causa da acusação de superfaturamento do projeto. A nova ação será julgada pela 16ª Vara de Fazenda Pública da Capital. Veja a matéria completa sobre a ação do MPRJ do jornal “O Globo”(aqui).
Anteriormente ao anúncio da ação, o ativo movimento “Metrô que o Rio Precisa” relatou o encontro ocorrido com deputados, além de representantes da PUC e da AmaGávea com o governador Wilson Witzel, que já mudou seu discurso e disse que “deveria” retomar as obras da Linha 4. Abaixo, em detalhes, mais um capítulo deste imbróglio*.
Urbe CaRioca
Em defesa da Linha 4 do metrô
*Publicado originalmente na página “Metro que o Rio Precisa”
Nosso movimento esteve durante as ultimas semanas em contato com o deputado estadual Chicão Bulhões (Novo), integrante da Frente Parlamentar em Defesa da Linha 4 do metrô. Veja o relato que ele fez da reunião :
Ontem (dia 9 de setembro) alguns deputados integrantes dessa Frente Parlamentar (vide o documento assinado pelos deputados abaixo), além de representantes da PUC e AmaGavea estiveram em uma reunião com o governador Wilson Witzel, que já deu uma abrandada em seu discurso.
Ontem (dia 9 de setembro) ele escreveu em sua página no facebook:
“Hoje recebi representantes da Associação de Moradores da Gávea, da PUC e deputados da Frente Parlamentar da Linha 4. É do meu total interesse concluir e entregar a estação do metrô para a população, mas estou impedido pela Justiça de retomar as obras. Além disso, a empresa responsável não mostra interesse em continuar os trabalhos. Estamos agindo para encontrar o melhor caminho para a questão e conto com o apoio do Ministério Público e da Justiça para que possamos utilizar o dinheiro recuperado pelos acordos de leniência da Lava-Jato nas obras. Assim poderemos evitar o aterramento.”
Não podemos permitir que os mais de R$ 900 milhões(do nosso dinheiro) gastos na estação Gávea e nos túneis de ligação, mais a maquina do tatuzão, sejam simplesmente largados e aterrados, sabe-se lá quantas décadas ficariam abandonados lá, como em outros casos já existentes no metrô do Rio.
A estação não é só importante aos moradores do bairro, mas também a todos os trabalhadores e estudantes da região, que vêm de diferentes áreas da Região Metropolitana. Além disso, a Gávea é a ultima estação que falta a Linha 1 e possibilita a ligação futura com a Tijuca, fechando o projeto do Anel da Linha 1, desde 1981 nos papel, dinamizando assim os fluxos de demanda do metrô. A outra plataforma da estação Gávea, já está embicada em direção ao Jardim Botânico, o que possibilitaria a retomada das obras rumo ao Humaitá, Botafogo, Laranjeiras e Centro, ou seja a Linha 4 original.
A Lava Jato tem conseguido devolver à estatal quantias que foram confiscados pelas quadrilhas que assolaram a Petrobras. Cremos que esse tipo de devolução de dinheiro roubado pode ser usada no metrô para que se devolvam os cerca de R$ 3,2 bilhões de superfaturamento que o Ministério Público apontou em relação as obras do prolongamento da Linha 1 ( “linha 4”).