Grupos e institutos de defesa do patrimônio histórico e ligados ao Rio Antigo organizaram um abaixo-assinado pedindo a preservação do centenário sobrado eclético, construído no século XX, localizado na Rua da Assembleia, n° 13, nas proximidades do Palácio Tiradentes, no Centro do Rio, que está prestes a ser demolido pela Prefeitura.
O imóvel, segundo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), órgão subordinado à Prefeitura do Rio de Janeiro, não estaria localizado nos limites da Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC), Corredor Cultural, e não seria alvo de qualquer tipo de proteção por parte do poder público. Isso, entretanto, conforme já dito neste blog, não impede que a Prefeitura reconsidere o assunto e, em novos estudos, inclua o imóvel na proteção do tombamento.
Urbe CaRioca
Grupos de defesa do patrimônio histórico tentam impedir derrubada de prédio centenário da Rua da Assembleia
Abaixo-assinado tenta mostrar importância do sobrado em estilo eclético
Por Fernanda Pontes – O Globo
Grupos e institutos de defesa do patrimônio histórico e ligados ao Rio Antigo organizaram um abaixo-assinado pedindo a preservação de um imóvel que eles chamam de “uma pérola da arquitetura” do Rio. Trata-se do edifício número 13 da Rua da Assembleia, no Centro. O prédio centenário de três andares em estilo eclético com influência do art nouveau não é tombado e está prestes a ser demolido.
O documento que vem circulando em grupos de WhatsApp e redes sociais descreve o imóvel com um “belíssimo exemplar do estilo eclético com maravilhoso trabalho de ferronnerie, frontões neoclássicos, rico trabalho de marcenaria e grandes detalhes autorais típicos da assinatura dos prédios nascidos na grande reforma de Pereira Passos, que transformou o Rio numa capital Belle Époque”.
Eles alegam que o imóvel “complementa o percurso histórico dos importantes edifícios de seu entorno imediato, como o Palácio Tiradentes, antiga Câmara Federal, o Paço Imperial, o Convento do Carmo e a Igreja de São José”.
O grupo que assina o documento sugere que ao menos a fachada seja preservada para que a história do Rio seja mantida viva. Pedem ainda que as reuniões do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural sejam feitas com participação social, aberta a pessoas interessadas no tema, com direito a voz nas discussões.
A importância deste abaixo-assinado
Por Andre Angulo
Prezado Prefeito do município do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e demais autoridades,
Vimos por meio desta, chamar a atenção para um grave ataque à cultura e a história do Rio de Janeiro, com mais um apagamento da riqueza arquitetônica de seu centro histórico.
A cidade foi surpreendida pelo começo da demolição de mais uma pérola da arquitetura do Centro do Rio – o número 13 da Rua da Assembleia, edifício de três andares, belíssimo exemplar do estilo eclético, com influência do Art Nouveau, composto de singular galerias de stucco, maravilhoso trabalho de ferronnerie, frontões neoclássicos, rico trabalho de marcenaria e grandes detalhes autorais típicos da assinatura dos prédios nascidos na grande reforma de Pereira Passos, que transformou o Rio numa capital Belle Époque.
Junto a isso, a gravidade do desaparecimento de um indivíduo urbanístico, que complementa o percurso histórico dos importantes edifícios de seu entorno imediato, como o Palácio Tiradentes, antiga Câmara Federal, o Paço Imperial, o Convento do Carmo, a Igreja de São José e tantos outros, podemos alertar, inclusive, de que este exemplar está inserido em uma quadra que é a própria linha do tempo da arquitetura da primeira metade do Século XX no Rio de Janeiro, pois tem a seu lado um exemplar Art Déco, um prédio da década de 40 e outro da década de 50, instaurando numa única quadra cinco décadas de arquitetura da cidade!
Por todos esses motivos precisamos de um posicionamento urgente das autoridades a tempo de impedir o apagamento da história, com a perda de mais este belo edifício.
Sabemos que as demandas econômicas são lícitas e que a propriedade privada precisa ser respeitada e para isso, a cidade pode admitir soluções conjuntas, como a manutenção da fachada e a criação de um novo prisma, com afastamento para que a escala humana da antiga construção seja respeitada, a história do Rio seja mantida e a relação de memória e a afetividade dos cariocas com sua cidade seja priorizada.
Por todos os pontos elencados acima, consideramos de suma importância que as reuniões do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural sejam feitas com participação social, aberta a pessoas interessadas no tema, com direito a voz nas discussões.
Que na apreciação de demolições ou outras intervenções em prédios não tombados anteriores a 1938, cujo parecer do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural é obrigatório segundo o decreto 20.048/2001 sejam realizadas na forma de audiências públicas para que as dimensões de publicidade e impessoalidade da administração pública seja imputada na boa prática do fluxo processual dos órgãos públicos do município do Rio de Janeiro e, por fim, que o IRPH – Instituto Rio Patrimônio da Humanidade seja transformado legalmente na forma de autarquia que o seu primeiro nome leva, mas que de fato não o é. Que um projeto de lei de iniciativa do Executivo seja exarado o quanto antes, nestes 12 anos de criação do órgão e que o mesmo seja instrumentalizado com recursos financeiros, tecnológicos e humanos condizentes com a importância que os bens culturais tem para o município do Rio de Janeiro.
Este grupo, que inclui várias entidades, pessoas e profissionais que lutam pela preservação do patrimônio artístico histórico e arquitetônico do Rio, abaixo listados, pedimos a atenção das autoridades para que essa tragédia não aconteça.
Idealizaram este protesto:
Instituto Rio Antigo
S.O.S. Patrimônio
IBLHA – Instituto Brasileiro de Legados, Heranças e Acervos Culturais
Instituto Niemeyer
LiGuia – Liga Independente dos Guias de Turismo do Estado do Rio de Janeiro