Patrimônio Histórico abandonado não é novidade

O título deste post é idêntico ao do livro de Gabriel García Marquéz publicado em 1981: Crônica de uma Morte Anunciada. Ao longo de décadas não faltaram avisos, enquanto faltam providências. Não obstante ser assunto complexo que envolve direito de propriedade e dificuldade de ação por parte dos órgãos públicos devido à demanda por recursos, podemos questionar pelo menos dois aspectos. O primeiro é o descaso para com o patrimônio cultural e histórico diante de tantas escolhas equivocadas, verbas públicas desperdiçadas (refazer um sistema de BRT recentemente construído e em vias de ser novamente modificado; construir a falsa Linha 4 do Metrô, mais cara e que atende parcela menos da população, etc.). O segundo é indagar quantos desses imóveis são Próprios Municipais, Estaduais e Federais abandonados e , se não houver entre os 160, que se apresente a lista das(Leia mais)

Sempre o Gabarito: de novo no Sambódromo

O Prefeito do Rio pretende executar mais um projeto urbanístico que envolve a demolição de um elevado – o que fica ao lado do Sambódromo, transformado em uma via expressa ao nível do solo – e mudar as regras para ocupação do solo ao longo dessa, como exposto no vídeo o publicado pelo Rioetc. Voltamos ao “Sempre o Gabarito”. O que pensa a respeito o leitor deste Urbe CaRioca?

Sempre o gabarito. Agora travestido de Metrô

Prefeito do Rio quer negociar com o estado a liberação de potencial construtivo para financiar a Linha 6. Em troca, pede integração do Jaé com Riocard e gestão dos trens urbanos na capital. Mas vale questionar: Não fez o BRT ? Qual o trajetória? É de superfície? No mesmo lugar do BRT? Urbe CaRioca   Paes propõe apoio para linha seis do metrô ,expansão da Linha 4 até o Recreio e quer assumir trens da SuperVia no Rio Por O Globo — Link original O prefeito Eduardo Paes afirmou, em suas redes sociais, que encaminhou ao secretário estadual de Transportes, Washington Reis, a posição favorável à expansão do metrô do Rio, com a criação da linha seis que ligaria Barra, Jacarepaguá e a Zona Norte; e a expansão da Linha 4 até o Recreio. “Para tal, a prefeitura do Rio(Leia mais)

Mata (?) Maravilha, mais um lançamento…, de Roberto Anderson

Neste artigo, publicado originalmente no Diário do Rio, o arquiteto Roberto Anderson comenta sobre o projeto “Mata Maravilha” que envolveria o conjunto de imóveis do Moinho Fluminense e vários outros ao redor, incluindo até mesmo o edifício do 13° Batalhão da Polícia Militar, que é tombado, e galpões do Porto do Rio, ou seja, da alçada de outras instâncias de poder. “Para tornar tudo mais palatável, as torres são apresentadas como verdes, ou seja, com fachadas tomadas por vegetação e arborização. Haveria o plantio de 50 mil árvores de grande porte, o que representaria uma árvore a cada 5 m2, um evidente exagero. Na verdade, uma impossibilidade. (…) O tempo dirá se o Mata Maravilha verdejará ou se logo será substituído por uma nova imagem bombástica”, destaca. Urbe CaRioca Mata (?) Maravilha, mais um lançamento… Roberto Anderson – Diário do(Leia mais)

Mais uma igreja a caminho da ruína

Patrimônio histórico abandonado é rotina. Seja pelos  governos federal, estadual e municipal, seja pelos proprietários particulares. Os primeiros dão mau exemplo. Os demais agem do mesmo modo. Ou melhor, não agem. Fica a História ao Deus dará. Urbe CaRioca Iphan: “ações emergenciais” para salvar igreja histórica administrada por família investigada pelo MP De 1721, a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte é administrada há 25 anos pela mesma família e sua igreja está fechada há quase 10 anos, apesar de ter renda de aluguéis milionária. Denúncia mostra situação calamitosa Por Patricia Lima – Diário do Rio Link original O Vicariato da Arquidiocese do Rio de Janeiro responsável pela fiscalização das irmandades, confrarias, ordens terceiras e outras associações de leigos, denunciou junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o péssimo estado de conservação da Igreja(Leia mais)

O complexo de vira-lata ataca a Zona Portuária

Enquanto o Centro do Rio – que se pretende Reviver – caminha a passos de cágado à custa do bolso dos cariocas (isenções de impostos) e da liberação de gabaritos na Zona Sul (andares e áreas de construção a mais, lei perniciosa que contraria as leis), a novidade é o projeto batizado de Mata Maravilha, o que só a psicologia explica. Em primeiro lugar não há mais quase o que matar no Rio de Janeiro em termos de leis urbanísticas. Que o digam a eterna mais-valia, o projeto que destruirá o Jardim de Alah ao invés de recuperá-lo, o patrimônio histórico largado, sem piedade, ao destino final: a morte em escombros e pó. Restam as pessoas, à mercê de balas perdidas, motoristas, motociclistas e ciclistas irresponsáveis. É impossível ver o desenho de duas torres de 70 andares coloridas de verde(Leia mais)

Buraco do Lume ou dos cariocas?, de Roberto Anderson

Reproduzimos mais uma opinião sobre a proposta de erquguer uma torre no torre no terreno conhecido como “Buraco do Lume”, objeto já de várias postagens neste blog. Agora, o arquiteto Roberto Anderson apresenta a sua visão e um histórico sobre a origem do imóvel e os seus diversos proprietários, o que aponta para um único destino adequado: ser um espaço vazio, arborizado, transitável no Centro do Rio e disponível para todos os cariocas. O autor acredita que ‘com a absurda lei do gabarito livre, de iniciativa do Prefeito Eduardo Paes, e que visa emular naquela área os arranha-céus de Manhattan, o céu é o limite para qualquer edificação que porventura substitua as árvores lá existentes’ Urbe CaRioca Buraco do Lume ou dos cariocas? Por Roberto Anderson – Diário do Rio Link original Nos últimos meses, uma série de artigos têm(Leia mais)

Prefeito encherá o Buraco do Lume. E bolsos.

Curiosamente, há um século os prefeitos quiseram acabar com os cortiços que havia no Centro do Rio. Para acabar com a insalubridade, diziam uns, para liberar terrenos ao que um dia se chamaria indústria imobiliária  – a palavra especulação deprecia o setor como um todo, não é o caso. Seria impossível prever que o atual prefeito, em quarto mandato, cria de César Maia, justamente o que promoveu os programas Rio-Cidade, Morar Carioca, Novas Alternativas e Favela-Bairro, além de impedir a famigerada mais-valia em suas gestões, vetar o primeiro PEU-Vargens pernicioso e impedir que licenciamento de obras e demolição do patrimônio histórico ficassem sob a mesma batuta, fizesse o oposto do que acertadamente realizou o criador da criatura de chapéu Panamá. É o que comprovam inúmeros atos em desfavor do bom urbanismo ao longo dos últimos anos. Agora, segundo o Diário(Leia mais)

Casarão que desabou na Lapa está sendo depenado

Por Patrícia Lima – Diário do Rio Link original O casarão que desabou parcialmente na noite de 8 março deste ano, na Lapa, região Central do Rio, está sendo depenado, segundo denúncias feitas ao Diário do Rio De acordo com uma fonte do jornal, nas últimas noites, pessoas teriam entrado no prédio, de propriedade da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio (SMCRJ), e arrancado bancos do anfiteatro. Na noite desta quinta-feira (27), foram retiradas vigas da construção. A identidade dos depredadores do patrimônio histórico do Rio de Janeiro ainda é desconhecida, bem como o destino das peças furtadas. Como em outras construções há o risco das práticas delituosas perdurarem. A edificação está localizada no número 197, da Avenida Mem de Sá, a principal via da Lapa. A SMCRJ é proprietária do imóvel há mais de 100 anos. O prédio(Leia mais)

MIS em Copacabana: custo milionário sem fim à vista, de Sonia Rabello

Neste artigo, publicado originalmente no Diário do Rio, a professora e jurista Sonia Rabello destaca que poucos sabem, ou talvez ninguém, quanto já custou, e quanto custará, a aventura político-cultural de construir uma “nova” sede do Museu da Imagem e do Som (MIS) na Avenida Atlântica. “Uma ideia de aparente brilho e estardalhaço político, porém sem qualquer planejamento, sem estudos técnicos ou estofo financeiro. Terminou a gestão política de quem teve a ideia supostamente brilhante, e terminou também a responsabilidade administrativa e financeira do gestor público, autor desta ideia! Ficou a conta, a pagar, pelo povo fluminense que, a esta altura, nem poderá mais devolver o imóvel ao seu antigo proprietário para evitar arcar com esta fatura. Esta é a regra jurídica para a presente situação!”, afirma. Urbe CaRioca MIS em Copacabana: custo milionário sem fim à vista Sonia Rabello(Leia mais)

Seven Wonders Of The World e a incomum restrição urbanística no Rio

O vídeo abaixo foi divulgado por Nikolas Nogueira na página Rio Antigo, do Facebook. Curiosidade. Ao sobrevoar Copacabana, o narrador pergunta se o espectador ouviu falar sobre a restrição urbanística incomum no Rio de Janeiro: não se pode construir menos do que 12 andares. O gabarito máximo no bairro era de 12 andares, antes de inventados os famosos pavimentos “que não contam”. A conferir. Urbe CaRioca Acabei de descobrir e já se tornou um dos melhores videos do Rio antigo que já vi. Se você se encantou com as cenas de City of Splendour (1936) e se surpreendeu com os rasantes de Roberto Carlos sobre a cidade em 1967, aposto que concordará. Obs: o formato da imagem é diferente pois foi extraído do filme Seven Wonders Of The World (1956), exibido pelo sistema Cinerama. Cinerama é registro de um processo(Leia mais)