Fonte: Arquivo Nacional da Cidade do Rio de Janeiro
O dia 24 de novembro foi a data da última celebração feita no Hotel Avenida, marco arquitetônico e cultural do Rio de Janeiro, que teve sua demolição iniciada em 4 de novembro de 1957 para dar lugar ao Edifício Avenida Central. Este evento marca o período de rápida urbanização da cidade, marcando também o fim de uma era para os habitantes do Rio.
O Hotel Avenida foi inaugurado em 1905, na recém construída Avenida Central (atual Rio Branco), sendo não apenas um estabelecimento de hospedagem, mas um importante ponto de encontro cultural. Sua localização privilegiada, ao lado da estação de bondes, o tornava um centro de gravidade para os eventos sociais e culturais do Rio, como o carnaval.
O hotel se destacava não só por sua arquitetura imponente, mas também por abrigar em seu interior a Galeria Cruzeiro, um espaço de convivência repleto de cafeterias, bares e restaurantes – onde ficava o Café Nice, famoso ponto de encontro de músicos cariocas. A galeria atraía um público diversificado, incluindo artistas, intelectuais e turistas, que encontravam ali um ambiente propício para a troca de ideias e experiências.
A demolição do Hotel Avenida, além de representar a perda de um patrimônio arquitetônico, simbolizou também o fim de um período cultural rico e vibrante. Esse evento marca a transição do Rio de Janeiro para uma era de modernização e mudanças urbanas, onde muitos edifícios históricos foram substituídos por construções modernas.
Em homenagem ao estabelecimento, uma grande manifestação chamada “Adeus à Galeria Cruzeiro” foi organizada, envolvendo artistas, intelectuais, políticos e populares. Apesar da forte chuva que caiu sobre a cidade, personalidades importantes, como Pixinguinha, Linda Batista, Altamiro Carrilho, Ademilde Fonseca, Silvinha Chiosoi, Pato Preto e Risadinha, compareceram ao evento, que contou também com a participação de bandas militares e agremiações carnavalescas, como o Cordão da Bola Preta.
As fotos do Hotel Avenida utilizadas estão disponíveis no Arquivo Virtual e no Portal Augusto Malta, sob a tutela do AGCRJ. Os recortes de reportagem foram retirados do Jornal do Brasil, edição Nº 273 e Nº 274 de 1957, obtidos na Hemeroteca da BN.
Excelente matéria. Parabéns a todos pela publicação. Se possível, postem algumas matérias sobre os morros que foram destruídos, arrasados para dar material para aterros, no Rio de Janeiro (Castelo, Senado e outros)
Agradecemos muito a sua leitura e a sugestão, Luiz Claudio. Grande abraço !