Moradores lutam pelo tombamento de raridade colonial no coração do Leblon

Em meio à sofisticação e ao constante crescimento imobiliário do Leblon, uma joia rara da arquitetura resiste ao tempo e às pressões do mercado. O edifício número 6 da Praça Almirante Belfort Vieira, com seu charme colonial e história que atravessa décadas, tornou-se símbolo da luta pela preservação do patrimônio cultural da cidade.

Agora, seus moradores buscam o tombamento definitivo da construção, já que, construído nos anos 1940, o imóvel é tombado de forma provisória. A esperança é garantir que essa preciosidade do estilo neocolonial brasileiro continue a embelezar e contar a história de um dos bairros mais valorizados do Rio de Janeiro.

Vale destacar que o tombamento provisório tem a mesma força do tombamento definitivo. A questão diz respeito apenas às formalidades ainda não cumpridas e não à capacidade de proteção diminuída. O único perigo que ronda a bela construção é o destombamento por parte do prefeito do Rio, da mesma forma que fez com o Cinema Leblon

 

Urbe CaRioca

Leblon: Predinho colonial dos anos 40 tenta escapar da mira das construtoras e busca tombamento definitivo

Localizado a uma quadra da praia, a construção chama atenção de quem passa pela harmonia da fachada e pelo desenho do jardim

Por Victor Serra – Diário do Rio

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Construído nos anos 1940, o imóvel é tombado apenas de forma provisória — Foto: Rafael Bokor

Moradores do charmoso edifício número 6 da Praça Almirante Belfort Vieira, no Leblon, entraram com pedido de tombamento definitivo da construção, uma das poucas em estilo colonial ainda de pé na região. Construído nos anos 1940, o imóvel é tombado apenas de forma provisória. Esses prédiozinhos são bem comuns na Zona Sul, construídos antes mesmo da valorização imobiliária. Frequentemente, são comprados por inteiro e demolidos, para a construção de novos empreendimentos.

Com o metro quadrado no Leblon ultrapassando os R$ 22 mil (o mais caro do Rio), essas raridades arquitetônicas viraram exceção — e preocupação. O prédio fica no chamado “larguinho” da General San Martin com a Almirante Pereira Guimarães, quase no Jardim de Alah e a uma quadra da praia. A construção chama atenção de quem passa pela harmonia da fachada e pelo desenho do jardim. São apenas três andares e 11 apartamentos de dois e três quartos, entre 75 e 110 m², todos com vaga de garagem. Uma unidade pode custar até R$ 3 milhões.

Segundo o jornalista Rafael Bokor, especialista em arquitetura antiga, o imóvel segue o estilo neocolonial brasileiro, com um traçado que acompanha a curvatura do terreno. O eixo de simetria da fachada fica exatamente no ponto central da curva, formando uma planta que remete à fase crescente da lua. Ele lembra ainda que o projeto original previa a construção de outros três prédios semelhantes, formando um conjunto arquitetônico ao redor da praça — algo que nunca se concretizou.

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