Na época da obra que mutilaria o antigo Estádio Jornalista Mário Filho, o conhecido Maracanã, ainda carinhosamente apelidado ‘Maraca’, este Urbe CaRioca manifestou-se insistentemente sobre o que considerava um enorme erro: modificar o gigante em sua essência, caracterizada principalmente pela enorme marquise em balanço que o distinguia.
O retrocesso das políticas de proteção ao patrimônio cultural, e o triste caso do Maracanã, estiveram em alguns posts, entre os quais:
Artigo: MARACANÃ: MAIS MUTILAÇÃO (link), de 23 de outubro de 2012
Artigo: PATRIMÔNIO DO RIO: PROTEÇÃO E RETROCESSO*, (link)Andréa Redondo, de 21 de maio de 2013
Artigo: O INCRÍVEL TOMBAMENTO DO ANTIGO MUSEU DO ÍNDIO E DOS EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS VIZINHOS AO MARACANÃ (link), de 13 de agosto de 2013
Nada contra levar mais conforto aos torcedores instalando cadeiras nas desconfortáveis arquibancadas de concreto, ou modernizar instalações de apoio, obras que já haviam sido feitas para os Jogos Pan-Americanos de 2007, ou seja, verbas públicas jogadas no lixo em seguida. Quanto a acabar com a Geral não nos cabia comentar sem conhecer as preferências do torcedor, embora, sabidamente, aquele fosse o lugar do estádio onde os preços eram populares e desconforto não espantava os amantes do futebol, que ficavam bem perto do gramado!
Mas, do Maracanã sobraram apenas os grandes pilares que formavam o anel e sustentavam a marquise espetacular. Assim mesmo, a vou azul claro tradicional foi substituída por tinta cor de concreto. Tudo “para a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos”.
Anos depois, vários artigos recentes publicados na mídia impressa e virtual fizeram referência à demolição – sim, a palavra é adequada – ora saudosos do estádio original, ora remetendo aos escândalos de corrupção nas três esferas de governo relacionados à obra (alguns com processos ainda em tramitação no Judiciário
Infelizmente tarde demais. Talvez alguma mobilização na época houvesse evitado o que foi considerado um crime (um crime autorizado, diga-se, com carimbo dos vários protagonistas). Se… de nada adianta. Ficam os registros. A quem interessar, os artigos estão a seguir.
Urbe CaRioca
Maracanã: o estádio moral do Brasil (O Globo – 19.12.2017)
Crônica de um assassinato (O Globo -18.01.2018)
Sérgio Cabral e a farsa que destruiu o Maracanã: nunca houve a exigência da Fifa usada como justificativa (Agência Sportlight – 27.12.2017)
Anatomia de um crime (link)- Agência Pública (24.03.2017)
Ótimo texto.