Frase estampada no ônibus de 2 andares que operou em SP pela CMTC, hoje preservado no museu dos transportes públicos. Foto: Atilio Flegner |
Segundo notícia publicada pelo O Globo on line em 20/0, na véspera o Prefeito do Rio pedira ao Comitê Olímpico Internacional – COI que considerasse um plano de contingência elaborado pelo Município – a criação de um corredor BRT provisório na Zona Sul da cidade – afirmando que existia um risco de as obras da hoje chamada Linha 4 do Metrô não serem concluídas a tempo para os Jogos Olímpicos (na verdade trata-se de prolongamento da Linha 1 pelos bairros de Ipanema e Leblon para unir-se à Linha 4 original no trecho Gávea-Barra da Tijuca, conforme explicado em diversas postagens neste blog).
No mesmo dia 20 o falante então Secretário Estadual de Transportes – hoje, dia 21, já demissionário – se contrapôs ao Prefeito ao dizer que a Linha 4 “funcionará durante os Jogos Olímpicos em agosto”.
Atílio Flegner comentou o assunto na página que administra – METRÔ QUE O RIO PRECISA – em artigo que reproduzimos a seguir. Esse sítio virtual e o Blog Metrô do Rio, de Miguel Gonzalez, são fontes reais de inúmeras informações e análises sobre os sistemas de transportes do Rio de Janeiro: Estado e Capital.
Nota: Outra notícia, também no dia 20/02, informa que a Prefeitura pretende dar prosseguimento à implantação do VLT em Botafogo: o trecho corresponde à Linha 4 original do Metrô, trocada pelo prolongamento da Linha 1 em Ipanema e no Leblon, como é de conhecimento geral! No mesmo tema sugerimos conhecer o artigo UM TRAÇADO CIRCULAR, de Hugo Repolho, publicado em 09/02/2016, também no jornal O Globo, texto no qual destaca a importância da ligação Gávea-Uruguai, sob o Maciço da Tijuca.
Boa leitura.
Urbe CaRioca
ATRASO NA OBRA DA “LINHA 4” E BRT NO LUGAR DO METRÔ OLÍMPICO – UM FESTIVAL DE INCOMPETÊNCIAS
Atilio Flegner
Sobre as obras do Metrô na Cidade do Rio de Janeiro, tudo indica que estamos diante de uma trupe de brincalhões com o dinheiro público.
Primeiro modificaram o traçado da Linha 4 original (Botafogo-Humaitá-JardimBotânico-Gávea-Barra da Tijuca), sem a apresentação de qualquer estudo sério sobre o assunto que demostrasse ser prioridade para o transporte na cidade.
Em seguida a obra sofreu vários atrasos devido a uma série de erros – como, por exemplo, a passagem do Tunnel Boring Machine – TBM em profundidade rasa pela estreita Rua Barão da Torre, e a construção de duas estações superpostas na Praça General Osório.
Por fim, a conclusão da Estação Gávea foi descartada e adiada para 2017… E por aí vai…
Enquanto a obra está com cerca de 7(sete) meses de atraso (o prazo inicial de conclusão era dezembro de 2015 foi modificado para julho de 2016), a Prefeitura apresenta outra gambiarra (cabe lembrar a ineficiente junção das Linhas 1 e 2), ainda mais explícita: um corredor de ônibus BRT provisório que custaria 7,4 milhões de reais.
Aparentemente a capacidade de criação no âmbito do gasto desenfreado de dinheiro em projetos natimortos é inesgotável.
A obra da “Linha 4″ – nada mais do que “esticar” a Linha 1 -, já alcança a incrível cifra dos 10,3 bilhões de reais. O retorno será pífio, visto que a linha operará com os mesmos intervalos já praticados na Linha 1 e 2, devido ao congelamento da capacidade do metrô, reflexo da citada junção das linhas 1 e 2 ocorrida em 2009. Foi naquela ocasião que os problemas do Metrô se exacerbaram: vagões lotados e atrasos. Com a linha ainda “mais comprida” por chegar mais passageiros entrarão no sistema cuja capacidade continua a mesma: o reflexo será o agravamento da superlotação.
O “plano B” citado na matéria na verdade não tem embasamento, visto que o Rio não dispõe dos ônibus articulados necessários para cobrir o trajeto de 20 Km entre a Praça Nossa Senhora da Paz e o Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, e ainda manter em operação os corredores desse modal denominados TransOeste e TransCarioca.
Ainda faltam cerca de 300 metros para a máquina TBM, o ‘Tatuzão’, concluir o túnel entre a Praça Antero do Quental e o bairro de São Conrado. A conclusão da Estação Gávea – a mais importante dessa Linha, pois é a conexão entre as Linhas 1 e 4 – foi deixada para 2017 conforme mencionado, porém as obras estão paradas a mais de 1 ano.
Embora o governo insista que o Metrô é um “compromisso olímpico”, infelizmente esse ‘metrô tripa’ não atende nem às Olimpíadas e nem ao cidadão.