Hoje, 05 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Na Cidade do Rio de Janeiro, além da paisagem natural e a existência da Trilha Transcarioca, projeto que levou mais de uma década para se afirmar, o que mais podemos celebrar? Pouco ou quase nada se olharmos para as nossas águas. A poluição atmosférica e a poluição sonora estão presentes no dia-a-dia em grande parte da cidade. Quanto à segunda, a Prefeitura recebe reclamações, porém não atua sobre:
. Carros de sons itinerantes
. Vendedores ambulantes
. Reuniões e aglomerações de pessoas em logradouro público
. Escolas em atividades curriculares e complementares
. Reclamações internas de condomínios
. Animais
. Ruídos de trânsito
. Pregões, anúncio ou propaganda (de viva voz ou por instrumentos), que são proibidos independentemente de medição.
Aqui em terras cariocas as constantes notícias sobre as consequências da elevação do nível do mar, assustam: segundo relatório especial do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) sobre “Impacto, vulnerabilidade e adaptação das cidades costeiras brasileiras às mudanças climáticas”, lançado hoje em evento no Museu do Amanhã, o “Ritmo de aumento do nível do mar triplicou nas últimas décadas”. O Rio de Janeiro é cidade vulnerável algumas áreas seriam eliminadas daqui a poucas décadas!
Enquanto o mar não avança precisamos viver em melhores condições ambientais.
Quem sabe começar pela Baía de Guanabara, promessa dos governantes há mais de duas décadas? Ou, naturalmente, as lagoas da Baixada de Jacarepaguá? Ou a Lagoa Rodrigo de Freitas?
Longe do Rio, porém digno de elogios, foi a medida tomada em relação ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, ampliado expressivamente.
Abaixo, a visão de Salvador Sá sobre a situação que vivemos.
Urbe CaRioca
DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE 2017, E A APA DAS TABEBUIAS
Salvador Sá
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, aqui no Brasil continuamos tendo pouco a comemorar, apesar do avanço da agrofloresta e das energias renováveis in loco – usinas não contam. As iniciativas imobiliárias por construções “verdes” ainda são tímidas.
Neste dia, em especial aqui na Cidade do Rio de Janeiro, temos muito a lamentar devido ao estado em que se encontram as LAGOAS E RIOS, ao uso da demagogia “ambientalóide” e o mau estado da arborização urbana.
Para exemplificar citamos a APA DAS TABEBUIAS, uma área de proteção importante que a população da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes não conhece.
Os moradores dos condomínios Blue e Golden Green não podem usufruir da área, que está fechada. Infelizmente, o desastre ambiental criado na época da construção destes empreendimentos permanece, um verdadeiro crime ambiental: o rebaixamento de lençol freático realizado – medida proibida pelo decreto que criou a APA das Tabebuias, em 1999 – provocou o lançamento da água subterrânea, de alta salinidade, na região de alagados coberta por floresta pantanosa, produzindo uma espécie de poluição química devido às diferentes características de cada meio. A mistura causou enormes prejuízos à vegetação, que deixou de se reproduzir; em consequência a área de desmatamento saltou de 10.000m² para 40.000m² nos últimos sete anos.
Existe inquérito no Ministério Público Estadual ainda sem desfecho.
Passaram-se oito anos, tempo de inércia tanto para punir responsáveis quanto para remediar os estragos.
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Salvador Sá é Engenheiro Florestal
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