Inepac cria movimento de “Brigadistas do Patrimônio” para tentar deter furtos e vandalismos

Após o furto de uma estátua de 400 quilos em bronze que retrata a mãe do Marechal Deodoro da Fonseca, no bairro da Glória, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) lançou um sistema de vigilância voluntário para que a população possa denunciar vandalismo e roubo de bens do Rio de Janeiro.

Em um post nas redes sociais, o Inepac afirma que o problema afeta todos os moradores do Rio. “Estamos perdendo nossos monumentos de forma sistemática e é necessário que mobilizemos as pessoas de bem para observar e zelar pela conservação dos bens patrimoniais em situação de abandono e vulnerabilidade.”

O número é da Brigada do Patrimônio é (21) 98913-1561 e funciona das 10h às 22h. O número também recebe mensagens de WhatsApp. Qualquer pessoa pode denunciar furtos, vandalismo ou depredação a monumentos do Rio. Veja mais na matéria publicada no “O Globo”.

Urbe CaRioca

‘Brigada do Patrimônio’ é criada, com recrutamento de voluntários, para tentar evitar furtos e vandalismo

Élcio Braga – O Globo – 19.02.2020 

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A estátua da mãe de Marechal Deodoro, de 400 kg, foi furtada na Glória neste mês (foto: Vera Dias/Facebook)

Historiadores, arqueólogos e apreciadores da História e da Cultura do Rio de Janeiro, uni-vos! O Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) criou o movimento de “Brigadistas do Patrimônio” para tentar deter a onda de furtos de estátuas e outras peças em exposição em praças e ruas da cidade. As adesões poderão ser feitas pelo número (21) 98913-1561. A convocação é direta: “Seja você também um agente voluntário do patrimônio histórico e ajude a zelar pela conservação e segurança do Patrimônio histórico do Rio de Janeiro. Junte-se a nós nessa batalha.”

— Queremos um pronto atendimento a uma questão que progressivamente está se tornando mais grave e que, nós do poder público, não temos conseguido lidar com isso de uma forma efetiva. Temos uma equipe pequena que não dá conta de fiscalizar a conservação desses monumentos. No passado, tínhamos as intempéries que danificavam a pedra e o bronze. Só que hoje em dia temos agentes com pé de cabra e com chave de fenda — conta Claudio Prado de Mello, diretor-geral do Inepac, órgão ligado à Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa.

O diretor explicou que existem 1.677 bens tombados em todo o estado. Nos últimos anos, segundo ele, houve um aumento muito grande no furto de peças para venda em ferros-velhos. Recentemente, funcionários do órgão passaram a ter encontros frequentes no Ministério Público e nas delegaciais para discutir o problema. A intenção é investir na prevenção com a ajuda dos voluntários.

— Estamos, justamente, criando mais do que um grupo de servidores relacionados aos órgãos, a polícia e ao Ministério Público. Estamos convidando a sociedade civil e os preservacionistas  a se juntarem também. A gente vai criar toda uma metodologia de credenciamento  desses voluntários. Eles vão poder colaborar conosco  e vão ser os nossos olhos para uma real observação do estado de conservação desses bens ao longo de todo o estado e, principalmente, da cidade — disse Claudio.

O estopim para o lançamento da Brigada do Patrimônio foi o roubo da estátua de D. Rosa Paulina da Fonseca, a mãe do Marechal Deodoro da Fonseca, em um monumento, na Glória, no sábado (15). O órgão já recebeu telefonemas com pistas sobre o paradeiro da peça, informando que poderia estar escondida em galerias no local, mas nada foi encontrado. O serviço da Brigada, porém, já começou a dar resultado. Na manhã desta quarta-feira, um telefonema alertou sobre a montagem de um circo encostado à ponte dos Jesuítas, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.

— Contactamos o Iphan (Insituto do Patrimônio Histórico Nacional), responsável pelo bem, e conseguimos que essas pessoas que estavam montando o circo fossem advertidas. Elas não poderiam ocupar o espaço de ambiência do bem tombado de 1752. Nada contra o circo, mas há de se considerar que um bem frágil não pode ter uma estrutura como essa apoiada em suas colunas. A ponte é um dos últimos remanescentes de construção dos jesuítas na região — observou o arqueólogo.

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