Neste artigo, o movimento “Metrô que o Rio precisa” elenca uma série de exemplos de regiões e suas atuais redes de metrô com a da Cidade do Rio de Janeiro, tímida e pouco extensa, contrariando as demandas dos passageiros que há décadas aguardam por ações efetivas.
Além disso, destaca que apesar da grande importância da questão, o transporte parece não ter papel relevante nas propostas dos atuais postulantes ao cargo de governador, em plena reta final das eleições.
Urbe CaRioca
Transporte esquecido
Inaugurado em 1979 com quatro quilômetros, esse da imagem era o metrô do Rio em 1983, quando então possuía 26 quilômetros de extensão. Dez anos depois, em 2003, tínhamos apenas 35 quilômetros. Estamos em 2022 e possuímos apenas 55 quilômetros.
São Paulo, que inaugurou o seu metrô em 1974, possui hoje 103 quilômetros de linhas metroviárias. Lá, quatro linhas estão em obras, chegando na próxima década a 135 quilômetros de metrô.
Santiago (capital do Chile) que começou o metrô em 1975, possui uma rede de 140 quilômetros. Com as atuais obras, estima se chegar a 200 quilômetros de metrô. Nesse meio tempo, muitas cidades que sequer tinham metrô, hoje possuem redes várias vezes maiores do que o metrô do Rio de Janeiro.
Na Cidade, desde 2014, as obras da Estação Gávea estão paradas. De lá pra cá, já tivemos quatro governadores ( dois presos, um afastado e o atual sob investigação de corrupção). Mesmo com serviços ruins de transporte, temos as tarifas mais caras do país.
Não vou nem entrar no que se refere aos serviços absurdos das Supervia e das barcas, pois isso renderia um livro. Sempre que sai alguma pesquisa sobre mobilidade urbana e trânsito, o Rio está entre os piores colocados no ranking. Somos uma cidade engarrafada, de péssimos e caros transportes. Infelizmente, nessas eleições, parece que se esqueceram do transporte, logo ele, o setor que conecta todos os outros.
Sabiam que não existe educação se alunos e professores não chegam na escola? Não existe emprego se o trabalhador não chega na empresa ? Não existe saúde se médicos e os enfermeiros não chegam nos hospitais ? Não existe desenvolvimento econômico se a moça do caixa do mercado não chega no mercado, se o padeiro não chega na padaria, se o pedreiro ou o arquiteto não chegam na obra ?
Incrível como o transporte sendo a base de todos os outros setores é o mais esquecido. Sabia que se tivéssemos uma rede de metrô eficiente, poderíamos ir da Tijuca para a Zona Sul em 5 minutos, da Barra para Madureira em 20 minutos ou de São Gonçalo para o Centro do Rio em cerca de 30 minutos ? É a nossa qualidade de vida que está em jogo.