Patrimônio no Rio é alvo de incivilidade, impunidade e ineficiência dos poderes públicos

Na última semana, conforme publicado pelo Diário do Rio,  o monumento a José Bonifácio de Andrada que fica no Largo de São Francisco, restaurado ao custo de milhares de reais, teve todas as suas lanças de ferro fundido furtadas e o seu gradil destruído.

Nos últimos anos, diversos foram os registros de abandono, destruição e descaso com o patrimônio histórico-cultural na Cidade do Rio de Janeiro. A falta de civilidade atrelada explicitamente à impunidade e a ausência de ações efetivas por parte dos gestores que se revezam no poder sinalizam a via aberta à continuidade de um cenário alarmarmante que só não é ainda pior em virtude da incansável luta de grupos da sociedade, a exemplo do SOS Patrimônio e das diversas associações de moradores que permanecem firmes denunciando e cobrando por providências, ainda que essas venham em doses quase que homeopáticas, infelizmente.

Não há como não provocar indignação, por não dizer repulsa, ao passar por locais históricos da cidade, constatar o abandono instaurado. A falta de compromisso com o patrimônio cultural carioca assusta e entristece. Aliás, a falta de cuidado se estende por diversos setores.

A cidade do Rio de Janeiro, capital do Império português, do Império do Brasil e da República, continua a definhar diante dos olhos de seus moradores e visitantes. Não faltam exemplos para simbolizar de forma fatídica essa situação interminável.

Evidentemente muitas iniciativas devem ser reconhecidas. Mas são pontuais e ainda mínimas em meio à imensidão de lugares históricos largados à própria sorte. A pergunta que não quer se calar é, até quando os órgãos competentes ficarão de braços cruzados? Até quando a impunidade irá perdurar?

Urbe CaRioca

Recém-restaurado para o bicentenário, monumento do Centro é vandalizado e tem 51 lanças arrancadas

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Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio

O Centro do Rio de Janeiro sofre, mais uma vez, com a desordem, furto e abandono. O Diário do Rio recebeu, nesta quarta-feira, (28/09), uma denúncia sobre o furto de 51 espadas do monumento recém-restaurado no Largo de São Francisco de Paula, no Centro do Rio de Janeiro.

A denúncia foi enviada por Marconi Andrade, que faz parte do grupo SOS Patrimônio. No vídeo que enviou ao Diário do Rio, Marconi explica que o monumento tinha sido restaurado no dia sete de setembro para a comemoração do Bicentenário da Independência. O crime aconteceu no último domingo, (25/09).

História do Largo de São Francisco de Paula

O Largo de São Francisco de Paula é um dos mais antigos logradouros da cidade do Rio de Janeiro e vem dos tempos coloniais. O Largo é uma área ampla em formato de quadrado, envolta por construções. É um Largo de pequenas proporções se comparado com os antigos Largos do tempos coloniais.

Já foi chamado de Largo da Sé Nova, e tinha este nome decorrente do fato de ter existido planos de construir no local uma nova Igreja para ser a Catedral. O projeto não teve sequência e foi abandonado. Mas, os materiais da obra foram aproveitados e no mesmo local foi erguido um prédio, que já teve vários usos, como Academia Militar, depois sede da antiga Escola Politécnica ou Escola Nacional de Engenharia do Largo de São Francisco.

Na época da Regência, o Largo foi palco de manifestações provocados pelas atividades restauradoras da Sociedade Militar, que naquele local tinha sua sede.

Informações do site online Rio de Janeiro aqui.

José Bonifácio

No monumento é possível notar a figura de um homem no topo e este homem é José Bonifácio. No ano de 1872, foi erguida no local a estátua do braço direito de Dom Pedro.

Bonifácio foi um cientista, político e estadista brasileiro, nascido em São Paulo, cujas ideias foram decisivas para a Independência do Brasil.

Quando Dom Pedro era Príncipe-Regente, Bonifácio o convence que somente com sua liderança o território brasileiro não se desintegraria como havia acontecido com os países da América Espanhola. Também defendia que a presença do Príncipe-Regente evitaria uma guerra civil entre os brasileiros. Então conseguiu atrair o apoio dos deputados de São Paulo à causa da independência liderada por Dom Pedro.

Após a emancipação brasileira, Dom Pedro I o nomeia Ministro de Negócios Estrangeiros e nesta posição negocia vários tratados e o reconhecimento da independência com as nações estrangeiras. Participou da libertação de escravizados e a incorporação dos índios à sociedade, além da defesa da reforma agrária e da preservação de rios e florestas.

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