As pedras portuguesas voltam à pauta. Já passearam por este site pelo menos três vezes, nos posts:
PEDRAS PORTUGUESAS E CARIOCAS (20/07/2012)
É UMA PEDRA PORTUGUESA, COM CERTEZA! (15/04/2014)
PEDRAS PORTUGUESAS E “SEU LÉCIO”: UM CALCETEIRO CARIOCA (06/09/2015)
Conforme noticiado recentemente, o prefeito do Rio de Janeiro traz uma nova proposta. A reportagem do último dia 16/07 informa que a “Prefeitura tem projeto que promete acabar com buracos em calçadas” (jornal OG).
O que poderia ser um projeto para o correto assentamento de todos os tipos de pisos, e sua manutenção adequada, revela-se apenas uma cruzada contra as pedras portuguesas, marca da nossa cidade, herança daqueles que descobriram o Brasil, os portugueses. É o que se depreende da ideia de usar o chamado ‘piso intertravado’ – blocos de concreto de tipos, desenhos e cores -, e das afirmações de que as pedrinhas tradicionais serão mantidas nas ruas históricas (quais serão?), bem como que existem “muitas áreas descaracterizadas, com grandes remendos de cimento, onde já não se reconhece o desenho original”, nas palavras do Secretário de Conservação e Meio Ambiente.
Ora, áreas com buracos e sem manutenção existem, de fato, em todo o Rio de Janeiro, seja o piso de pedras portuguesas, lajotas de granito ou mesmo cimentado, inclusive no bairro de Ipanema, onde foram usados blocos de concreto – o tal intertravado – nas calçadas, quando das reformas feitas pelo projeto Rio-Cidade, e cujos remendos são visíveis.
Por outro lado, a reportagem não informa sobre custos dos diversos materiais. Segundo um dos entrevistados, o arquiteto Eduardo Barra, existe um forte lobby no Brasil há quinze anos, em favor dos blocos de concreto.
Sem perder de vista a necessidade da correta instalação e manutenção, defendemos as simpáticas pedrinhas – são permeáveis, adequadas ao nosso clima, e de fácil reposição quando há necessidade de reparos nas redes subterrâneas – e recomendamos a leitura do ótimo artigo ‘Pela absolvição da pedra portuguesa nas nossas cidades, de Cristóvão Duarte’ publicado em maio/2009.
A polêmica está instalada.
Urbe CaRioca