Reviver Centro, agora cultural: uma esperança

Programa Reviver Centro Cultural teve 141 projetos inscritos para centros culturais, teatros, ateliês, produções culturais, espaços de formação e bibliotecas em 46 imóveis. Os projetos selecionados serão conhecidos na próxima semana. Na foto, sobrados das ruas Do Mercado e do Rosário. Esses imóveis term as lojas térreas disponíveis para o projeto. — Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo

 

A notícia é alvissareira.

Depois da farta distribuição de índices construtivos que aumentam gabaritos de altura não apenas no Centro, mas, principalmente, nos bairros mais cobiçados da Zona Sul, agora na não menos visada Barra da Tijuca, e das isenções de impostos que apagam recursos públicos destinados a beneficiar a cidade – ou seja, seus cidadãos, os cariocas – a Prefeitura anuncia um programa que, quem sabe, dará impulso à tão desejada revitalização do Centro da cidade do Rio de Janeiro.

Segundo divulgado, “Mais de 140 projetos de cinema, literatura, artes plásticas, música e dança foram inscritos no programa Reviver Centro Cultural (…) para ocupar imóveis que estão fechados e sem uso.” Haverá seleção entre os 141 projetos inscritos, candidatos que poderão vir a ocupar 39 imóveis registrados. A Prefeitura arcará com custos de reformas, aluguéis e contas mensais conforme tetos estabelecidos.

Da mesma forma que o projeto que mudou as leis urbanísticas de Ipanema, entre outras regiões nobre, apresentado como panaceia salvadora, não garantiu que novos moradores cheguem ao Centro, o novo recurso dificilmente cumprirá esse papel. O aspecto positivo é atrair frequentadores para os novos espaços hoje fechados, o que é de extrema importância.

Para tanto há que cuidar de segurança, limpeza pública, iluminação, e acolher moradores de rua, para que o Centro deixe de ser o fantasma assustador em que se tornou nas últimas décadas. As providências são necessárias não apenas no antes vibrante coração da cidade, mas, nela inteira, onde existem milhões de moradores que buscam proteção atrás de grades e evitam sair de casa à noite.

Das propriedades cadastradas, 15 são administradas por um dos gigantes das transações imobiliárias do Rio. Como o mercado imobiliário na parte da construção civil foi agraciado pelo Reviver Centro Fase 1, mais ainda com a recente aprovação da Fase 2, é de se indagar por que o setor não abraça as despesas com reformas e aluguéis que a Prefeitura pretende pagar. Fica a sugestão.

Urbe CaRioca

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