Tombado pelo Iphan em 1938 devido a sua importância histórica, o Chafariz da Glória passará, mais uma vez, por uma restauração completa. Ainda em fase de licitação, a obra deverá custar R$ 2,8 milhões, como parte de um plano para transferir a conservação da estrutura para a iniciativa privada quando a reforma for finalizada, o que deve levar cerca de 18 meses.
É bom lembrar que na última vez em que foi restaurado, a construção do século XVIII amanheceu pichada, apenas um dia após ter recebido limpeza e pintura feitos pela Cedae, responsável pela manutenção do patrimônio, novamente sendo alvo de vandalismo, evidenciando a ausência de atuação conjunta de diversos órgãos para a garantia da sua preservação.
Já que, mais uma vez, o patrimônio será restaurado, seria providencial a instalação de câmeras que não garantem, mas ao menos poderão inibir ou dificultar a ação destruidora dos vândalos de plantão.
Urbe CaRioca
Chafariz da Glória passará por obras de restauração
Estrutura foi usada para abastecer a Zona Sul do Rio a partir do fim do século 18. Iniciativa privada assumirá manutenção após reforma
Por Luiz Ernesto Magalhães — O Globo
Tombado pelo Iphan em 1938 por sua importância histórica, o Chafariz da Glória passará por uma restauração completa. Em fase de licitação, a obra deverá custar R$ 2,8 milhões, como parte de um plano para transferir a conservação da estrutura para a iniciativa privada quando a reforma for finalizada, o que deve levar cerca de 18 meses.
Em troca de assumir a conservação do espaço, a empresa selecionada poderá abrir um bistrô ou uma livraria num prédio de dois andares anexo ao monumento.
Originalmente, a estrutura serviu para abastecer parte da Zona Sul do Rio. A água era bombeada do Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa), por um sistema de bombas que ficava no prédio anexo, que hoje está sem qualquer uso.
O monumento foi inaugurado em 1772. Alguns historiadores acreditam que seja o mais antigo existente na cidade. Outros do gênero acabaram demolidos nas várias intervenções urbanas realizadas na cidade num período de mais de 200 anos.
— A ideia é devolver um patrimônio histórico para o Rio, ajudando a revitalizar a área. E (com a concessão) impedir que seja vandalizado — diz o presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon.
A última grande reforma ocorreu em 2012, mas a estrutura tem enfrentado atos de vandalismo nos últimos anos. Parte das peças que eram de bronze foi furtada. Uma das rosáceas (estrutura decorativa que permite a passagem de luz) desapareceu. Outra intervenção será o restauro de uma placa em homenagem ao Marquês do Lavradio, que era vice-rei —representante de Portugal— no período colonial quando o chafariz foi concluído.
— O Iphan autorizou que nessa reforma usemos materiais alternativos, sem valor comercial, para tentar evitar a depredação — explicou Mayra Bielschowsky, gerente de projetos técnicos da Cedae.