Andréa A. G. Redondo
Livraria e Café. Combinação irresistível. Conheci-as em Boston, início dos 1990. Encantei-me. Cidade antiga, espírito jovem, universitários alegres, livrarias lotadas. Passei a desejar o mesmo para o Rio de Janeiro. Preces atendidas, logo surgiram, uma após a outra. Várias na área central, coração da cidade, e nos centros de compras, templos do consumo, os nossos shoppings.
Nas ruas atraíam movimento: Letras e Expressões, Saraiva, Travessa, Galileu, Fnac, Cultura, muito tempo depois das veteranas Leonardo da Vinci e, sem o cafezinho nos primórdios, por certo, a tradicional Argumento. Nas pequenas cheias de charme o dono amante dos livros papeava e mostrava as novidades, como se vê nos filmes. Para assuntos técnicos havia que ir ao Centro.
No meu Rio de altos e baixos o ciclo das livrarias foi um respirar de esperança, incentivos à leitura disseminados junto com o prazer de conversar à mesa. Como todo ciclo é cíclico, o surto feliz cessou. Grandes e médias fecharam, das miúdas uma ou outra resistiu. Se devido à economia fraca, ao nascimento do livro virtual, à compra via internet, vá lá. Que não tenha sido por falta dos leitores absorvidos pelo telefone celular!
Apresentar os livros às crianças desde pequenas é papel dos pais, dever dos professores. Cultivar o amor às letras e às palavras, aguçar a curiosidade infantil, mãozinhas e dedinhos girando páginas que surpreendam é formar amigos da leitura. É apostar no melhor futuro para elas e, quem sabe, garantir o das livrarias!