A frase acima consta da reportagem publicada no jornal O Globo de hoje. Segundo a notícia, foi proferida pelo diretor de Planejamento e Relacionamento Institucional do BNDES. Refere-se à concessão do Forte Copacabana à iniciativa privada e “visa à remodelação do forte carioca, tornando ainda mais atrativo o espaço…” etc.
Diríamos que o Forte vai muito bem, obrigada, apesar do serviço fraco nos cafés, para o quê ninguém liga, diante do lugar silencioso e da vista inigualável que oferece. Um modelo de concessão que levará um ano e meio para ser elaborado desperta preocupação. A reportagem menciona novos espaços gastronômicos e culturais e mais lojas.
Há que haver atenção. Afinal, sempre o gabarito. O concessionário não se contentará com um quiosque ou uma lojinha de 15m2. Os primeiros projetos para a Marina da Glória eram gigantescos. Depois de muitos debates, chegou-se ao que lá está. A proposta, pelo menos cinco vezes maior, incluía um Centro de Convenções. O Jardim de Alah é outro caso problemático e questionável. O prefeito autorizou construções em área pública – jardim – com o pretexto da revitalização, palavra que de benéfica passou a ser perigosa. Temos o caso do Pão de Açúcar, cuja ocupação cresce, há décadas, a olhos vistos.
Quanto ao Forte Copacabana é bom relembrar que a cobiça sobre o lugar espetacular já quis construir um hotel engastado na pedra. Na ocasião, os órgãos de urbanismo da Prefeitura vetaram a proposta de privatização do espaço para a indústria hoteleira. Havia seriedade.
Aguardemos a surpresa que os 18 meses de estudos apresentarão à cidade.
Urbe Carioca
Forte de Copacabana será concedido à iniciativa privada, que vai gerir suas atrações
BNDES ficará encarregado de estruturar modelo. Banco assinou contrato com o Exército
Por Selma Schmidt – O Globo
Com vista privilegiada e considerado um paraíso em meio à agitação do bairro, o Forte de Copacabana será concedido à iniciativa privada, que vai gerir suas atrações. A modelagem será feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assinou nesta terça-feira, em Brasília, contrato com Exército. Hoje vinculado à Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural da instituição militar, o local não funciona mais como fortaleza. No espaço, há um museu e opções gastronômicas: a Confeitaria Colombo e o Café 18 do Forte. Ali, acontecem ainda eventos.12 fotos
Participaram da assinatura o diretor de Planejamento e Relacionamento Institucional do BNDES, Nelson Barbosa, e o chefe do Estado Maior do Exército, general Richard Fernandez Nunes. Na mesma solenidade, o BNDES e o Exército também assinaram contrato para estruturar o projeto de concessão do zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva, em Manaus (Amazonas).
Com a assinatura dos contratos, que têm duração de 36 meses cada um, o BNDES fará um diagnóstico dos ativos imobiliários de propriedade do Exército, os serviços e necessidades de infraestrutura e, em seguida, definirá o modelo de concessão a ser adotado que melhor contribua para a valorização dos dois empreendimentos para futura licitação pública.
— Esses projetos contarão com o apoio do BNDES para melhorar e requalificar espaços públicos do Exército Brasileiro. Tanto o Forte de Copacabana quanto o Zoo do CIGS são patrimônios nacionais, e agora teremos a oportunidade de torná-los ainda mais atrativos para turistas e moradores aproveitarem todo o seu potencial — diz Nelson Barbosa.
O Forte de Copacabana, incluindo o Museu Histórico do Exército, é um dos principais pontos turísticos da cidade do Rio de Janeiro, recebendo cerca de 35 mil pessoas por mês. O museu tem um acervo variado de 15 mil peças, além de indumentárias, armamentos e objetos de uso pessoal históricos.