Texto elaborado pelo arquiteto Canagé Vilhena
A Prefeitura costuma usar especialistas em arquitetura para explicação, em audiências públicas, das propostas de novas leis de uso e ocupação do solo, como o PEU da ILHA DO GOVERNADOR (ver os vídeos da audiência de 2013, na Ilha).
Nestas audiências as arquitetas da SMU usam termos técnicos de pouca compreensão por parte do povo e que escondem os verdadeiros efeitos negativos da aplicação da lei.
Por exemplo: quando elas explicam o novo zoneamento usando siglas como ZCS3 não trata do aumento do gabarito nestas áreas, nem o aumento da área total das novas construções que serão ali licenciadas em relação à área total agora existente.
Assim não deixam claros os impactos na infraestrutura, no trânsito pelo aumento do numero de automóveis particulares, tampouco o impacto negativo pelo aumento do consumo de água, no sistema de esgotos sanitários, no aumento do consumo de energia (elétrica e de gás) e principalmente o aumento da poluição do ar e da temperatura com a criação de ilhas de calor após a derrubada de árvores nos terrenos ocupados hoje por casas para serem transformadas em prédios de apartamentos.
Para esclarecer estas questões e quebrar o monólogo das arquitetas da SMU, é importante que elas respondam quesitos tais como:
1- Quais os bairros e respectivas ruas em que haverá aumento de 2 para três pavimentos?
2- Quais os logradouros em que haverá aumento de 2 para 10 pavimentos (30 m de altura)?
3- Quais os números de edificações usadas como casas em cada bairro, e quais os números de edificações usados atualmente como prédios de apartamentos em cada bairro para que seja avaliado o aumento da área total a ser construída nos próximos 5 anos, após a aprovação do PEU.
4 – Por fim pedir que as representantes da SMU façam uma comparação do que aconteceu no bairro da Freguesia de Jacarepaguá, com o que vai acontecer na Ilha do Governador após aprovação deste PEU.
Canagé Vilhena
Audiência na Ilha do Governador em 2013.