MARINA DA GLÓRIA, CICLOVIA e VELÓDROMO

Foram muitos os assuntos urbano-cariocas nos últimos dia, de interesse deste blog, ainda não comentados. Nesta postagem reunimos alguns deles, com links para artigos e reportagens a respeito. Boa leitura.

Urbe CaRioca




MARINA DA GLÓRIA

Foto: Paulo Sérgio Quintanilha
O site Sonia Rabello – A Sociedade em busca do seu Direito, vem sistematicamente informa que a Marina da Glória continua a ser palco de diversos eventos privados, não obstante “decisão recente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinando que a área da Marina da Glória, no Parque do Flamengo, é de uso comum da população”.

As obras de reforma e acréscimos, que nasceram polêmicas, foram inauguradas há pouco, com resgate de parte do espaço público – antes com acesso geral vedado – para os cariocas, o que é louvável (v. O RESGATE DE ÁREAS LIVRES PARA OS CARIOCAS). Entretanto, não justifica as atividades. Enquanto isso, o esgoto continua a jorrar mesmo após a conclusão da obra da chamada galeria de cintura, evidentemente um paliativo que, em tese, serviria apenas para dias sem chuva. Ao que consta, nem isso.

Abaixo, os artigos esclarecedores de Sonia Rabello. 




CICLOVIA DA AVENIDA NIEMEYER
Foto: Revista Veja
Ontem a queda de parte da ciclovia construída ao longo da Avenida Niemeyer completou uma semana. Muito além de perdas materiais, o desastre resultou em tragédia com a morte de duas pessoas, perdas irreparáveis. As discussões que se estenderam durante os últimos dias apresentadas pela mídia em geral, apontam para falhas técnicas, em especial quanto ao cálculo estrutural e à falta de fixação dos tabuleiros aos pilares. Há que aguardar a palavra dos especialistas e a conclusão dos laudos em elaboração.

Além dos inúmeros artigos, circula na internet um vídeo apresentado por Walmar Luiz que mostra diversos pilares, vigas e sapatas com aspecto duvidoso, ferros à mostra e até sacos de areia escorando taludes. Esperamos que os técnicos também se pronunciem quanto a isso.

Vídeo divulgado nas mídias sociais pelo sr. Walmar Luiz

Selecionamos dois textos. O primeiro é de Cora Rónai, publicado ontem no O Globo, que expõe com dúvidas e sentimentos que por cento atingiram a todos os cariocas com forte impacto, como o de uma onda não prevista. O segundo é do Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Além da visão da instituição, o conteúdo remete à opinião de outros profissionais.

Obs. 1O IPHAN não foi consultado. Indaga-se porque deixou de agir quando as obras começaram.
Obs. 2 – O post sobre o que consideramos uma aberração na paisagem carioca permanece adiado. Neste aspecto, foi feito um abaixo-assinado que pede a demolição da ciclovia. Consideramos o tema extremamente complexo por envolver mais gastos e perda de dinheiro público, salvo, evidentemente, se estiver condenada do ponto de vista estrutural. Quanto à paisagem da cidade que é Patrimônio Cultural da Humanidade exatamente na categoria Paisagem Urbana, podemos afirmar que o mostrengo jamais deveria ter sido construído, ao menos conforme aquele projeto de autoria misteriosa.
Cora Rónai – 28/04/2016 – Tragédia carioca
A cidade já sofreu demais com obras feitas a toque de caixa, sem capricho ou preocupação estética. Em qualquer outro lugar, uma joia como o Rio teria sido cuidada e preservada; mas aqui, desde a ditadura, cada governo fez exatamente o que quis, sem prestar contas a ninguém. A sanha das empreiteiras aliada à canalhice das autoridades produziu um desastre urbanístico onde, até a primeira metade do século passado, ainda existia uma metrópole invejável.
Para o presidente do CAU/RJ, Jerônimo de Moraes, o acidente é gravíssimo não só por ter provocado pelo menos duas mortes, mas também por abalar a credibilidade das obras púbicas em andamento no Estado. “Desde ontem, inevitavelmente, está sendo posta em dúvida a capacidade de o Rio de Janeiro garantir a segurança de suas obras”, afirmou. “É preciso que se apure com rigor as responsabilidades nas diferentes fases desta construção”.
Jerônimo de Moraes afirmou que o acidente reforça a importância da frequente defesa que o Conselho de Arquitetura e Urbanismo faz do projeto completo como instrumento social de controle em obras pública, garantindo a segurança e qualidade delas.



VELÓDROMO

Foto: André Motta
Há dez anos tivemos a oportunidade de acompanhar algumas apresentações sobre o Velódromo do Rio construído para os Jogos Pan-Americanos e inexplicavelmente demolido pelo governo em curso. Fizemos várias postagens sobre o “Novelódromo”, que podem ser facilmente acessadas com os marcadores ‘Demolição’ e Velódromo’, entre outros. Por recordarmos com clareza que grande parte do custo da obra, na época, deveu-se ao uso necessário de piso de madeira importada da Sibéria, destacamos trecho da reportagem que está no jornal de hoje.

Esperamos que o destino desta não seja o mesmo daquela, a ser dado por algum gestor público daqui a alguns anos: o lixo.

O Velódromo do Rio e sua pista de madeira importada da Sibéria – demolidos
Foto: Internet

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