O arquiteto Roberto Anderson analisa as decisões governamentais sobre a cessão de áreas públicas em geral, cita casos bem-sucedidos de “apadrinhamento” de espaços urbanos públicos, e outros questionáveis, em especial na Cidade do Rio de Janeiro, onde o desejo de construir em praças e jardins é prejudicial sob vários aspectos, inclusive o ambiental. No momento discute-se a ocupação do Jardim de Alah (objeto de várias postagens neste blog), situado entre os bairros de Ipanema e Leblon, e os projetos de lei federais que pretendem liberar os terrenos de marinha para Estados, Municípios e proprietários particulares hoje afetados apenas pela cobrança de foro e laudêmio. O artigo reproduzido a seguir foi publicado originalmente no jornal on line Diário do Rio em 30/05/2024. Urbe CaRioca Precisa privatizar? – de Roberto Anderson O Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município do Rio(Leia mais)
Tag: Áreas Públicas
Sempre o Gabarito nem sempre dá certo
E o gabarito desmoronou. As benesses excessivas ao mercado imobiliário provam-se perniciosas ou ineficientes. Boas para poucos, prejudiciais a muitos e à Cidade. Perdemos o Autódromo. O prometido autódromo novo jamais será feito. Saímos do circuito internacional. Ganhamos vários elefantes brancos. Como esquecer a Ilha (im)Pura? A demolição do prédio da antiga Brahma, substituído por uma torre vazia? O fiasco das CEPACs e os rios de dinheiro público que passaram pelo Porto dito maravilha, anunciado como parceria público-privada e arrematado pela Caixa Econômica Federal? As gigantescas isenções de impostos, dinheiro que seria de todo caso aplicado na Cidade, equipamentos urbanos públicos – escolas, postos de saúde, transportes? A falsa Linha 4 do Metrô, e o aproveitamento duvidoso de uma licitação antiga? O Campo de Golfe na reserva que impediu a conclusão de importante avenida na Barra da Tijuca? Os hotéis(Leia mais)
Jardim de Alah recebe grande “abraço” contra a sua descaracterização
No último dia 21 de agosto, moradores dos bairros de Ipanema e do Leblon deram um grande “abraço” simbólico no Jardim de Alah, pedindo a manutenção das características originais do espaço para quem vencer uma licitação – em tese para a realização de obras com vistas à revitalização da área -, uma vez que, em julho, a Prefeitura começou os estudos para a sua concessão de uso por 35 anos. A preocupação entre os moradores e frequentadores refere-se à possível perda do que deveria ser apenas um parque público, jardins, espaço para passeio e contemplação, inclusive para desfrute da vista belíssima que oferece do Morro do Corcovado e do Cristo Redentor – que o emolduram ao Norte -, para um shopping em área pública (a céu aberto, ou fechado se permitirem construções, como as notícias na grande mídia demonstram). Qual(Leia mais)
A função social da Praça São Salvador, de Vinicius Monte Custódio
No fim do mês de abril divulgamos a matéria “Prefeitura do Rio proíbe uso de caixas de som na Praça São Salvador, em Laranjeiras”, na qual destacamos que, após várias polêmicas ao longo dos últimos anos, a Prefeitura do Rio havia publicado no Diário Oficial um decreto que vedava o uso de equipamentos de som, incluindo os de pequeno porte e potência, para fins de apresentação de artistas de rua na Praça São Salvador e em suas redondezas. O objetivo seria atender uma antiga demanda dos moradores que reclamam do ruído excessivo causado por festas, rodas de samba e muitas apresentações até altas horas da madrugada na praça. O advogado Vinicius Monte Custódio, em artigo publicado originalmente no Diário do Rio e reproduzido abaixo, contesta o decreto, critica a proibição da Prefeitura e apresenta uma visão distinta baseada na análise(Leia mais)
Grama sintética versus árvores de verdade: prioridades versus gastos públicos
No artigo abaixo, o arquiteto Roberto Rocha, integrante do Conselho Municipal de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro (Consemac) e do Grupo Ação Ecológica (GAE), aponta uma contradição entre as prioridades da Prefeitura do Rio em relação às questões ambientais e climáticas. No final do último mês, foi publicada no Diário Oficial do Município a chamada da Fundação Parques e Jardins para licitação para a “Implantação e recuperação de campos de grama sintéticas de áreas de lazer” no valor aproximado de R$ 22 milhões ! O autor destaca a importância da manutenção e da implantação de novas áreas destinadas ao convívio coletivo, porém faz um comparativo de valores, tanto em dinheiro, quanto à utilidade pública da medida e aos serviços ecossistêmicos prestados, e questiona a falta de investimentos em áreas ambientais primordiais que há anos aguardam atenção. Urbe(Leia mais)
Bancas de jornal irregulares são alvos da Prefeitura do Rio
Conforme noticiado na Revista Veja Rio, a Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), tem atuado para a retirada de várias das bancas de jornais que funcionam de forma irregular pelas ruas da cidade, vendendo produtos sem liberação para tal, e que servem de “outdoors” – painéis de propaganda, sem autorização, sem comercializar o principal produto que se propõem a vender: jornais e revistas. Além disso, há muitas bancas cujas medidas desobedecem as normas, assim como algumas atrapalham a visão de motoristas em esquinas, ocupam calçadas quase inteiras, prejudicam o comércio das lojas de rua, e até mesmo são obstáculos para a visão de imóveis históricos e monumentos. Esperamos que as medidas sejam efetivas e que consistam em um primeiro passo, seguido pela revisão das normas de modo a reduzir expressivamente as dimensões hoje(Leia mais)
MPF pede para que obras do Memorial do Holocausto sejam interrompidas
O Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública, com pedido de liminar, contra a Associação Cultural Memorial do Holocausto. O MPF pede para suspender toda a obra, inclusive a subterrânea, no Morro do Pasmado, em Botafogo, no Rio. É que o Morro do Pasmado é tombado pelo Iphan, e o MPF pede para que a construção seja interrompida até o julgamento do mérito. Conforme já publicamos, o Memorial seria bem-vindo em outro local, adequado à paisagem urbana e natural, dentro da área aedificandi da Cidade, não em um Parque Público conquistado pela sociedade há mais de meio século, classificado como área non-aedificandi. O pedido ao MPF foi feito pela Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-Rio), pela Associação de Moradores e Amigos de Botafogo (Amab) e AMAB e pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos). Urbe CaRioca MPF(Leia mais)
Vendo o Rio, 2021 – mais um capítulo
Sob a justificativa de fazer caixa e “aliviar” os cofres públicos para fazer o pagamento do 13º salário dos servidores municipais, a Prefeitura novamente coloca em jogo prédios e terrenos públicos, vários com grande valor histórico e localizados em áreas nobres da capital. A pretensão inclui 45 imóveis, dos quais 28 já contam com autorização legislativa para que passem por licitação. Outros 17 ainda aguardam autorização dos vereadores. A lista inclui oito terrenos na Barra, que juntos somam uma área de 24,3 mil metros quadrados. O maior deles tem 5,2 mil metros quadrados e fica na Avenida das Américas. A notícia foi detalhada no jornal “O Globo” na versão online e impressa, conforme reprodução abaixo. Não é a primeira vez que isso ocorre (veja a seguir). Pelo contrário e mesmo sem relação com o pagamento do 13º salário. Em vários(Leia mais)
Pedra Cantada: Hotéis do Rio devem ser transformados em prédios de apartamentos
Na última semana, a Prefeitura do Rio autorizou que o Hotel Glória seja convertido em um edifício residencial e de escritórios. Fechado desde 2013, o primeiro cinco estrelas do país deverá ser o primeiro de vários empreendimentos a passarem por essa transformação. Em 2020, o hotel começou receber obras para se tornar um empreendimento residencial, com mais de 250 unidades com conceito de apartamento tipo casa, com espaço amplo de um a quatro quartos, jardim e área de até 314 metros quadrados. O edifício foi comprado pelo Grupo Opportunity. O imbróglio envolvendo o Hotel Glória foi tratado diversas vezes neste blog (veja mais no final deste post) por ocasião da autorização concedida, na época, ao empresário Eike Batista, sendo o imóvel totalmente demolido internamente, inclusive o Teatro, embora a lei determinasse que os teatros demolidos devessem ser substituídos por outros,(Leia mais)
Morro do Pasmado – Autor de projeto paisagístico explica ações
Após a reprodução da matéria “Moradores de Botafogo reclamam da retirada de árvores no Mirante do Pasmado; veja antes e depois”, na qual é retratada a indignação de algumas pessoas que, através de registros e relatos, mostraram nas redes sociais o desmatamento do local feito pela Prefeitura em menos de um mês, recebemos informações, através do autor do projeto para requalificação do Parque Yitzhak Rabin, no Morro do Pasmado, Salvador Sa, sobre as ações e as medidas compensatórias das obras do Memorial do Holocausto. Destacamos que a notícia reproduzida anteriormente – extraída da grande mídia – não invalida as ações em desenvolvimento pela Prefeitura que pretendem melhorar o local, fato nem mesmo mencionado por desconhecido, ao contrário do desmatamento visível para todos. Acreditamos que os órgãos competentes devem ser os responsáveis, de forma ampla, pela publicidade ao andamento de todo(Leia mais)
Desmatamento no Morro do Pasmado causa polêmica
Atualização em 14/09: O autor do projeto paisagístico que será implantado no local – não noticiado explicitamente pelo G1 – entrou em contato com a Página Urbe CaRioca no Facebook. Na postagem a seguir damos publicidade à proposta. Urbe CaRioca __________________________ Publicamos vários textos a respeito da construção de um “monumento” no Morro do Pasmado, em uma área pública agora capitaneada pela iniciativa privada na enseada de Botafogo, na Zona Sul da Cidade. Recentemente quem passa pelo local foi surpreendido com a retirada de uma grande área verde com o corte de árvores, como informou a notícia publicada no site G1, neste sábado, dia 12 de setembro, abaixo reproduzida. Urbe CaRioca Moradores de Botafogo reclamam da retirada de árvores no Mirante do Pasmado; veja antes e depois Local vai abrigar o Memorial do Holocausto, previsto para ser inaugurado pela prefeitura(Leia mais)