Portão do Parque Guinle é entregue totalmente restaurado

Após um duro e eficiente trabalho de restauro em prol da recuperação do portão do Parque Guinle, esse belo patrimônio cultural do Rio de Janeiro, em Laranjeiras, foi entregue.

Texto publicado originalmente em 01 de janeiro de 2021 no grupo Por aí pelo Rio e republicado em 05 de fevereiro de 2021.

Referências:
ipatrimonio.org
palaciodaslaranjeiras.rj.gov.br
revitalizario.com.br

Histórico – Situado no sopé do Morro Nova Cintra, o Parque Guinle, em Laranjeiras, era originalmente parte de uma grande chácara onde Eduardo Guinle construiu seu magnífico palacete residencial entre 1910 e 1914.

“A construção em estilo afrancesado, foi pensado como uma “vila” burguesa de inspiração renascentista. Pequenas edificações foram erguidas para dar suporte às inúmeras funções de serviço, assim como um extenso jardim (hoje o Parque Guinle) executado em 1916, que partia desde o patamar lateral onde estava implantado o palacete e se esparramava pelo amplo terreno de topografia em vale.

O projeto paisagístico de autoria do francês Cochet explorou a criação de recantos pitorescos com pergolados e escultura, assim como fontes que correm para um lago sinuoso, animado com pequenas pontes e caminhos arborizados.”

Após a morte de Eduardo Guinle em 1941, seus herdeiros venderam o palacete para o Governo Federal, que passou a utilizá-lo a partir de 1947 para hospedar autoridades e personalidades ilustres em visita ao Rio. Atualmente, a mansão dos Guinle, conhecida como Palácio das Laranjeiras (não confundir com o Palácio da Guanabara) é a residência oficial do Governador do Estado do Estado do Rio de Janeiro. Por esta razão, a área do parque é vigiada 24h por dia e seus frequentadores contam com relativa segurança.

Os herdeiros decidiram ainda construir no terreno, de aproximadamente 160.000m2, um grande empreendimento imobiliário de luxo, que se tornaria o primeiro conjunto de prédios residenciais, direcionado para a elite carioca. Os edifícios, erguidos entre 1948 e 1954, foram projetados pelo arquiteto Lucio costa, com características da arquitetura moderna. O Jardim foi, nesta ocasião, refeito por Burle Marx.

O projeto submetido à aprovação em 1943, foi autorizado um ano depois em 1944. Como parte das negociações, a família doou a área ajardinada (hoje, o Parque) à Prefeitura, que passou a ter 25.000m2 sob sua tutela a partir de 1944.

E o portão?

A família Guinle possuía um antigo portão encomendado na época da construção do palacete, que não havia sido aproveitado na ocasião. Lúcio Costa decide então, usá-lo no pórtico de entrada do parque. O eclético portão, forjado em ferro e bronze em 1911, na fundição Schmartz & Meurer em Paris, possui as iniciais “E” de Eduardo e “G” de Guinle gravadas em seu frontão.

Como parte do conjunto, foram instaladas uma dupla de esfinges em mármore, montadas por anjos em bronze, que são réplicas de esculturas de Louis Lerambert existentes no Jardim de Versailles, nos arredores de Paris. Há, ainda, dois leões alados em bronze, forjados na conceituada fundição francesa Val d’Osne, nas calçadas da rua de acesso ao Parque.

O portal de entrada possui apenas função decorativa, pois o acesso aos pedestres e carros se dá pelas laterais, que ficam abertas. O portão, tombado pelo Município em 2001, encontrava-se até bem pouco tempo em alarmante estado de conservação. Em agosto de 2020 o projeto Revitaliza Rio, iniciativa privada, através das leis federais e municipais de incentivo à cultura, deu início ao processo de restauração do conjunto.

Imagens: Página do Parque Guinle

Confiram ainda:

Em novembro de 2020, registramos o depoimento do jornalista e curador Leonel Kaz que estava  acompanhando com satisfação o projeto de restauro do Portão do Parque Guinle. Para ele, o simbólico monumento vai além de ser um ornamento. Assistam ao seu depoimento.

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