Vários assuntos que invadem a grande mídia e lá permanecem durante alguns dias, desaparecem de uma hora para outra. Às vezes são encontrados tempos depois. Em se tratando de temas urbano-cariocas geralmente são polêmicos, suscitam alguns debates e… somem. Nem por isso são pouco importantes. Abaixo listamos alguns deles cuja ausência de notícias a respeito intriga.
E você, caro leitor, também está intrigado?
Aguardemos o jornalismo investigativo.
Urbe CaRioca
MÍDIA E ÁRBITROS NA ZONA PORTUÁRIA
rioimóveisrj |
Continuamos sem saber se a decisão de não mais instalar as Vilas de Árbitros e de Mídia na Zona Portuária foi da Prefeitura ou do Comitê Olímpico. De qualquer forma a mudança não agradou a arquitetos e urbanistas, que consideravam muito importante a presença das instalações ligadas aos Jogos Olímpicos para valorizar aquela região da cidade que ora se pretende revitalizar com projeto urbanístico ambicioso – embora questionável em vários aspectos. O debate esfriou. Se os rios correm para o mar, neste Rio que é de Janeiro tudo corre para a Barra da Tijuca…
RODA-GIGANTE GIGANTE EM BOTAFOGO
Roda-Gigante – Carla Crocchi Fotos em Arte |
O trambolho previsto para a Enseada de Botafogo também anda desaparecido do noticiário. Sabe-se que o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio pronunciou-se contrariamente ao pedido de instalação. Nestes tempos urbano-cariocas não é garantia de afastar a London-Eye tupiniquim das areias e espelho d´água tombados nem da visada do Pão de Açúcar e do Morro da Urca.
A Associação de Moradores e Amigos de Botafogo – AMAB tem solicitado audiências à Subprefeitura da Zona Sul: requer conhecer o processo administrativo de licenciamento da RODA-GIGANTE da Enseada de Botafogo, conhecer e analisar os despachos contidos no processo, incluindo a negativa da Infraero e o do Washington Fajardo. Ainda não obteve resposta.
NADA SOBRE GUARATIBA
A chuva torrencial chegou em julho, trouxe a lama, cancelou a missa campal, provocou o Brainstorm do Alcaide, e levou todos os olhares para Guaratiba. O Prefeito quis fazer um Minha Casa Minha Vida, o Instituto de Arquitetos de Brasil – IAB desaprovou, o relatóriocondenou. De lá para cá, nada. Só o BRT lotado que atravessa Guaratiba é notícia, junto com a falta de infraestrutura crônica nos trechos habitados da região.
O ELEFANTE DAS PAINEIRAS
Após o início de obras na Floresta da Tijuca sem a necessária licença – à revelia da lei, portanto – e de ter sido divulgada a discordância do Instituto do Patrimônio Histérico e Artístico Nacional – IPHAN quanto aoprojeto de um complexo comercial, estação de transbordo, centro de convenções eestacionamento para 495 vagas no meio da mata protegida, patrimônio paisagístico e cultural carioca – e também o cancelamento, por aquele órgão, deautorização preliminar concedida, o Elefante das Paineiras sumiu da mídia. Leonel Kaz criticou contundentemente. Boa coisa não deve estar acontecendo… Tudo sob o silêncio do atual Presidente do C40.
O PARQUE DAS BENESSES
MAPA QUE ACOMPANHA O SUBSTITUTIVO AO PLC Nº 114/2012 INDICA, COM HACHURAS, O SETOR II – ONDE HAVERÁ AUMENTO DE GABARITO DE PELO MENOS 2 ANDARES, FORA ÁREAS COMUNS, E REDUÇÃO NA TAXA DE OCUPAÇÃO DE 10% |
O ‘novo parque’ oferecido aos cariocas no final de 2012 embute uma operação para o mercado imobiliário que garante eternamente a aplicação de índices urbanísticos jamais usufruídos. Bastante complexo, o caso faz parte do Pacote Olímpico 2 e foi explicado no post PACOTE OLÍMPICO 2 – APA MARAPENDI: O “PARQUE” E AS BENESSES URBANÍSTICAS. Até hoje a única coisa que aconteceu foi a devastação do outro lado da Área de Proteção Ambiental Marapendi para a construção do conhecido Campo de Golfe que eliminou trecho da Reserva e de uma importante Avenida, uma barbaridade urbano-carioca apresentada como virtuosa, como se as perdas fossem compensadas pelo parque-fantasma, pura fantasia.
Como já foi explicado aqui, “construções hipotéticas jamais erguidas e sequer licenciadas serão transformadas em uma espécie de cupom, um título equivalente a metros quadrados que poderão ser negociados e transformados em áreas de construção, acrescidas fisicamente aos volumes máximos hoje permitidos na Barra da Tijuca, Jacarepaguá e região das Vargens”.
Nada mais se ouviu sobre o ‘parque’ redentor e benéfico que excluiu o terreno do Hotel Hyatt de sua delimitação.