Na segunda-feira dia 27/01/2014 o caos carioca anunciado devido ao fechamento do trecho ainda em funcionamento do Elevado da Perimetral e às mudanças no trânsito do Centro, comprovou-se. No mesmo dia, o Clube de Engenharia, com anos de atraso e tarde demais, afirmou que “a Perimetral está sendo derrubada de forma açodada”. Ao mesmo tempo o Estadão publicou uma ótima reportagem que infelizmente, nos entristece, tal a veracidade do título: Rio enfrenta ‘apagão de planejamento.
Em meio aos acessos ao Centro completamente engarrafados, motoristas em busca de caminhos alternativos, e a inacreditável abertura emergencial de uma ‘agulha’ para ajudar a escoar os veículos, um pedido dos governantes para que a população que usa carro os deixe em casa e opte pelo transporte público, apelo de quem não o utiliza. E o óbvio: ônibus não é transporte de massa.
Esse é o mote para o texto de Sonia Rabello, que mostra a incoerência que existe entre o pedido das autoridades e a construção do prédio do Banco Central, na Gamboa, analisada neste blog em GABARITOS, SEMPRE ELES, A VEZ DO BANCO CENTRAL e em SEMPRE O GABARITO – Banco Central, Gamboa, Zona Portuária que reproduziu artigo de nossa autoria publicado no jornal O Globo.
NOTA: Lamentamos muitíssimo mais uma tragédia ocorrida nas vias do Rio: ontem, dia seguinte ao caos no Centro, um grave acidente na Linha Amarela deixou mortos e feridos.
Projeto Banco Central, Gamboa Perspectiva |
O prefeito do Rio deve andar de ônibus também!
Sonia Rabello
Os cariocas são convidados pelo alcaide do Rio e pelo seu secretário de Transporte a utilizarem o transporte coletivo. Por que eles também não fazem o que pregam? Ou seja, eles e suas famílias, em seus trajetos diários de casa para o trabalho, façam uso dos referidos meios de locomoção. Somente, por um mês.
É o exemplo que convence! Qual foi a última vez que eles andaram rotineiramente de ônibus ou metrô? E não vale só posar para fotos.
E vejam a incongruência da Prefeitura. Vocês lembram-se do projeto do Banco Central na Região do Porto do Rio? Aquele que foi contratado pelo BC junto à Engefort por mais de R$ 70 milhões?
Naquele projeto, na área central, está previsto um edifício garagem de cinco andares para carros! Mais de 600 vagas! Ou seja, os funcionários saem de prédios centrais sem vagas (onde são estimulados a usarem transporte coletivo) e vão para edifícios institucionais públicos que privilegiam o transporte particular, prevendo centenas de vagas para carros! Confiram o registro.
Leiam também o relatório do Tribunal de Contas da União, de 2012, a respeito da obra neste link.