JOGOS OLÍMPICOS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO TERMINAM COM FESTA MARAVILHOSA!

“Hoje, véspera da abertura oficial para os Jogos da Rio 2016 o Urbe CaRioca não poderia deixar de registrar o desejo de que o maior evento esportivo internacional que ora se realiza em nossa querida cidade seja um completo e absoluto sucesso, desejo que sempre esteve presente desde que o Rio foi escolhido para sediar as Olimpíadas, independentemente de qualquer questionamento. Que os atletas brilhem e superem suas marcas e recordes espetaculares; Que o público, os turistas e demais visitantes se emocionem com as conquistas esportivas; Que as torcidas vibrem com alegria e entusiasmo e aplaudam os atletas e suas equipes, nas vitórias ou derrotas, demonstrando educação, civilidade e espírito esportivo, porque esse evento só deve ser compreendido como uma festa fraternal, no qual o adversário da manhã é o amigo do passeio pela cidade à tarde; Que a torcida brasileira com suas demonstrações alegres e calorosas nas vitórias, saiba demonstrar altivez nas eventuais derrotas de nossas equipes, aplaudindo a todos, como prova de sua reconhecida hospitalidade e bom humor”.

Trecho de OLIMPÍADAS RIO 2016 NO RIO DE JANEIRO, A URBE CARIOCA!– 04/08/2016


Internet – Getty Imagens / David Ramos

O Rio ficou “de alma lavada”. Figurada e literalmente.

A chuva que insistiu em cair durante quase todo o Domingo Olímpico não diminuiu o brilho de mais uma festa impecável, nem a animação de público e atletas que se despediam dançando ao som de ritmos brasileiros tradicionais variados, uma feliz seleção de músicas que transmitiram alegria, exaltação à cidade, aos cariocas e à saudade já presente!

É difícil nomear os momentos de maior graça, beleza e emoção, tal a força do conjunto. No primeiro quesito ficamos com as pinturas da Serra da Capivara, o retorno de Santos Dumont e a aparição de Carmen Miranda, todos símbolos de pioneirismo; no segundo – a beleza – estão os ícones do Rio formados por gente e cores,  os bonecos de barro artesanais de Mestre Vitalino ganhando vida, as mulheres rendeiras, grupos de bailarinos que remetiam à terra e dançarinas de frevo tinham energia também atlética! Para celebrar o terceiro quesito – a emoção – escolhemos o Hino Nacional na voz das crianças logo transformadas nas Estrelas-Estados da Federação, luzes na nossa bandeira lembrando que é hora de renovarmos as esperanças de um Brasil melhor a cada dia!


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O ritmo frenético das competições disputadas simultaneamente durante duas semanas – quase sempre com temperatura amena e céu azul -, as conquistas dos brasileiros, motivo de enorme orgulho, e a alegria que se espalhou pelo Rio de Janeiro com a mistura de idiomas e festas de todas as cores nos espaços públicos lotados, foram mais um alento para nossa cidade que convive com tantos problemas estruturais e conflitos diários: cariocas e brasileiros receberam um sopro de alívio, dias de descanso em tempos confusos na Política e difíceis na Economia, esta que tanto tem maltratado nossas famílias.

Desde os primórdios da ideia de trazer as olimpíadas para o Rio, sediar o evento tinha o objetivo de resgatar a imagem da cidade, vista em processo de declínio desde a mudança da capital do país para Brasília, em 1960. Panaceia por certo os Jogos não seriam; úteis para dar impulso à execução de projetos urbanísticos, sem dúvida. Foi o caso da demolição do Elevado da Perimetral com o resgate da orla marítima no Centro do Rio – de visão e acessos obstruídos pelo enorme viaduto há mais de meio século – ideia sonhada desde a década de 1990, inviável então devido à falta de alinhamento entre as três esferas de governo, e que só pode ser concretizada quando a conjuntura política reuniu os três gestores. Por acaso, ou sorte, na época em que o Rio foi escolhido para receber os JO.

João Havelange e Roberto Marinho – os idealizadores que não estão mais aqui – organizadores, profissionais de todas as áreas, técnicos, arquitetos, engenheiros e operários que ergueram todos os equipamentos, voluntários, órgãos de segurança, Força Nacional, responsáveis pela logística, Prefeitura, COI e Empresa Olímpica, merecem tantos aplausos quantos receberam os atletas olímpicos. Ao ex-prefeito Cesar Maia o reconhecimento por ter realizado os Jogos Pan-Americanos 2007, preparando o caminho para que o Rio sediasse as Olimpíadas. E, é claro, ao Prefeito do Rio, Eduardo Paes que, não obstante algumas decisões estranhas do ponto de vista urbanístico e ambiental, prioridades questionáveis, e mentirinhas convenientes,  entre dúvidas sobre a qualidade de algumas obras, aparentemente demonstrou determinação e capacidade de gestão. Que se perdoem as muitas gafes cometidas desde cangurus até mencionar o belíssimo quimono japonês, e o dispensável chapeuzinho de malandro usado na cerimônia final!

Problemas na chamada Ilha Pura, a Vila dos Atletas durante os Jogos foram resolvidos. Falhas eventuais na organização foram contornadas. Os esquemas de trânsito e a segurança funcionaram a contento. A morte do soldado da Força Nacional é inaceitável como todas as que ocorrem pelos mesmos motivos. O acidente que levou o treinador alemão foi uma fatalidade ou irresponsabilidade. Foram notas tristes e lamentáveis em meio a tanta festa. Nossa solidariedade aos familiares e agradecimento à família do técnico que ajudou a salvar alguns brasileiros.

Mas, ainda estamos de ressaca, ainda inebriados por festas, vitórias, medalhas, e também derrotas vitoriosas após muita garra e empenho, por que não?

E eis que o tempo muda na Urbe CaRioca, céu e mar se rebelam, chegam ventos fortes, grandes ondas, e frio, que pouparam o Rio durante os Jogos! A ressaca de emoções começa a ser substituída pela ressaca do mar, como se fosse uma chamada para o Rio real.

Para além de questões urbanísticas e investimentos prioritários ou não, o principal legado desejado por este blog foi construído: o Rio de Janeiro deixou saudades e muitos pretendem voltar.

Que a Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro, fique melhor, segura, alegre e em paz, como foi durante o Rio de Agosto de 2016.

Com ou sem Olimpíadas.

Urbe CaRioca

NOTAS:

1 – É imprescindível comentar a parte da cerimônia criada pelo comitê organizador dos próximos Jogos, a serem realizados em Tóquio. Sob música marcante, o público viu um show de criatividade, modernidade, beleza, elegância e precisão, coroado com a “chegada” do Primeiro Ministro do Japão, Shinzo Abe, através do túnel virtual cavado entre Tóquio e o Rio de Janeiro, sob o manto do famoso personagem Mario Bros, que realizou o feito de unir Japão e Brasil trazendo o representante daquele país direto para o centro do Maracanã! Que venha Tóquio 2020!

2 – Para alimentar a alma, abaixo, Chovendo na Roseira, de Antonio Carlos Jobim, uma das belíssimas músicas tocadas durante a cerimônia, sob a chuva que lavava a alma dos cariocas.



Chovendo na Roseira, de Antonio Carlos Jobim
Youtube

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