Em continuidade à pauta sobre o interesse do Clube do Flamengo pelo terreno do antigo Gasômetro, na Zona Portuária, pertencente à Caixa Econômica Federal, para possível construção de um estádio de futebol, e as articulações do prefeito Eduardo Paes junto ao banco estatal, conforme publicado em “Estádio do Flamengo volta à berlinda” e “Estádio do Flamengo no Gasômetro: Reviravoltas”, o arquiteto Edison Musa expressa a sua surpresa sobre o imbróglio e faz considerações a respeito.
“Causa-me espanto, ainda, que tal assunto chegue sequer a ser imaginado, sem um estudo de conhecimento público, sobre os efeitos de uma decisão de tal importância para a cidade”, destaca.
Urbe CaRioca
A Caixa e o Flamengo
Edison Musa
Publicado originalmente na rede social do autor
Soube hoje, pela página de esportes de O Globo, e por notícia complementar em outra página na mesma edição, sobre o pertencimento do terreno do antigo gasômetro à Caixa, fato que este morador e arquiteto na cidade desconhecia, como tantos outros fatos, que às vezes vem a tona, por motivos variados e diversos.
Este é agora tornado público pela recusa daquele estabelecimento de crédito vir a cedê-lo para a construção de um estádio.
Causa-me espanto, ainda, que tal assunto chegue sequer a ser imaginado, sem um estudo de conhecimento público, sobre os efeitos de uma decisão de tal importância para a cidade.
Nada mais deveria espantar a este longevo arquiteto, depois de decisões a que ele tem assistido ultimamente: do desmantelamento dos órgãos municipais de planejamento, à ocupação da área central do trevo da Av. das Américas, ou ainda à falta de planejamento para uma ocupação racional da área do antigo porto, entre tantas outras.
O novo fato é mais um elemento a nos assustar e a nos levar a este clamor por um minimo de bom senso e atenção para com o futuro de nossa cidade.
Sei que posso não mais estar aqui neste futuro, o que não me impede de fazer, deste meu canto, um ponto de chamamento à atenção para o descaso com o presente e com o que possam vir a fazer de nossa cidade.
Acabamos de ver a construção para as olimpíadas de três arenas vizinhas, em local ermo e distante, quando poderiam também servir como focos descentralizados para uma vida social possível.
Assistimos agora à sugestão de um polo de trânsito junto ao centro da cidade, sem maiores estudos sobre sua repercussão para a vida nossa de todo dia.
A notícia que nos chega é de suspensão.
Que se aproveite o tempo para que a cidade melhor estude as possibilidades e decida mais conscientemente sobre o seu destino.