O assunto tem sido divulgado e criticado na imprensa e nas redes sociais. O carioca, sempre bem-humorado, criou jogos fictícios paralelos onde os participantes perdem ou ganham benesses urbanísticas conforme lançam os dados da sorte. O vídeo a seguir é um exemplo. Ser caricatural não invalida o alerta para o abuso cometido pela prefeitura, ao contrário, ajuda muito a dar conhecimento sobre o que se passa nos bastidores. Que fique a seriedade nas sentenças judiciais que hão de vir!
Por outro lado, o texto claríssimo da professora, advogada e ex-vereadora nos brinda, ao final, com uma lista dos desmandos que a cidade vem sofrendo nos últimos anos no âmbito do que já chamamos de ‘Furor Urbano-Legislativo-CaRioca’, ao qual poderíamos acrescentar a variante ‘Furor Urbano-Demolitório-CaRioca’.
Na mesma assustadora linha de conduta está o caso da cartilha distribuída na Rede Municipal de Ensino que contém “aula” sobre as eleições onde o exemplo é o desempenho do Prefeito Eduardo Paes.
Juristas certamente qualificarão esses atos administrativos, o que não compete a um blog apenas urbano-carioca, para o qual restam só o estarrecimento e a obrigação de divulgá-los mais ainda. Depois que a imprensa descobriu e informou sobre a cartilha a prefeitura anunciou que a página em questão será retirada. E se a imprensa não houvesse notado?
Para atos de tal natureza cabe a ação do Ministério Público Estadual.
Felizmente o MP investigará o caso do “Banco Imobiliário da Prefeitura”, como a imprensa noticiou ontem.
Boa leitura!
Urbe CaRioca
Charge de Aroeira no Jornal O Dia – 23/02/2013 |
O Banco Imobiliário do Rio: do público para o privado
Sonia Rabello
O incontido prefeito do Rio revela, sem qualquer cerimônia, no jogo Banco Imobiliário que bancou com dinheiro público para doutrinar as crianças da rede escolar pública, seu total deslumbramento e alinhamento à política de esgotamento dos recursos fundiários e ambientais da Cidade do Rio.
O financiamento público do brinquedo é a revelação de sua certeza política e psíquica de que são poucos os que, no futuro, o ligarão à dilapidação do patrimônio público da cidade, encoberto e justificado pelo manto do discurso da “maravilhosa Cidade Olímpica”. Portanto, crê que não haverá, para si, prejuízos políticos futuros…
Exemplo definitivo dessa manipulação midiática são as declarações do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o preposto Sr. Nuzman, de utilizar o Forte Copacabana para realizar agora, no local, as provas de saltos ornamentais, sem antes ter pedido autorização ao tutor deste nosso bem público – o Exército Brasileiro!
Talvez o preposto Sr. Nuzman pense, ou saiba, que isso é um detalhe, já que por qualquer trocado, o Exército tem “colaborado” com as Olimpíadas, não só autorizando o uso dos bens públicos federais sob a sua tutela, como vendendo-os, se preciso for, sem autorização do ministro da Defesa ou da Presidência da República.
Isso já aconteceu na Ilha de Bom Jesus (Fundão), em Deodoro (em área de preservação da Mata Atlântica), em São Cristóvão (junto à antiga Hípica) e em muitas outras áreas na Cidade.
Acontece que, no caso do Forte, ele é tutelado também pelo INEPAC, pelo IPHAN, e pela UNESCO, pois é referência da Paisagem Cultural da Humanidade, no Rio. Portanto, não será somente uma questão de negociar com os comandantes do Exército na Cidade….
Agora, até o final da Copa e Olimpíadas, nossa lista de agressões ao patrimônio público, cultural e ambiental da Cidade só tende a aumentar.
Confiram abaixo:
Destruição da Ilha de Bom Jesus, o comprometimento da área de preservação de Jequiá na Ilha do Governador, destruição do Autódromo do Rio em Jacarepaguá, destruição do Museu do Indio para transformá-lo em museu de outra coisa qualquer, destruição do Maracanã original, destruição das pistas de atletismo Célio de Barros, destruição das piscinas do Júlio Delamare ambos no Maracanã, a destruição programada da Escola Municipal Friedenreich, a destruição parcial da área de preservação do Parque de Marapendi, a destruição das ruínas arqueológicas do Porto do Rio, a tentativa de destruição do projeto original do Parque do Flamengo na Marina da Glória, a autorização para a completa destruição do Hotel Glória no Rio, a destruição da Praça N.S. da Paz, a tentativa de intervenção na área de preservação do Morro do Leme, a autorização de construção em terreno ao lado do Hospital S. Francisco de Assis (Centro), a venda de todos os recursos fundiários construtivos do Porto do Rio, com repasse dos recursos financeiros via CDURP às empreiteiras do Consórcio Porto Novo (Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia), a venda de toda a área pública da península de Jacarepaguá às empreiteiras do consórcio Rio + (Odebrecht, Carvalho Hosken, Andrade Gutierrez), a autorização de alienação e venda metade da área pública de uso comum do povo da Praça do Expedicionário para construção de prédio da Justiça estadual, demolição do hospital público do IASERJ, a programada destruição da Perimetral, programada venda (para destruição) do Quartel General da Polícia Militar, e muito mais…