Nesta semana, o jornal O Globo publicou matérias sobre a planejada mudança da Câmara Municipal do Rio para ocupar o Edifício Serrador, na Cinelândia, no Centro da Cidade, destacando a aprovação da compra pelo Tribunal de Contas do Município (Link), destacando que o gasto para aquisição do imóvel é estimado em R$ 146,4 milhões e que custos de intervenções no prédio podem chegar a pelo menos R$ 20 milhões, segundo a mesa diretora.
Além disso, mesmo com mudança planejada, a Câmara do Rio pode gastar mais de R$ 1 milhão com móveis, persianas e pisos no prédio antigo, sendo que um dos maiores gastos pode ser a troca de pisos laminados, divisórias e isolamento acústico, para atender aos diversos imóveis ocupados pelo Legislativo: R$ 645 mil. O excesso de gastos foi criticado por alguns segmantos, de acordo com a notícia.(Link)
Por outro lado, conforme matéria publicada no Diário do Rio, para o arquiteto Washington Fajardo, a mudança da Câmara de Vereadores para o Edifício Serrador é uma notícia muito positiva para o Centro. Ele sugere que o terraço seja usado por um restaurante de acesso público, com preços acessíveis, permitindo aos cariocas ver a paisagem deslumbrante do local.
Urbe CaRioca
Fajardo: Ocupação do Serrador pela Câmara é boa notícia; “a melhor cidade que existe é a que já existe”
Publicado originalmente no Diário do Rio
Washington Fajardo, ex-presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, conselheiro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ), criador do escritório Desenho Brasileiro, entre outros.
A possibilidade da Câmara dos Vereadores vir a ocupar o Edifício Serrador para seu uso funcional é uma notícia muito positiva para o Centro do Rio do ponto de vista urbanístico e econômico. Nada melhor do que aproveitar a localização onde se está já instalado. A Cinelândia e a Rua do Passeio precisam desse estímulo.
Importante lembrar que em anos recentes a Câmara chegou a cogitar mudar-se para a Região Portuária. Em tempos remotos, pensou-se até em ir para a Cidade Nova.
Diferente da ida da Alerj para o antigo prédio do BANERJ, hoje chamado prédio Lucio Costa, projeto do escritório do arquiteto Henrique Mindlin, o Edifício Serrador tem ótimas condições de utilização por causa da reforma recente pela qual passou. Essa mudança também assegura o uso e vitalidade do magnífico Palácio Pedro Ernesto, projeto de Archimedes Memória, que continuaria então a ser ocupado, podendo inclusive ficar mais liberado do enorme número de carros ao redor que ofuscam sua beleza.
Diferente da ida da Alerj para o antigo prédio do BANERJ, hoje chamado prédio Lucio Costa, projeto do escritório do arquiteto Henrique Mindlin, o Edifício Serrador está em ótimas condições de utilização por causa da reforma recente pela qual passou. Essa mudança também asseguraria o uso e vitalidade do magnífico Palácio Pedro Ernesto, projeto de Archimedes Memória, que continuaria então a ser ocupado, podendo inclusive ficar mais liberado do enorme número de carros ao redor que ofuscam sua beleza.
Respeitando-se os preceitos de economicidade e transparência é uma excelente decisão que fomentará mais ainda a circulação de pessoas neste ponto específico da praça Marechal Floriano Peixoto, com repercussão positiva para os imóveis do entorno, das lojas e negócios ao rés-do-chão. Trata-se de recurso público bem investido que poderá retornar pelo incremento da atividade econômica local e dos tributos decorrentes dela.
Ter parlamentares municipais, e suas equipes, circulando pelas ruas e pela praça entre os dois edifícios permitirá uma imagem de cidade avançada e civilizada, consolidando a Cinelândia como epicentro político metropolitano.
Deixo uma sugestão para o Presidente da Câmara, o nobre Vereador Carlo Caiado. Permita que o terraço seja usado por um restaurante franqueado ao público, com oferta de preço acessíveis, e que algum outro andar superior possa ter função cultural, o que permitirá aos cariocas ver a magnifica paisagem do Rio do local.
A melhor cidade que existe é a que já existe. E o prédio mais sustentável que existe é aquele que já existe e que pode ser reabilitado para novo uso.