Quatro meses depois de ficar alagado, o museu Casa do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, detentor da maior coleção de obras do Mestre Vitalino, foi reaberto no último sábado, dia 27 de julho.
Na ocasião da inundação, a água atingiu 60 centímetros de altura e por pouco o acervo não foi destruído. Foi pior alagamento no museu desde 2010. A reinauguração só foi possível em virtude de uma “vaquinha virtual”, que reuniu quinhentas pessoas e arrecadou aproximadamente R$ 100 mil. Ainda assim, uma parte do museu não pôde ser reformada, porque o dinheiro não foi suficiente.
É preciso estarmos atentos à relação dos sucessivos episódios, já que este foi o sexto alagamento no museu, e às ações do poder público em um passado não tão distante, as quais foram destacadas neste site.
Em 2016, o Museu do Pontal foi tema de debate. Na época, já dizíamos:
“Nas várias postagens sobre o Projeto e Estruturação Urbana da região das Vargens – que abrange bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro – afirmamos que as mudanças na lei urbanística antes vigente seriam prejudiciais para a cidade e, em especial, para a própria localidade, reconhecidamente frágil em termos ambientais, sujeita a alagamentos nas áreas planas e deslizamentos nas encostas do maciço da Pedra Branca.
Há alguns meses a imprensa noticiou os alagamentos no terreno onde fica a Casa Museu do Pontal, atribuídos à construção de um condomínio de edifícios no terreno vizinho – possível devido aos novos índices urbanísticos criados pelo PEU Vargens.” Políticas públicas urbanas equivocadas acarretam prejuízos nas mais variadas situações, seja na política habitacional ou de transportes, por exemplo.
O fechamento temporário do Museu ratifica isso, neste caso tendo como pano de fundo o aumento indiscriminado do potencial de construtivo em áreas frágeis e sujeitas a alagamentos: a região conhecida por Vargens, e parte dos bairros do Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá.
Urbe CaRioca
Um dos melhores museus da nossa cidade!