ATENÇÃO!
Acari, Barros Filho, Bento Ribeiro, Bonsucesso, Brás de Pina, Campinho, Cascadura, Cavalcanti, Cidade Universitária, Coelho Neto, Colégio, Complexo do Alemão, Costa Barros, Engenheiro Leal, Galeão, Guadalupe, Higienópolis, Honório Gurgel, Irajá, Madureira, Maré, Marechal Hermes, Olaria, Osvaldo Cruz, Penha, Penha Circular, Praça Seca, Quintino Bocaiúva, Ramos, Rocha Miranda, Tanque, Turiaçú, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Vila Kosmos e Vila Valqueire.
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Bairros que terão índices construtivos modificados segundo projeto de lei complementar encaminhado pelo Poder Executivo à Câmara de Vereadores |
O jornal O Globo de ontem publicou reportagem interessante sobre o sistema Bus Rapid Transit, o BRT. Segundo os usuários, o tempo de viagem diminuiu, porém os veículos estão sempre lotados.
Destacamos o seguinte trecho:
ESPECIALISTA: DEMANDA ALTA DEMAIS
A Secretaria municipal de Transportes informa que o Transcarioca carrega cerca de 11 mil passageiros por hora em cada sentido durante o rush. Segundo Eduardo Ratton, doutor em planejamento de transportes e professor da Universidade Federal do Paraná, primeiro estado do país a implantar um BRT, a demanda se mostra muito alta para um sistema inaugurado no ano passado:
— O BRT é tolerado para demandas de até 15 mil passageiros por hora em cada sentido. Quando essa marca é atingida, isso indica que o sistema está saturado. No Paraná, estamos nessa média, mas demoramos quase três décadas para atingir esse patamar. O ideal é que o Rio continue investindo na construção de linhas de metrô e que o BRT seja uma alternativa. Se isso não ocorrer, o sistema vai ficar saturado rapidamente.
O dado é assustador. A fala do especialista indica que com apenas um ano de funcionamento a capacidade do BRT Transcarioca está próxima da saturação. Não é crível que os técnicos da Prefeitura ou de outras instituições que porventura tenham realizado estudos prévios à decisão de construir corredores expressos para ônibus articulados não tivessem conhecimento sobre a relação oferta x demanda.
O que a reportagem não menciona é que o trajeto da Transcarioca corresponde ao traçado da Linha 6 do Metrô do Rio, modal descartado para dar lugar a uma solução “rápida e mais barata”, como sempre o BRT é apresentado. Se a palavra “eficiência” é menos lembrada, o que dizer sobre “conforto”, “segurança”, e “mobilidade”?
Há mais um aspecto importante que não deve ser esquecido.
Está em tramitação na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei Complementar nº 106/2015 que “INSTITUI A ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO TRANSCARIOCA, ESTABELECE DIRETRIZES E INCENTIVOS PARA A REESTRUTURAÇÃO URBANA DE SUA ÁREA DE ABRANGÊNCIA, DEFINE NORMAS DE APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”.
O que a ementa classifica como ‘reestruturação urbana’ nada mais é do que a modificação de índices construtivos ao longo do trajeto daquele corredor de tráfego.
O PLC nº 106/2015 aparentemente substituiu o PLC nº 77/2014 – comentado neste blog em outubro/2014 no post ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO A.E.I.U. TRANSCARIOCA – GABARITOS, ETC. – , arquivado em 08/04/2015: a ementa é a mesma. Os mapas dos setores com os novos gabaritos de altura estão NESTE LINK.
Tal como no caso da proposta para o Plano de Estruturação Urbana da Ilha do Governador, analisar matéria de tamanha complexidade é tarefa para uma equipe de técnicos dispostos a comparar leis vigentes e modificações rua por rua, avenida por avenida! Por isso a SUGESTÃO AO IAB-RJ, TEMAS PARA DISCUSSÃO.
É de admirar-se a facilidade com que nobres vereadores votam e aprovam tantas leis urbanísticas semelhantes, com viés arrecadatório e aumento expressivo de gabaritos de altura, áreas de construção, taxa de ocupação, etc. aspectos que interferem sobremaneira na paisagem urbana e na densidade dos bairros afetados.
E o BRT?
O BRT que deveria ser Metrô receberá ainda mais cariocas na medida em que surjam novas e maiores construções nos terrenos ao longo do seu trajeto, possivelmente já cobiçados pelo mercado imobiliário (v. SEMPRE O GABARITO, 2014).
Artigo no O Globo de hoje descreve o uso do sistema em várias cidades mundo afora. Segundo o professor Luis Antonio Lindau, adequado. Embora não saibamos qual é a demanda das cerca de 60 cidades mencionadas, acreditamos que o autor tenha razão, em especial ao considerarmos sua última frase: “(…) o transporte coletivo sobre pneus, com sua inerente flexibilidade e a alta competitividade proporcionada pelas faixas exclusivas, apresenta-se como um componente essencial do sistema de mobilidade”. Ou seja, a ser adotado como componentedo sistema, por certo, não seria o modal protagonista.
Urbe CaRioca
Quanto ao aumento de Gabarito construtivo questiono;: quem deseja morar em Ramos? Bairro componente do histórico abandono comum a zona da Leopoldina no ultimo meio seculo, teve na Transcarioca ainda mais dano e abandono. Um bairro sem praças, sem area de lazer, sem segurança e sem urbanismo, totalmente ignorado nas necessidades mais basicas. Enquanto a Prefeitura do Rio ignorar este e outros bairros da zona da Leopoldina, que venha o AEIU! Nada mudará!