E um texto da leitora Maria da Gloria Teixeira sobre o tema
A Fundação Parques e Jardins divulgou em suas redes sociais as ações realizadas no último fim de semana, com plantios de mudas no Boulevard Olímpico, Região Portuária da cidade. Entre as 26 espécies plantadas, estão Escumilha, Pau-Brasil, Pau-ferro, Aldrago, Gerivá, Babosa Branca, Sibipiruna e Ipê Branco.
Aqueles que quiserem ajudar nas dicas de lugares vazios para plantar, podem enviar sugestões para o e-mail priscilamarinelli.darb@gmail.com. Para que a Fundação possa atender, é preciso que as golas estejam vazias (como um local aonde tinha uma árvore que foi removida) e a quantidade mínima é de 20 pontos por bairro.
Ao mesmo tempo, a leitora Maria da Gloria Teixeira Rodrigues aborda o assunto de forma detalhada, e nos traz várias boas ideias que belas e civilizadas cidades pelo mundo inteiro apresentam em relação à arborização!
Agradecemos à leitora por mais esta colaboração.
Urbe CaRioca
Dicas de obras incríveis que deveriam ser aproveitadas aqui no Rio de Janeiro
Maria da Glória
No período de 2001 a 2007 a Prefeitura de Paris criou mais de trinta hectares de novos jardins e o acréscimo de mais cem mil árvores urbanas, aumentando a sua diversidade. Foram utilizadas diversas possibilidades para a criação desses espaços, como parques de vizinhança, alguns com hortas comunitárias, parques lineares sobre o viaduto desativado de Daumesnil – a Promenade Plantée, e diversos muros e tetos verdes.
Nova York tem a imensa área verde do Central Park – 3,4 km², assim como as áreas verdes do Parque do Rio Hudson e do Parque Riverside, a oeste, do Parque Battery e do Parque da Ponte de Brooklin Bridge Park, ao sul, e o Parque East River, a leste. Estes são parques lineares, e proporcionam boas áreas de lazer, de esportes e de contemplação para a população local.
Além desses parques, Nova York possui praças como a Parque Madison Square, ao sul, e belas áreas verdes como seu Jardim Botânico, ao norte.
Bons exemplos de instalação de novas áreas verdes na cidade são o High Line (parque instalado sobre uma linha férrea suspensa) inaugurado em 2009. Atualmente, ele se estende por vinte e quatro quadras, entre a West 10th Street e a 34th, com passeios calçados cercados por lindos canteiros de flores e folhagens, com áreas de descanso e alimentação, transformando-se em um oásis urbano.
Por fim, um outro grande exemplo: em vários pontos da cidade, em especial nos bairros de East Village e Lower East Side, moradores ocuparam terrenos baldios e os transformaram em verdadeiros jardins comunitários. São mais de quinhentos jardins espalhados pela cidade, promovendo a qualidade de vida, a biodiversidade urbana e a coesão social.
Na Coreia do Sul fizeram uma belíssima praça que abrange o centro da cidade inteiro, dentro de um rio. O rio Cheonggyecheon, que corta a grande metrópole Seul, renasceu com um projeto do governo de revitalização na ordem de R$ 700 milhões. Este rio teve seus 5,8 km restaurados em apenas quatro anos. Recebeu vegetação em suas margens, cascatas, fontes, peixes e um parque linear para recreação e atrações culturais, um exemplo para o mundo.
O Corredor Chapultepec na cidade do México, também é um excelente exemplo de espaço público bem estruturado e reaproveitado, assim como os jardins verticais que se espalham pelas pilastras dos viadutos nesta cidade.
Bons exemplos também chegam da China, na Região Autônoma da Mongólia Interior, localizada no norte do país, que possuía vários desertos e terras arenosas, e era uma das províncias mais afetadas pelo fenômeno da desertificação.
Nos últimos anos, a Mongólia Interior fortaleceu a restauração ecológica e o manejo de terras arenosas do deserto, obtendo resultados notáveis. Nos últimos cinco anos, a área de terras desertificadas e arenosas na Mongólia Interior continuou a diminuir, com uma área média anual de prevenção e controle de areias de 800.000 hectares, representando 40% da área de controle nacional. O grave problema da expansão das áreas desertificadas foi contido.
Hoje, a cobertura vegetal do deserto de Kubuqi aumentou de menos de 3% na década de 1980 para 53%. A precipitação e as espécies biológicas aumentaram significativamente, e o clima de areia e poeira diminuiu significativamente. A tecnologia de plantio de árvores “minimamente invasiva” tem sido amplamente usada no deserto de Kubuqi e foi também promovida para outras terras arenosas e desertos.
Em Beijing, em meio às construções no seu segundo anel viário, surgiu recentemente um parque, que foi designado como a primeira floresta urbana no centro da capital chinesa.
O parque, de trinta mil metros quadrados, foi criado em uma área evacuada depois da demolição de várias casas de lata, e um novo jardim botânico foi formado com setenta e nove variedades de árvores e arbustos, assim como trinta espécies de plantas.
Além disso, foi projetada pelo arquiteto italiano Stefano Boeri e já em construção, a primeira cidade 100% sustentável, também conhecida como “Cidade Floresta da China”.
Ela deverá acomodar trinta mil pessoas, com casas, hotéis, escritórios, hospitais, escolas e tudo aquilo que uma cidade necessita. Uma das inspirações para o projeto foi a “floresta vertical”, construída pelo próprio Stefano, em Milão.
É importante também mencionar os belos jardins clássicos de Suzhou, os belos parques ao longo do rio Yulong, e tantas outras áreas verdes maravilhosas espalhadas pela China…
Enfim, o que não faltam são projetos inovadores e muito interessantes na área de paisagismo e de jardinagem, e que podem, e devem ser implementados em nossa cidade com a máxima urgência.
Abaixo, fotos de jacarandás na África do Sul, que foram importados do Brasil e plantados na maioria das cidades sul-africanas.