CrôniCaRioca de uma morte consentida e aprovada em lei.
Uma sentença.
Uma sentença.
A reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente aconteceu.
Embora a ata ainda não tenha sido publicada no Diário Oficial do Município, a considerar a matéria jornalística publicada no Globo Esporte, a esperança – que, dizem, é a última que morre – morreu.
Morreu junto com a continuidade da Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso ao longo da margem norte da Lagoa de Marapendi; a sequência de uma área protegida beirando as águas que um dia não foram poluídas; o passeio livre das capivaras, e de outros espécimes da fauna e flora; passeios ciclísticos, a pé ou de carro; e a vista livre de quem navegar pelas em direção à da orla norte das águas de Marapendi, no trecho do Campo de Golfe, cujas obras já começaram.
Morreu junto com o decoro e a dignidade.
Outros assuntos, entretanto, parecem eternos na nossa Cidade, no nosso Estado, no nosso País: a falta de estadistas, o descaso com a coisa pública, os interesses privados em detrimento do interesse público, e a prepotência dos governantes.
Infelizmente, o Campo de Golfe desnecessário, mais uma benesse urbanística para o mercado imobiliário em nome dos Jogos Olímpicos e em tempos de “Tudo é pra Olimpíada” como foi afirmado inúmeras vezes, veio para ficar.
Dizem também que na vida apenas uma coisa é irreversível. Certamente a lista é bem maior. Por exemplo, cicatrizes urbanas.
Mas, sejamos otimistas.
Se a Floresta da Tijuca foi replantada, tudo é possível. Mesmo que seja daqui a um século, quem sabe um dia a APA Marapendi voltará a ser íntegra pelas mãos de um gestor grandioso?
Urbe CaRioca
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Posts anteriores sobre o caso do Campo de Golfe