Ou, UMA EXPERIÊNCIA DE PAISAGISMO FUNCIONAL COM VISTAS À RECUPERAÇÃO DO SOLO
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Foto: João do Apex, 04/03/2017 |
Em 13/10/2016 publicamos UMA HORTA NA LAPA? A MINHA OPINIÃO, do historiador Claudio Prado de Mello -, fruto dos debates ocorridos pouco antes no grupo S.O.S.Patrimônio. A postagem teve grande repercussão e desdobramentos, com outros posts do Urbe CaRioca, inclusive sobre outra tentativa de se criar uma pequena plantação em frente ao Museu da República, na Rua do Catete.
No Carnaval o assunto voltou à berlinda Claudio Prado de Mello, manifestou-se mais uma vez com o texto:
A HORTA DA LAPA … Minha Opinião 2
Em Outubro de 2016 tivemos um acalorado debate sobre o projeto de se criar uma Horta na Lapa. A ONG Mutirão Agroflorestal fazia 20 anos e a Fundição Progresso iria abrigar nos dias 14 e 15/10 o projeto PlanteRio. O ponto alto do evento foi o mutirão para o plantio de uma horta num canteiro em frente aos Arcos da Lapa, mas o evento recebeu crítica significativa (v. reportagem no jornal O Globo).
Sou de opinião que Hortas Urbanas e Comunitárias devam ser feitas em todos os terrenos baldios da Cidade e até em jardineira de prédio, mas fui contra a instalação de uma horta na Lapa pelo simples fato de acreditar que a ideia era ótima, mas não aplicável naquele exato local, ideia reproduzida no blog Urbe CaRioca.
O o tempo passou e vemos pelas fotos de Jonathan Pereira que a Horta não deu certo: não foi devida e necessariamente cuidada e tornou-se o que se vê na imagem.
Disso tudo fica apenas a experiência de que os espaços públicos devam ser mais respeitados, que Raves, Festas, Hortas e outras iniciativas temporais considerem as características do ambiente local, e que as autorizações da Prefeitura sejam amadurecidas para que não se tenha escavações em maquinários pesados em locais de potencialidade arqueológica, que evitem festas em praças cuidadas, como foi o caso da Praça Paris, da Rave que ocorreria na Quinta da Boa Vista, da plantação em frente ao Museu da República, e de tantas outras inciativas que tem valor cultural ou social, mas que precisam apenas de ter suas atividades direcionadas para os lugares mais adequados.
Claudio Prado de Mello
01/03/2017
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A partir da postagem original de Jonathan Pereira, do Grupo SOS Patrimônio, acima mencionado, – “Todo mundo se lembra da horta na Lapa? Parecia-me, de alguma maneira, um projeto promissor, algo novo, mas ao que parece, a equipe falhou na proteção do mesmo” – o Grupo fez a imagem abaixo circular como forma de sensibilizar os responsáveis pelo projeto e provocar um exercício sobre as várias hipóteses abordadas a partir da mesma.
O mote ‘Projetos sociais: modismo, oportunismo ou movimentos embrionários, em fase de desenvolvimento?’ – sem buscar respostas ou rótulos -, fez exercitar a discussão sobre as ações de cidadania que vêm ocorrendo nas áreas urbanas, conforme esperado, e resultou em novo debate na rede social Facebook.
Foto: Jonathan Pereira, 27/02/2017 |
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Ao acompanhar a discussão e os argumentos a favor e contrários tanto à ‘Horta na Lapa’ quanto à “horta” simulada em frente ao Museu da República, verificamos, mais uma vez, que os que se manifestaram contra as instalações não se opõem ao projeto de criar hortas urbanas, em si: discordam apenas da localização em ambos os casos, assim como entende este blog, que analisou a questão do ponto de vista urbanístico e funcional.
Por outro lado, os que defendem o projeto propõem um mutirão para cuidar da área que fica próxima dos Arcos da Lapa, e esclarecem que o objetivo do trabalho voluntário era criar o que chamaram de ‘paisagismo funcional’ utilizando-se ‘técnicas de agrofloresta’, com vistas a recuperar o solo, e não cultivar uma horta.
Seja uma horta ou projeto paisagístico, o assunto chamou atenção para a necessidade de haver maior cuidado no trato das áreas públicas da cidade, e estudos prévios a determinadas iniciativas que ajudem a reduzir inadequações ou insucessos, mesmo diante de boas intenções da sociedade participativa.
Por outro lado, os que defendem o projeto propõem um mutirão para cuidar da área que fica próxima dos Arcos da Lapa, e esclarecem que o objetivo do trabalho voluntário era criar o que chamaram de ‘paisagismo funcional’ utilizando-se ‘técnicas de agrofloresta’, com vistas a recuperar o solo, e não cultivar uma horta.
Seja uma horta ou projeto paisagístico, o assunto chamou atenção para a necessidade de haver maior cuidado no trato das áreas públicas da cidade, e estudos prévios a determinadas iniciativas que ajudem a reduzir inadequações ou insucessos, mesmo diante de boas intenções da sociedade participativa.
E você, caro leitor, o que pensa a respeito?
Urbe CaRioca
Foto: Daniel Gabrielli, sem data |