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Parecia que a Prefeitura havia atendido aos pedidos de arquitetos, urbanistas quando “convenceu o COI a construir na Zona Portuária as vilas para os árbitros e para a chamada mídia não credenciada”, segundo notícia no jornal O Globo. Mas, pelo visto, era falso.
O projeto do Porto dito Maravilha não concedeu incentivos à produção de habitações, inviabilizada pela exigência de comprar certificados milionários – as CEPACs – para que os prédios atingissem os gabaritos nas alturas de 30,00m, 40,00m e 50,00m, o que, virtualmente, elevou o preço da terra também às alturas. Ao contrário, esperavam-se muitas torres comerciais chiques e hotéis premiados pelas benesses urbanísticas sem fim: índices construtivos especiais e isenções de impostos.
As obras das anunciadas Trump Towers – cinco prédios altos espelhados – não começaram. Os prédios residenciais que serviriam aos Jogos Olímpicos seriam vizinhos delas: um conjunto de edifícios à chinesa, com 1300 apartamentos que foram oferecidos aos servidores municipais. De início por R$ 250 mil, mais recentemente por R$ 400 mil, os servidores deveriam se cadastrar comprometendo-se a adquirir o imóvel, pagar um sinal com suas economias e o restante financiado pela Caixa Econômica Federal. A chamada para o financiamento dizia que o valor seria igual ao dos imóveis semelhantes na Tijuca. Ora, melhor, então, comprar no ótimo bairro da Tijuca, com infraestrutura e comércio consolidados, e facilidade de acesso aos transportes, tudo isso incerto na região portuária, agora terra separada do resto da cidade do ponto de vista administrativo!
A ver.
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Dizem que o que começa errado termina errado. O Porto Maravilha contém uma série de equívocos, a partir da megalomania tupiniquim que traduz o desejo de sair do terceiro mundo através de uma boa maquiagem. Não se pensou em habitação, uso fundamental para que uma zona urbana seja animada, tenha vida e melhores condições de segurança. Até aqui este é – ou seria? – o único projeto, fruto de injeção de verbas públicas, pois a iniciativa privada não se manifestou nesse sentido. Para os Jogos agora a ideia é construir mais um ‘Minha CasaMinha Vida’ na Zona Oeste, o criticado o projeto-carimbo do governo federal que tudo iguala e pasteuriza, como se o Brasil fosse igual: a mesma sugestão infeliz dada pelo alcaide para substituir o lamaçal do Papa, em Guaratiba, depois de um fabuloso “Brainstorm”.
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Difícil crer. Mais provável que juízes e jornalistas venham a ser alocados em um dos numerosos prédios novos construídos com outros incentivos urbanos perniciosos dentro do mote “Tudo é prá Olimpíada”, a maior das mentiras. Por exemplo, na região do PEU Vargens, que recebeu aumento de potencial construtivo expressivo, o lugar da “feroz especulação imobiliária”.
Curiosamente a notícia diz ainda que a palavra final será do COI. Mas, afinal, a decisão havia sido da Prefeitura. Ou não?
A ver.
“Tudo é prá Olimpíada”
NOTAS acrescentadas em 19/03/2014
1: A propósito deste post, incluímos aqui os links para as entrevistas do presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB Nacional concedidas ao noticiário RJTV em 14/03/2014, e ao Jornal O Globo publicada em 17/03/2014
2 : Em resposta à entrevista concedida pelo Arquiteto Sérgio F. Magalhães – Presidente do IAB Nacional ao Jornal O Globo, o prefeito Eduardo Paes também se pronunciou a respeito da transferência das Vilas de Árbitros e de Mídia para a Zona Oeste. O link para a matéria jornalística de 18/03/2014 está AQUI.
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