As notícias sobre o fechamento do Colégio São Paulo, situado em área nobre do bairro de Ipanema, e o esperado interesse do mercado imobiliário sobre a área, provocam uma reflexão sobre o que substituirá a instituição tradicional que fechará as portas em breve.
Não é possível pressupor o volume que será construído no local, porque a legislação urbana do Rio de Janeiro hoje é um mistério. Aos gabaritos previstos para os bairros acrescentam-se andares a mais, diminui-se a área livre do terreno e áreas de garagens são transformadas em novas unidades. Tudo ocorreu com base no aumento de potencial construtivo em toda a cidade, fruto do propalado Reviver Centro, e das perniciosas Mais-Valia e Mais-Valerá.
Vizinhos do imóvel onde funciona o quase finado Colégio São Paulo, fiquem atentos. Espaços aéreos, luz, céu e mar à vista, podem estar com os dias contados. Aguardemos.
Urbe CaRioca
Setor imobiliário ‘saliva’ por imóvel do Colégio São Paulo, na orla de Ipanema
Eventual transação envolveria centenas de milhões de reais, calcula empresário
Por Rennan Setti – O Globo
O anúncio de que o centenário Colégio São Paulo, como informado por Ancelmo Gois, fechará as portas no ano que vem deixou o setor imobiliário salivando. A razão é óbvia: a escola funciona em plena Avenida Vieira Souto, Ipanema, a poucos passos do Arpoador — ou seja, um dos endereços mais caros do país.
A coluna conversou com diversos executivos do setor que disseram ter sido surpreendidos pelo anúncio da Congregação das Angélicas de São Paulo, responsável pelo colégio fundado em 1922. Mas alguns afirmaram ter sido sondados recentemente sobre possível interesse no imóvel — objeto de cobiça há décadas — sem que nada de concreto fosse negociado.
De acordo com as fontes ouvidas pela coluna, ainda não houve contatos entre empresas do setor e a congregação, que é dona do imóvel, após o anúncio de ontem.
— A gente lê o anúncio como uma sinalização de que estão abertos a propostas pelo imóvel — disse um empresário com interesse imobiliário na Zona Sul do Rio.
Outro investidor ativo no segmento fez as contas de quanto custaria um imóvel daquelas dimensões, naquele endereço.
— Considerando que o terreno vai de uma rua a outra, tem quase 3 mil metros quadrados e oferece a possibilidade de um projeto de oito andares, o valor seria algo entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões. Isso considerando um metro quadrado negociado a R$ 50 mil, com ocupação de 79% e permuta de 35% com os atuais proprietários.