Cinema Leblon – Causa perdida: The End

Cinema Leblon – Fachada voltada para a Rua Carlos Góis
 
Apenas recentemente um grupo de moradores e outras pessoas interessadas pelo Leblon – em especial pelo único cinema de rua que reatava no bairro – se deu conta de que o prédio que abrigava o Cinema Leblon estava sendo demolido. Em diálogos apaixonados travados em rede social, os defensores da memória urbana propunham-se a organizar protestos para salvar o cinema.
 
Infelizmente não há o que resguardar.
 
Este blog tratou do assunto desde os seus primórdios até o destombamento efetuado pelo então prefeito do Rio de Janeiro em 2014.

Conforme afirmamos em ADEUS, CINEMA LEBLON! e em outros posts – “É verdade que tombamento e preservação não garantem a permanência de atividades comerciais. Mas também é inegável que a manutenção das edificações permite que outras medidas colaborem para a longevidade daquelas ou de usos similares”.

Mas, o proprietário não aceitou a sugestão do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, que se opôs ao projeto e à demolição, e propôs o acréscimo de um andar para que a inclusão de novas atividades desse suporte e viabilidade à manutenção do prédio.

 
 

 

 

 

O que comandou a decisão que desconsiderou o parecer do Conselho (prerrogativa do Chefe do Executivo, diga-se) benéfica ao mercado imobiliário, e que levaria à demolição do cinema, foi o aspecto apontado em PRÉDIOS CARIOCAS: VALOR CULTURAL E VALOR COMERCIAL, EIS A QUESTÃO, de novembro/2014. Dos prédios que abrigaram cinemas mostrados Os cinco primeiros – nenhum na Zona Sul – foram tombados em setembro/2014 pelo Decreto nº 39232/2014. O Cinema Leblon, de mocinhos, chanchadas, romance e aventuras, tombado em 2001, foi destombado, no mesmo mês, pelo Decreto nº 39161/2014! Que ironia!

Ficará um arremedo de memória, com um resto de fachada adornado por um edifício comercial de nove andares, o que nos remete ao antigo Convento do Carmo, onde foi plantado um espigão preto que deixa a Praça XV nas sombras.

Restam-nos as orquídeas, como bem descreveu Cleia Schiavo Weyrauch em O CINEMA E AS ORQUÍDEAS.

 

Urbe CaRioca

 

 

Imagem obtida na internet. Sem confirmação de fidelidade.

 

Sem garantias. Tomara que dure! Ao menos, será melhor do que mais uma farmácia.
NOTA: “Anexo ao Cinema” nada mais é do que um sofisma, assim como afirmar que “será preservado o emblemático Cinema Leblon”.  O redator está apenas “fazendo cinema”, no mau sentido. Uma chanchada, também no mau sentido.

 

  1. Agora não adianta mais chorar pelo leite derramado.

    Espero que março de 2020 chegue logo para vermos quais serão os prejuízos que os moradores do edifício ao lado terão, desvalorizando seus apartamentos.

Deixe um comentário para Anônimo Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *