E o gabarito chega ao Jardim de Alah. Área pública livre conceitual e legalmente, admitiria exceções por necessidade imperiosa. É evidente que o projeto previsto para o local não se enquadra em nenhum dos casos de ocupação parcial ou temporária a ser tolerado. Diante da cegueira proposital do sr. Prefeito e de seus asseclas, e da inexplicável decisão do TJ-RJ ao se arvorar de urbanista, cabe apenas uma palavra: desfaçatez.
Urbe CaRioca
Obras de revitalização do Jardim de Alah começam nesta quarta após aval do TJ-RJ
Diário do Rio – Link original

A decisão mantém a sentença de primeira instância e dá permissão para a concessionária Rio+Verde iniciar os trabalhos
Mesmo cercada por protestos, ações judiciais e desconfiança pública, as obras de revitalização do Jardim de Alah, na divisa dos bairros de Ipanema e Leblon, começam oficialmente nesta quarta-feira (25/06). A intervenção tem o aval do Tribunal de Justiça do Rio, que negou o último pedido de tutela de urgência feito pelo Ministério Público para barrar o início das obras.
A decisão, assinada pelo desembargador Sérgio Seabra Varella, mantém a sentença de primeira instância e dá permissão para a concessionária Rio+Verde iniciar os trabalhos. Apesar de ainda caber recurso, o Judiciário fluminense já rejeitou, uma a uma, mais de uma dezena de ações — decisões monocráticas e colegiadas, em diferentes instâncias, todas improcedentes.
Até os tapumes viraram polêmica: ficaram, saíram, voltaram, numa guerra de liminares que se arrastou por meses. Agora, com o caminho livre, a Rio+Verde promete divulgar em breve o cronograma completo da empreitada.
O projeto, assinado pelos arquitetos Miguel Pinto Guimarães e Sergio Conde Caldas, prevê pontes para pedestres, equipamentos culturais e esportivos, seis restaurantes, e um estacionamento subterrâneo. Nada de grades, segundo os idealizadores — a ideia é um parque fluido, conectado à cidade. A área verde será mantida, assim como os bens tombados.
A proposta, apresentada em 2023, vende a imagem de um parque mais moderno, acessível e seguro. Mas o conflito em torno da intervenção expõe uma velha tensão do carioca: o medo de que “revitalização” seja sinônimo de privatização.