Turismo no Jardim de Alah

Um encontro urbano-carioca ao acaso Era um pequeno grupo formado por apenas seis pessoas. O idioma, outro, ainda por adivinhar, dada a distância entre nós. Nada de extraordinário diante das vozes ouvidas diariamente nos bairros Ipanema e Leblon, em especial nos dias quentes ou com a temperatura amena, quando essa parte da Cidade do Rio de Janeiro tem se tornado a Babel do século XXI. Se predomina o agradável espanhol dos “Hermanos”, corados, envoltos em cangas, à procura do inverno em terras cariocas – e das boas compras, hoje com “mucha plata” – há muito espaço para os demais: inglês, francês, italiano, alemão, e sons guturais, menos familiares, do leste europeu. Caminhávamos na mesma direção, eles à minha frente, com passos lentos, enquanto admiravam o céu azul e limpo. Estávamos na Praça Almirante Saldanha da Gama, quase esquina da Avenida(Leia mais)

MP-RJ não desistiu do Jardim de Alah

A destruição do Jardim de Alah, um dos espaços públicos mais simbólicos da zona sul do Rio de Janeiro, levou o Ministério Público Estadual a acionar novamente o Judiciário. Em petição protocolada em 16 de julho de 2025, a 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente denuncia a inércia do juízo da 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital, que, quase dois meses após a interposição do recurso de apelação pelo MP, ainda não determinou que os réus apresentem suas contrarrazões. Durante esse intervalo, segundo o MP, os réus iniciaram a destruição do bem tombado e do meio ambiente natural local, amparados por uma decisão judicial previamente contestada. Fotografias anexadas ao processo mostram, segundo o órgão, o desmonte acelerado de áreas de relevante valor histórico e ambiental, em flagrante prejuízo ao interesse público e à(Leia mais)

Sempre o Gabarito: em breve no jardim público

E o gabarito chega ao Jardim de Alah. Área pública livre conceitual e legalmente, admitiria exceções por necessidade imperiosa. É evidente que o projeto previsto para o local não se enquadra em nenhum dos casos de ocupação parcial ou temporária a ser tolerado. Diante da cegueira proposital do sr. Prefeito e de seus asseclas, e da inexplicável decisão do TJ-RJ ao se arvorar de urbanista, cabe apenas uma palavra: desfaçatez. Urbe CaRioca Obras de revitalização do Jardim de Alah começam nesta quarta após aval do TJ-RJ Diário do Rio – Link original A decisão mantém a sentença de primeira instância e dá permissão para a concessionária Rio+Verde iniciar os trabalhos Mesmo cercada por protestos, ações judiciais e desconfiança pública, as obras de revitalização do Jardim de Alah, na divisa dos bairros de Ipanema e Leblon, começam oficialmente nesta quarta-feira (25/06).(Leia mais)

O vai-e-vem do Jardim de Alah

Quem dera o projeto se fosse para nunca mais voltar. Urbe CaRioca Justiça volta a autorizar obras do projeto de revitalização do Jardim de Alah O MP tinha recorrido da decisão que autorizou o início dos trabalhos Por Ancelmo Gois – O Globo Link original O Consórcio Rio + Verde, vencedor da licitação municipal de revitalização do Jardim de Alah, entre o Leblon e Ipanema, obteve há pouco outra vitória na Justiça. O desembargador Sergio Seabra Varella, da 4ª Câmara de Direito Público do TJ do Rio de Janeiro, negou o pedido do Ministério Público para suspender a sentença que autorizou o início das obras. É que mês passado a juíza Regina Lucia Chuquer, da 6ª Vara de Fazenda do Rio, permitiu a retomada das intervenções. O MP então resolveu recorrer da decisão – que agora foi mantida. O consórcio(Leia mais)

Tirolesa: A Justiça é cega

Cientes da decisão proferida ontem pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça que derrubou o embargo à construção da tirolesa no Pão de Açúcar, com quatro votos favoráveis e um contrário à retomada do projeto, divulgamos a nota oficial publicada pelo Movimento Pão de Açúcar Sem Tirolesa. Urbe CaRioca Nota Oficial – Movimento Pão de Açúcar Sem Tirolesa Rio de Janeiro 10 de junho de 2025. Nós, do Movimento Pão de Açúcar Sem Tirolesa, lamentamos profundamente a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que não reconheceu o recurso especial interposto na Ação Civil Pública contra a instalação da tirolesa no Pão de Açúcar. Desde o início, sabíamos que essa luta não seria fácil nem rápida. Muitos desacreditaram, e ainda hoje há quem desconsidere a força de uma mobilização que já reúne mais de 52 mil assinaturas e mais(Leia mais)

Jardim de Alah: considerações de Sonia Rabello

Sonia Rabelo, professora e jurista De área verde a vitrine de concreto disfarçada de revitalização O jardim, cujo projeto prevê a sua mutilação e descaracterização, revela o total desprezo do governo municipal, e de uma elite midiática, pelos jardins e bens públicos tombados. Jardim histórico é JARDIM, inclusive com suas árvores e plantas exóticas, resultado de seu projeto paisagístico histórico, pois ali não é Mata Atlântica, (óbvio ululante…). É, sim, um jardim histórico paisagístico tombado, que será mutilado, e descaracterizado! Difícil de entender ou precisa desenhar? É assim nos JARDINS públicos no mundo afora, como no Central Park, no Hyde Park, no Parque do Flamengo, no Ibirapuera, nos jardins de Pequim, de Xian, Buenos Aires, de Mendonza, de Berlim, de Viena, nos inúmeros jardins de Paris, etc., etc., etc. Estamos nas mãos da Justiça: será que ela nos dará tempo(Leia mais)

Jardim de Alah: Justiça autoriza obra em meio à polêmica sobre concessão

A recente autorização judicial para o início das obras de revitalização do Jardim de Alah, na Zona Sul do Rio de Janeiro, reacende um debate fundamental sobre o equilíbrio entre requalificação urbana, interesses comerciais e a garantia de direitos coletivos. A decisão de ignorar o pedido de paralisação do Ministério Público levanta questionamentos sobre a transparência do processo, a participação efetiva da população local e o risco de mercantilização de um espaço público emblemático. A concessão à iniciativa privada, que permitirá a exploração econômica do parque por 35 anos, exige uma análise crítica dos impactos sociais e urbanísticos que podem advir da transformação de um bem coletivo em produto de consumo. Urbe CaRioca Justiça autoriza início das obras de revitalização do Jardim de Alah Parque entre Leblon e Ipanema tem 95 mil metros quadrados. O investimento total será de R$(Leia mais)

Mata (?) Maravilha, mais um lançamento…, de Roberto Anderson

Neste artigo, publicado originalmente no Diário do Rio, o arquiteto Roberto Anderson comenta sobre o projeto “Mata Maravilha” que envolveria o conjunto de imóveis do Moinho Fluminense e vários outros ao redor, incluindo até mesmo o edifício do 13° Batalhão da Polícia Militar, que é tombado, e galpões do Porto do Rio, ou seja, da alçada de outras instâncias de poder. “Para tornar tudo mais palatável, as torres são apresentadas como verdes, ou seja, com fachadas tomadas por vegetação e arborização. Haveria o plantio de 50 mil árvores de grande porte, o que representaria uma árvore a cada 5 m2, um evidente exagero. Na verdade, uma impossibilidade. (…) O tempo dirá se o Mata Maravilha verdejará ou se logo será substituído por uma nova imagem bombástica”, destaca. Urbe CaRioca Mata (?) Maravilha, mais um lançamento… Roberto Anderson – Diário do(Leia mais)

A Canetada: mais poder que Alah

Andréa Albuquerque G. Redondo O de Alah, o do Flamengo: análise e relato Os que acompanham este blog Urbe CaRioca conhecem a minha história profissional. Arquiteta da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Durante mais de três décadas trabalhei nos setores de licenciamento de obras civis particulares, participei da elaboração de leis urbanísticas, e atuei nos órgãos de proteção do Patrimônio Cultural edificado. No início da carreira limitava-me a analisar o potencial construtivo dos terrenos e aprovar a construção de edifícios, função a mim destinada. Orientada com a firmeza de Newton Machado, Luiz Carlos Velho e Vilma Muricy, entrei no mundo das leis que regem o uso do solo. Mais adiante, com Flávio Ferreira, Sérgio Magalhães, Luiz Paulo Conde, Evelyn Furquim Werneck Lima, André Zambelli, Sonia Rabello e dezenas de outros colegas, aprendi a olhar a cidade como um(Leia mais)

Pobre Jardim de Alah

Ontem publicamos o texto de André Decourt – Não só 130 árvores – sobre as construções que a Prefeitura aprovou para serem erguidas no Jardim de Alah, uma área pública, praça, espaço destinado a que população o usufrua. André menciona o artigo de Cora Rónai – Muito barulho para pouca árvore -, publicado no jornal O Globo do mesmo dia. Ao conhecer a opinião da respeitada jornalista, de imediato indaguei-me sobre qual seria a visão caso as construções fossem feitas na beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, que lhe é tão cara, próximas do prédio onde mora, pois tombado o jardim também é. No caderno Opinião da mesma edição está o artigo de Franco Nascimento – Apenas Jardim de Alah – carregado de ironia e lugares comuns, tomados exclusivamente pela esperança de que que se resolva a questão social antiga(Leia mais)

Libertem São Sebastião das flechas, por Joaquim Ferreira dos Santos

Querido São Sebastião, Ando sumida, sei. No último dia 20 não escrevi para o senhor, conforme costumo fazer na data que celebra o padroeiro do meu Rio de Janeiro. Peço sua compreensão. O calor por aqui fez aumentar o desânimo em relação ao que tem acontecido em terras cariocas. Não preciso explicar. Daí de cima o senhor tudo vê. Também não se trata de descrença ou de perder a fé na sua capacidade. A tarefa de consertar o Rio é árdua para o mais poderoso protetor. Aproveito a ótima escrita de Joaquim Ferreira dos Santos e a reproduzo aqui, pois o senhor não deve ter tempo para ler jornal de papel nem on line. Livre-nos das flechas transformadas em balas mortíferas. Dos maus gestores públicos. Da desesperança. Sua fiel devota, Reclamilda Libertem São Sebastião das flechas Um santo que é(Leia mais)